Nammi EV 01: novo elétrico chinês de R$ 51 mil faz mais de “74 km/l”

Preço 30% mais em conta que o do Fiat Mobi, que é o modelo mais “barato” do Brasil, e assistência de Nível 2 são outros trunfos do lançamento
HG
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12.01.2024 às 15:14
Preço 30% mais em conta que o do Fiat Mobi, que é o modelo mais “barato” do Brasil, e assistência de Nível 2 são outros trunfos do lançamento

Os chineses seguem na vanguarda dos EVs e, se na Europa e Estados Unidos, a disputa se acirra nos segmentos mais altos de mercado, por trás da Grande Muralha são os compactos que se digladiam pela preferência do consumidor.

A Dongfeng, uma das quatro gigantes estatais chinesas do segmento automotivo, acaba de rebatizar sua subsidiária de veículos elétricos, que agora atende pelo nome Nammi (东风纳米) e inicia as vendas de seu primeiro produto, o simpático 01 EV, que parte de 74.800 yuans ou o equivalente a interessantíssimos R$ 51.040 – valor 30% inferior ao de um Mobi Like 1.0, da Fiat, que inicia 2024 como o automóvel mais “em conta” do Brasil.

O modelo estreia a plataforma Quantum Architecture S3 e chega às lojas em duas versões, com alcances de 330 e 430 quilômetros, sem necessidade de recarga das baterias.

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Com 4,03 metros de comprimento, 1,81 m de largura e 1,57 m de altura, o Nammi 01 EV é 47 cm maior, 15 cm mais largo e 5 cm mais alto que o Fiat, além de levar vantagem ainda mais expressiva, de 36 cm, na distância entreeixos (de 2,66 m, no chinesinho).

Na verdade, são medidas que colocam o lançamento acima até mesmo do Argo, que é o irmão maior do Mobi, e do extinto Punto. “Não existe nada parecido com este lançamento, nem aqui, nos Estados Unidos”, comenta o repórter da revista “MotorTrend”, Justin Westbrook. “Com velocidade máxima de 140 km/h, este não é nem de longe o carrão com que os norte-americanos cruzam o país, mas é um EV ‘comercializável’ por aqui”, acrescenta.

Ambas as versões do 01 EV são equipadas com o mesmo motor elétrico de 70 kW, que equivalem a 94 cv de potência. Seu torque, de 14,2 kgfm (contra 13,7 kgfm a 4.000 rpm, no Argo Trekking 1.3), é instantâneo e bem superior ao de qualquer popular brasileiro, mas é o tempo de recarga de míseros oito minutinhos, que garante 200 km a mais de autonomia, que chama atenção – usando um recarregador ‘fast charging’, o pacote vai de 30% a 80% de carga em apenas 30 minutos.

As baterias de fosfato de ferrolítio (LFP) têm capacidades de 31,4 kWh e 42,3 kWh, respectivamente, sendo que a versão de maior alcance também custa mais: 104.800 yuans ou o equivalente a R$ 71.700.

Em termos de consumo de eletricidade (11,9 kWh para cada 100 quilômetros rodados), o lançamento da Nammi equivale a um modelo equipado com motor a combustão que faz 74,2 km/l – ou seja, é duas vezes mais econômico do que uma motocicleta como a CG 150 ESD, da Honda.

Mercedes ‘de bolso’

“Por dentro, destaque para a grande tela sensível ao toque, de 12,8 polegadas, com capacidade OTA, integrada à tela menor, de 5 pol, que faz as vezes de painel de instrumentos. O Nammi EV 01 ainda surpreende no quesito tecnologia embarca, com assistência de Nível 2 incluindo monitoramento de ponto cego, estacionamento remoto e autônomo, alerta de colisão frontal, assistente para manutenção de faixa, reconhecimento de sinais de trânsito e piloto automático adaptativo”, destaca Westbrook.

“Motorista e passageiro da frente podem transformar seus bancos em ‘camas’, com o simples toque de um botão, para relaxarem durante o carregamento, e há recarga sem fio para smartphones, além de 32 tons para a configuração da iluminação interna. É como se fosse um Mercedes-Benz, só que ‘de bolso’, ao menos quando se olha por este prisma”, pontua.


Como o leitor deve imaginar, o Nammi EV 01 não desembarcará no Brasil e há uma explicação para isso: apartado da virada da eletromobilidade, o país segue como “vala comum” para desova de modelos equipados com motores térmicos e híbridos de primeira geração (ambos em desuso, no além-mar), que são ofertados por aqui a preços escorchantes e como a "quintessência" da engenharia automotiva.

Como diria o personagem da Kate Lyra, na “Praça da Alegria”, que marcou época na Rede Globo no final dos anos 70: “Brasileiro é tão bonzinho”...

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