VW Voyage Super: o raro e esquecido sedan do Gol GT que anda muito

Versão do sedan traz elementos clássicos do hatch e até do primo maior Santana, mas não é tão cultuado quanto outros esportivos da marca
LA
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11.10.2023 às 15:36
Versão do sedan traz elementos clássicos do hatch e até do primo maior Santana, mas não é tão cultuado quanto outros esportivos da marca

O VW Voyage nasceu em 1981 com a base do Gol, usando o motor longitudinal VW BR 1.5 a gasolina de 78 cv SAE (65 cv ABNT), a 6.100 rpm, e 11,5 kgfm de torque, a 3.600 rpm, aferrecido a água e câmbio manual de quatro marchas, nas versões de acabamento S e LS.

Logo o sedan compacto conquistou muitos fãs por sua robustez e confiabilidade. Seus atributos foram muitos, desde um projeto moderno, motor potente, posição de dirigir esportiva, câmbio com ótimo escalonamento e estabilidade acima da média se comparado à concorrência da época.

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Em 1982, foi eleito o carro do ano pela revista Auto Esporte, e no mesmo ano, começou a ser exportado para países da América do Sul com os nomes Gacel e Amazon.

A concorrência lançava em 1983 o Ford Escort, que mesmo em outra configuração trazia bons predicados e situava-se na mesma categoria. A Fiat surgia com o Oggi e a Chevrolet, com o Chevette, um carro que, ainda moderno em design para os padrões da época, destronava naquele ano o VW Fusca como o carro mais vendido.

No mesmo ano, a Volkswagen lançava o Voyage GLS e a configuração de quatro portas, disponível também para as versões S e LS. Todas as versões passaram a utilizar o motor MD 270 1.6, com 81 cv ABNT a 5.200 rpm e 12,8 kgfm de torque a 2.600rpm na versão a etanol, e 72 cv ABNT a 5.200 rpm e 12,2 kgfm a 2.600 rpm na versão a gasolina.

A nova configuração melhorava e muito a dirigibilidade e o consumo, graças ao torque máximo em menor rotação, além da maior potência. O câmbio era de quatro marchas, e havia a opção do câmbio longo 3+E.

Como surgiu o VW Voyage Super

Em 1984, a Volkswagen ampliava sua linha com novos modelos, versões e edições especiais. Em comemoração às Olimpíadas daquele ano, chegava ao mercado o Voyage Los Angeles, e pouco tempo depois, o Voyage Super, uma edição especial com mais personalidade.

Baseado na versão GLS, que saía de linha neste ano após a chegada do VW Santana, o modelo tinha a missão de agradar ao público que gostava do sedan compacto.

Com mecânica 1.6 e duas portas, o Voyage Super trazia de série spoiler dianteiro, para-choques e grade pintada na cor do veículo com a logotipia 1.6, frisos laterais, rodas de liga leve, vidros verdes, vidros traseiros basculantes, desembaçador traseiro, retrovisor do lado direito e retrovisores com comando interno manual.

Contava, ainda, com bancos Recaro com acabamento em veludo, banco do motorista com regulagem de altura, console com relógio digital, rádio AM/FM Estéreo com toca-fitas, indicador de troca de marchas no painel, conta-giros, ar-quente com ventilação em 3 velocidades e ignição eletrônica, sem falar na cor metálica exclusiva. Como opcional, apenas o ar-condicionado.

Em 1985, a versão Super saía do catálogo e as demais versões recebiam o motor 1.6 AP-1600, com 85 cv e 12,65 kgfm na versão a etanol, sendo 80 cv e 12,75 kgfm de torque na versão a gasolina, o que trazia mais suavidade de funcionamento e maior potência aos modelos.


O super Voyage Super

Em 1986, o Voyage Super voltou, como desta vez como modelo de série. Agora, trazia o motor 1.8 que também equipava Gol GT, com 94 cv de potência a 5.000 rpm e 15,2 kgfm de torque a 3.600 rpm, exatamente o mesmo que equipava o VW Gol GT, e o bom câmbio de cinco marchas com relações curtas na quarta e quinta.

Sua suspensão, adequada ao motor 1.8, trazia molas de 16 Nm/mm de pressão, ante as molas de 14 Nm/mm de pressão do antigo Super 1.6. Externamente, trazia também algumas diferenças para o modelo de 1984.

Agora, eram de série spoiler dianteiro, faróis de neblina Cibie, para-choques na cor do veículo, logotipia 1.8 na grade, frisos laterais com a inscrição Super, calotas integrais, rodas de ferro com tala de 5” e pneus 175/70R13, vidros verdes, vidros traseiros basculantes, desembaçador traseiro, retrovisor do lado direito, retrovisores com comando interno manual, bancos Recaro, banco do motorista com regulagem de altura e console com relógio digital.

Rádio AM/FM Estéreo com toca-fitas, indicador de troca de marchas no painel, conta-giros, ar-quente com ventilação em duas velocidades, ignição eletrônica e volante de quatro raios Ligier, o famoso volante quatro bolas, de excelente empunhadura, completavam o pacote. Este volante também equipava o Gol GT e a linha Santana/Quantum com direção hidráulica.

Arisco, ia de 0 a 100 km/h em 11,1 segundos e sua velocidade final era de 178 km/h, um dos carros mais rápidos dos anos 80. Sua estabilidade era insuficiente se comparado ao Gol GT, graças aos pneus menores e mais finos, mas seus proprietários colocavam as rodas aro 14 e pneus 185/60 do Gol esportivo.

Apesar do desempenho, o modelo era econômico, com médias de 8,08 km/l de etanol na cidade e 12,33 km/l na estrada. Em 1987, o Voyage mudou externamente e em conteúdo, e recebeu novas versões: C, CL (ambos com AP 1.6) e GL (também AP 1.6) e a GLS (AP 1.8S) que ressuscitada, substituía a versão SUPER.

A mudança de nomenclaturas era uma estratégia da VW para fugir de um plano econômico bizarro do governo Sarney, que congelava os preços de todos os produtos existentes. Uma vez com novos nomes, os produtos eram considerados novos e podiam ser reajustados, mas destes eu falarei em outra oportunidade.

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