VW Golf morre no Brasil após 25 anos. Relembre a trajetória

Hatch foi oficialmente tirado do catálogo da marca. Acordo com locadora acelerou o emplacamento das últimas unidades da versão híbrida GTE
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15.12.2020 às 16:16
Hatch foi oficialmente tirado do catálogo da marca. Acordo com locadora acelerou o emplacamento das últimas unidades da versão híbrida GTE

O Volkswagen Golf não é mais oferecido no mercado brasileiro. O hatch médio foi oficialmente retirado do catálogo da marca no país em dezembro, após constar durante todo o ano de 2020 na configuração híbrida esportiva GTE.

Esta foi trazida ao país da Europa no fim do ano passado, em lote com 99 unidades, para ocupar o lugar do extinto GTI, até então montado em São José dos Pinhais (PR). Com a manobra, o hatch médio deixava de ser produzido localmente, mas sem sair de linha.

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A versão GTE seguiu ativa ao longo de quase todos os meses de 2020, porém apresentando índices irrisórios de emplacamento: entre janeiro e setembro, foram apenas 31 unidades vendidas, e isso somando com resquícios de estoque da linha anterior.

De repente, em outubro, o dois-volumes obteve 70 emplacamentos de uma vez, fruto de um acordo da Volkswagen com a locadora Unidas. Com isso, em dezembro, a fabricante retirou oficialmente o modelo de sua lista de veículos 0 km em oferta no mercado.

25 anos como ícone

Hatch foi oficialmente tirado do catálogo da marca. Acordo com locadora acelerou o emplacamento das últimas unidades da versão híbrida GTE

Lançado no mercado europeu em 1974, consolidando a nova estratégia da VW de apostar em carros com motores dianteiros, arrefecidos a líquido e com tração nas rodas da frente, o Golf só veio ao Brasil 21 anos mais tarde, no início de 95.

Naquele momento, o consagrado hatchback já estava na terceira geração, que no Velho Continente fora apresentada em 91. Primeiro, vieram importadas as versões GL 1.8 de 90 cv, da Alemanha, e GLX 2.0 de 116 cv, do México, ambas com oito válvulas e cinco portas.

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Ainda naquele ano, chegariam também a variante conversível e a icônica configuração VR6, esportiva com três portas equipada com um V6 2.8 de 174 cv. Poucos meses depois, a versão GL passaria a vir também do México, com injeção eletrônica multiponto e 96 cv.

A quarta geração, apresentada na Alemanha em 1997, aportou no país um ano mais tarde, com dimensões um pouco maiores e sem revolucionar o visual

Foi com ela que, em 1999, a Volkswagen inaugurou a fábrica de São José dos Pinhais (PR), dando vida ao Golf 4 nacional, o mais icônico de todos os já oferecidos em nosso mercado. E que ganhou o sugestivo apelido de “Sapão”, por conta de seu visual dianteiro.

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Ele foi comercializado em versões de entrada com motor 1.6 de 101 cv EA113, dotado de bloco de alumínio e coletor de admissão variável. 

No entanto, em 2001, a fim de otimizar custos, a VW o trocou por uma usina da família EA111, do Gol, mantendo a potência, porém com bloco de ferro fundido e sem coletor com variação geométrica. Ao menos o torque aumentou e o acelerador passou a ser eletrônico.

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O propulsor 2.0 mexicano foi mantido, enquanto a configuração GTI foi equipada com um 1.8 turbo de 150 cv e cinco válvulas por cilindro, compartilhado com o Audi A3 nacional. 

Posteriormente, tal usina sua potência ampliada para 180 cv (ou “192 cv brutos”, como a VW chegou a declarar quando o rival Honda Civic Si foi lançado). Além disso, um lote com 99 unidades da configuração VR6, de 200 cv, foi trazida da Alemanha.

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Enquanto a quinta e a sexta gerações globais do Golf ganharam as ruas da Europa em 2003 e 2008, respectivamente, no Brasil a VW seguiu atualizando o Golf IV até o limite de suas forças.

O primeiro facelift nacional veio só em 2007, nove anos após o seu lançamento, dando ao hatch o apelido “geração 4,5”. Ele atualizava o design dianteiro e o obsolescente painel, que ganhava novos ornamentos e volante emprestado do Passat. Já os bancos recebiam novos e aconchegantes revestimentos de couro com dobraduras.

Pouco antes, o motor 1.6 já havia sido convertido em flex, rendendo 104 cv com etanol. Em 2008, foi a vez de o 2.0 passar a aceitar o combustível de origem vegetal misturado à gasolina, alcançando 120 cv quando trabalhando puramente com ele.

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A quarta geração do Golf seguiu em linha no Brasil até 2013, quando foi substituída de forma direta pela geração 7, já com plataforma modular MQB e importada da Alemanha. Trazia motores 1.4 e 2.0 TSI, ambas turbo a gasolina, respectivamente com 140 e 220 cv.

Após três anos, o 1.4 TSI se tornou flex e rendia até 150 cv. Naquele ano, depois de trocar o Golf alemão pelo mexicano, a Volkswagen voltou a montar o hatch em São José dos Pinhais. 

Só que com controversas simplificações mecânicas: exceção feita à configuração de topo, GTI, as demais receberam câmbio automático de seis marchas no lugar do automatizado de dupla embreagem e suspensão traseira por eixo de torção substituindo a arquitetura independente.

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Mas a pior decisão veio mesmo com o lançamento da versão 1.6 MSI, 16V flex, com 120 cv, talvez o maior fracasso em todo o quarto de século de trajetória que o modelo completou no país. A rejeição foi tamanha que a opção foi rapidamente descontinuada, dando lugar em 2018 à configuração 1.0 TSI de 128 cv, cujo trem de força vinha herdado do Polo. 

Só que aí o segmento de hatches médios já havia perdido enorme espaço para o de SUVs compactos, colocando em xeque o futuro do Golf nacional.

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No ano passado, sua gama foi reduzida apenas à versão esportiva GTI, então com 230 cv. Sua produção foi discretamente encerrada para dar lugar ao importado híbrido GTE, de mesma potência, que encerrou o legado do ícone em terras tupiniquins sem muito alarde ou sucesso.

A oitava geração do Golf, já disponível na Europa, não tem planos para ser lançada em nosso mercado por enquanto. 

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