Peugeot 208 já teve versão turbo, e era com motor de BMW

Versão GT foi vendida até 2019 com motor 1.6 turbo de até 173 cv e era hot hatch de verdade
Diego Dias
Por
05.09.2023 às 08:00
Versão GT foi vendida até 2019 com motor 1.6 turbo de até 173 cv e era hot hatch de verdade

Está cada vez mais próximo o lançamento do novo Peugeot 208 turbo, que usará o mesmo motor 1.0 GSE do Fiat Pulse e Fastback. Porém não é a primeira vez que o hatch compacto da marca francesa traz debaixo do capô um motor sobrealimentado, já que há quatro anos ainda tínhamos à venda o 208 GT.

Lançado no mercado nacional em 2016, o Peugeot 208 GT servia na época como variante topo de linha e de proposta realmente esportiva, algo que trazia um alento para o coração dos entusiastas numa época de esportivos de adesivo. Na prática o 208 GT só rivalizava em proposta e preço com o Renault Sandero R.S, mas o hatch da Peugeot ainda era mais usável no dia a dia, fora que também contava com mais potência e torque.

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Turbo sete anos atrás

O 208 GT estreou no mercado nacional com o mesmo 1.6 turbo presente por aqui no Citroën DS3 (seu irmão de plataforma de duas portas com design ousado), que também equipa o atual Peugeot 2008 nas versões Style e Griffe. Como você já deve saber, este 1.6 turbo foi desenvolvido em parceria com a BMW, que o utilizou nos Mini Cooper a partir de 2006 e até mesmo nos BMW Série 1 e Série 2 de 2011 em diante.

Este motor 1.6 THP já era configurado pela engenharia brasileira para beber etanol e gasolina, entregando seus 166/173 cv (G/E) a 6.000 rpm e 24,5 kgfm de torque a 1.400 rpm. O câmbio era sempre manual de seis marchas, mesma transmissão utilizada pelo 2008 THP. Segundo dados de fábrica da época, a aceleração de 0 a 100 km/h ficava em 7,6 segundos.

Para mera comparação, o futuro 208 turbo que chegará em breve para o mercado nacional deverá contar com a mesma especificação dos Fiat Pulse ou Fastback, ou seja, com 125/130 cv (G/E) a 6.500 rpm e 20,4 kgfm de torque a 1.700 rpm. Segundo fontes ligadas à marca, “será o melhor carro da Stellantis com o motor 1.0 turbo”.

A má notícia para os entusiastas é que essa motorização tem como opção somente o câmbio automático CVT de sete marchas simuladas. Além disso, na prática estamos falando de uma vantagem de 43 cv de potência e 4,1 kgfm de torque para o 1.6 THP diante do 1.0 GSE.

Estilo próprio

Visualmente o hot hatch da marca francesa não se diferenciava tanto das configurações convencionais, trazendo como maior destaque a grade dianteira com acabamento em vermelho. Os faróis eram escurecidos e contavam com projetores, enquanto as rodas tinham acabamento diamantado e um maior tamanho: 17 polegadas (calçadas com pneus 215/55).

Na traseira as únicas diferenças ficavam por conta das lanternas com partes escurecidas, bem como o escapamento com ponteira dupla e spoiler traseiro pintado em preto brilhante. A sigla GT em vermelho identificando a versão esportiva se fazia presente no lado direito da tampa traseira.

Por dentro as maiores diferenças ficavam por conta dos bancos com abas laterais mais pronunciadas e revestimento em couro com costuras vermelhas. Detalhe ainda que o volante tinha base achatada e a inscrição GT na parte inferior, enquanto a parte de cima do aro havia uma marcação em vermelho. O painel elevado ainda tinha uma luz vermelha em volta para ampliar o espírito esportivo.

Mercado

Como todo esportivo com uma veia mais raiz, o Peugeot 208 GT acabou não durando muito no mercado brasileiro, sendo oferecido entre 2016 e 2019. Por mais que o motor 1.6 turbo e câmbio manual de seis marchas oferecessem uma tocada esportiva e divertida, a demanda por transmissão automática na sua faixa de preço era crucial para o seu sucesso.

A expectativa agora é que o 208 turbo com motor 1,0 litro conquiste o mercado justamente por ser um modelo mais convencional de maior apelo comercial que, inclusive, será oferecido nas versões mais caras do hatch compacto.

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