Chevrolet Chevette elétrico existiu bem antes de as chinesas dominarem mercado

Hatch tinha atingia baixa velocidade e autonomia era menor do que o Kwid elétrico
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09.02.2025 às 13:43 • Atualizado em 30.06.2025
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Hatch tinha atingia baixa velocidade e autonomia era menor do que o Kwid elétrico

Os carros elétricos têm o apelo da modernidade e tecnologia, mas ficaram de certa forma “populares” e mais visto nas ruas com os BYD Dolphin, Dolphin Mini e GWM Ora 03. No Brasil tivemos até a produção da Fiat Palio Weekend elétrica numa chamativa cor verde, mas quem diria que na terra do tio Sam tivemos também o famoso Chevrolet Chevette elétrico?

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Batizado de Electrovette, o Chevrolet Chevette elétrico gringo foi apresentado nos Estados Unidos em 1976, nada menos do que 49 anos atrás. O conceito era baseado no Chevette norte-americano, que era praticamente igual ao modelo no Brasil em sua carroceria hatchback. O motivo desse protótipo inesperado? A crise do petróleo que abalou o mundo naquela década com gasolina mais cara e que fez diversas fabricantes a reduzirem a litragem de seus beberrões motores V8, ou mesmo partirem para novas soluções.

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O motor

O Chevette movido a eletricidade contava com um motor elétrico de 64 cv de potência (50 Kw) da Delco, ficando alocado no túnel da transmissão do carro – que tinha um bom espaço ali por já trazer cardã, afinal, o Chevette sempre teve tração traseira. Um controlador eletrônico refrigerador por um ventilador e o inversor ficavam debaixo do capô mesmo, enquanto as baterias eram instaladas atrás dos bancos. Tinha até tecnologia de frenagem regenerativa, algo inovador comparado a outros experimentos de carros elétricos.

Para fornecer energia para este motor, o tal do Chevrolet Electrovette trazia uma bateria de níquel e zinco, cuja autonomia estimada até então era de 100 milhas, equivalente a apenas 160 quilômetros, enquanto o tempo de recarga era de aproximadamente 8 horas. Para comparação, um Renault Kwid elétrico atual hoje traz uma bateria pequena de íon de lítio de 27 kWh, cujo alcance declarado é de 185 km segundo o Inmetro.

Mas o projeto do Chevete elétrico não chegou a bons resultados, já que depois de um tempo os números de desempenho e autonomia foram revistos. A velocidade máxima caiu de 50 mph (80 km/h) para apenas 30 mph (48 km/h), enquanto a autonomia despencou pela metade: apenas 50 milhas, ou 80,4 quilômetros.

Visual próprio

Visualmente o Electrovette se diferenciava por algumas características como a dianteira, que abandonava a grade disposta em quatro retângulos para ser totalmente fechada – solução parecida ao que vemos hoje em carros elétricos. Havia ainda por ali a inscrição Electrovette em amarelo. Na lateral se destacava pelas rodas com acabamento em vermelho, enquanto um adesivo enorme em forma de raio fazia referência ao motor elétrico.

A General Motors chegou a estimar que na década de 1980 nada menos do que 10% do mercado norte-americano seria composto por veículos elétricos. Pelo contrário, década antes o mercado ianque foi invadido pelos hatches japoneses confiáveis com motores pequenos e econômicos, assim a experiência do Chevette elétrico não foi para frente e ele nunca foi lançado.

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Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.