VW SP1: 9 curiosidades do carro nacional mais raro da história
Os Volkswagen Fusca e Kombi são os modelos mais lembrados da marca alemã quando falamos de carros antigos. E o sucesso deles no início da operação da fabricante do Brasil, deu espaço para que uma família se criasse. Foi dessa estratégia que recebemos os VW Variant, Brasília, TL, 1600 e o SP1 – claro que com algumas mudanças entre uns e outros.
A ideia se repetiu anos depois. Tanto que a Volkswagen construiu uma família para o Gol, com Voyage (sedan), Saveiro (picape) e Parati (perua). Depois, veio a mais atual com VW Polo, em que a plataforma MQB deu origem aos VW T-Cross (SUV), Nivus (SUV cupê) e Virtus (sedan). Mas nenhuma dessas famílias marcou tanto a indústria como a primeira, com os refrigerados a ar.
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Com o mercado nacional ainda muito cru de opções, a Volkswagen aproveitava os sucessos de seus modelos para tentar emplacar novidades. A montadora já tinha opções que cobriam todo o segmento de entrada da época, mas ainda faltava a cereja do bolo, e era o SP1.
Um modelo raro e facilmente reconhecido por suas linhas, quebrou os paradigmas na época por ter design aerodinâmico. Só deixava a desejar pelo desempenho, aquém do esperado para um esportivo, mesmo há cinquenta anos. Foram poucas unidades fabricadas e isso faz dele o modelo mais raro da Volkswagen construído em linha de produção.
E é por ser tão raro, que o VW SP1 gera tanta curiosidade de brasileiros e estrangeiros. A Mobiauto foi até a Garagem da Volkswagen, na fábrica da Anchieta, ABC paulista, conheceu o esportivo e conta nove curiosidades sobre ele agora. Veja:
1) Chassi de Variant e motor de Fusca
Como dissemos acima, o VW SP1 tem estrutura de Variant, mas tem o mesmo entre-eixos do Fusca, 2.400 mm. O motor boxer 1.6 refrigerado a ar também da vem família, e rendia de 65 cv potência e 12 kgfm de torque, gerenciado por um câmbio manual de quatro marchas.
2) Dois lugares
Como bom esportivo, ele tem lugar para apenas duas pessoas. Os bancos dianteiros até tombam e dão acesso ao que seria a segunda fileira de bancos, mas não há assentos e só o acabamento em carpete – bem melhor que os outros veículos da marca naquela época.
3) Menos de 100 unidades fabricadas
Ele é o carro nacional mais raro já produzido em linha pela Volkswagen. Foram apenas 88 unidades produzidas desse modelo. Seu sucessor, o SP2, teve mais sucesso e emplacou mais de 10.000, mas já tinha motor boxer 1.7 de 76 cv, ainda refrigerado a ar. A linha do veículo operou entre 1972 e 1976.
4) Retrovisor só lado esquerdo
A falta de obrigatoriedade em ter retrovisores externos dos dois lados, dava um charme a mais nos veículos daquela época. O SP1, por exemplo, carregava o item apenas do lado esquerdo e o motorista só tinha auxílio para trocar de faixas indo para o mesmo lado.
5) Acabamento em madeira por dentro
O acabamento era realmente mais rebuscado. Além de um carpete de melhor qualidade na parte do assoalho, os bancos eram em couro e as portas tinham revestimento macio ao toque em algumas partes. Mas o que mais chama atenção é as peças em madeira na manopla do câmbio e freio de estacionamento.
6) Motor e tração traseiros
Um fato que encanta os entusiastas de Porsche 911 é o fato de ele ter motor traseiro e tração traseiro. Curioso é que o SP1 também tem essa especificação - guardada as devidas proporções, claro -, apontando sua proposta para o mercado.
7) Esportivo de aceleração ruim
Ele tinha a aura de um esportivo, mas não era bem isso de fato e até por isso não teve tanto sucesso quanto esperado. Seu motor 1.6 o fazia acelerar de 0 a 100 km/h em 22 segundos, tendo máxima de 149 km/h. O tempo não era dos melhores, ainda superior aos 45 segundos do Fusca na mesma prova, mas o Chevrolet Opala SS, embora fosse um muscle e tivesse dimensões maiores, fazia em 13,5 segundos.
8) Design
O visual tinha linhas bem parecidas com as da Mercedes 300 SL, que ficou famosa por suas portas que abriam no estilo asa de gaivota. O esportivo da década de 1950 é um dos ícones da indústria e também levada duas pessoas, o que também aproxima o SP1. O esportivo da Volkswagen contava com balanço dianteiro espichado e queda acentuada do teto na traseira.
9) Posição de dirigir estilo cockpit
Você entra no SP1 e parece sentar-se no chão. A experiência, nesse aspecto, é realmente a de que estamos em um esportivo. Não só pela posição de dirigir e as pernas esticadas, mas também pelos inúmeros mostradores voltados ao motorista em uma espécie de cockpit, só que de 50 anos de idade.
Por Renan Bandeira
Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.