Por que esta Volkswagen Kombi 1962 pode ser a mais cara e rara do mundo
A Volkswagen Kombi é um carro que marcou a nossa indústria e, mais do que isso, a vida de milhares de brasileiros. A Velha Senhora carrega o troféu de ser o veículo que ficou por mais tempo em uma linha de montagem e, por mais que tenha vendido 1,5 milhão de unidades no Brasil, encontrar uma em boas condições atualmente é uma tarefa difícil.
É por isso que ela, assim com Fusca e outros clássicos, supervalorizaram. Tanto que é fácil encontrar anúncios de unidades da Kombi acima dos R$ 50 mil, e nem estamos falando apenas da icônica Corujinha. Entretanto, essas opções com certeza não são mais caras do que o exemplar guardado a sete chaves na Garagem da VW – a qual a Mobiauto teve acesso e ainda conta tudo sobre a Kombi neste vídeo abaixo:
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A unidade presente no espaço da VW, localizado na fábrica da Anchieta em São Bernardo do Campo (SP), é de 1961. Nesse caso, a Kombi ainda tem seu primeiro visual e a característica pintura saia e blusa, que nesse caso mescla um vermelho mais escuro com bege – cor que invade a cabine.
Mas sua raridade não está no ano modelo, na motorização 1.200 cilindradas, nas calotas brilhantes ou no fato de ter sido um dos primeiros exemplares fabricados 100% no Brasil, mas sim na história que a envolve.
Afinal, essa Kombi saiu da linha de produção da VW para ocupar a garagem de um colecionador. Tempos depois, a própria marca a comprou de volta para colocá-la na Garagem, e iniciou um processo de restauração.
A valorização vem nesse momento. Em vez de encomendar um reparo convencional, a fabricante assumiu o projeto e o time de engenharia da planta do ABC dedicou horas de atenção para recuperar a originalidade do veículo, incluindo a produção local de peças que a Kombi havia perdido ao longo do tempo.
Então, pelo fato desse exemplar ter sido o único a passar pelo processo de fabricação duas vezes dentro da fábrica da Volkswagen, ele, com certeza, é um dos modelos mais raros e caros da história da própria Kombi – se não, claro, o mais valioso e exclusivo.
5 curiosidades da VW Kombi que poucos se lembram
- Seta bananinha: o nome popular é conhecido de muitas pessoas, e a Kombi, em suas primeiras unidades, tinha como indicador de direção uma haste na coluna B. O motorista acionava um botão e ela subia, junto de uma luz, para apontar para qual lado a Kombi ia.
- Motor fraco: o propulsor era um boxer a ar, como já é conhecido dos primeiros veículos da VW vendido no Brasil. O propulsor é um 1200 e que rende 36 cv de potência e 8,7 kgfm de torque, bem abaixo do que motores 1.0 oferecem hoje em dia, por exemplo.
- Construção diferente do Fusca: embora sejam construídos sobre a mesma plataforma, na Kombi, a VW posicionou o banco do motorista sobre o eixo dianteiro. Com isso, otimizou o espaço interno do veículo e permitiu que ela tivesse espaço suficiente para levar mais de cinco passageiros ou ainda mais carga.
- Porta-malas GG: sem bancos e com espaço totalmente disponível para levar carga, a Kombi conta com 750 litros de compartimento.
- Produção local: embora as primeiras unidades da Kombi tenham sido montadas e entregadas em 1953, só em 1961 é que ela atingiu 95% de nacionalização - ou seja, só nesse ano é que grande parte das peças dela passaram pela linha de produção brasileira.
Por Renan Bandeira
Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.