Volkswagen Tera usará mesma estratégia do Fox para fazer sucesso no Brasil

SUV compacto terá missão de ser um dos carros mais vendidos da marca alemã por aqui
Renan Bandeira
Por
24.01.2025 às 12:15
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SUV compacto terá missão de ser um dos carros mais vendidos da marca alemã por aqui

A Volkswagen aposta as fichas para que o Tera seja seu principal veículo no Brasil. Com isso, estamos falando sobre ele estar entre os mais vendidos e ser como um símbolo da marca, como o Jeep Renegade é para a fabricante americana, por exemplo. Atualmente, o produto mais vendido pela VW em nosso mercado é o Polo, e ele é crucial em uma estratégia quem envolve o hatch e tem a ver com o Fox.

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Voltando no tempo, há 22 anos, o Fox era conhecido pelos brasileiros e o mundo. Afinal, o modelo, embora tenha sido todo projetado pelo time de engenharia do Brasil, foi vendido aqui, América Latina e Europa (nos dois últimos até 2011). Em nosso país, durou de 2003 à 2021 nas lojas, que é um grande feito para um veículo de apenas uma geração.

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O VW Fox era querido pelos brasileiros, e mesmo não tendo o sucesso esperado para suceder o Gol, fez um bom volume de vendas chegando próximo de 1,6 milhão de unidades comercializadas. E o fato dele não ter conseguido o mesmo sucesso do VW Gol foi muito simples: sua plataforma um pouco mais requintada não permitia um preço tão competitivo.

Ponto que as marcas deixaram um pouco de lado nos últimos anos para tentar a cada lançamento agregar mais valor ao produto (e tentar justificar as altas pedidas, é claro). Seja na parte de tecnologias embarcadas, de assistências de condução e segurança, sistema de áudio, motores mais potentes e de menores consumos, e segurança geral do veículo, isso é perceptível.

Com o Tera não será diferente. Mesmo que seja projetado para ser o SUV mais barato da marca no Brasil, manterá a boa rigidez da estrutura MQB A0, os dispositivos de conectividade de Nivus e T-Cross, além de compartilhar motorização, câmbio e várias peças com outros produtos da marca já vendidos por aqui.

E é até por isso que ele não deve ser considerado o substituto do Gol. Mesmo que a fábrica de Taubaté (SP) da Volkswagen esteja se preparando para uma produção anual de mais de 200 mil unidades, o SUV compacto da marca alemã terá preço a partir de R$ 100 mil, e não deve vender como um Polo, por exemplo – e muito menos como o Gol.

Mas o fato de não ser um substituto do VW Gol não é a única similaridade entre Fox e Tera. A receita que a marca alemã depositará em seu novo SUV é algo que já foi visto em 2003, quando Fox foi apresentado.

O Fox foi lançado como um hatch altinho no início do século, classificação que caberia a VW Tera e poderia ser usado com Pulse e Kardian, mas que o marketing sobre o tema “SUV” não deixa – basta ver a similaridade de proporções desses modelos e um C3 Hatch atual. E seu desenvolvimento se deu a partir da plataforma PQ24, que era a usada pelo Polo na época.

Naquele momento, o Polo estava em sua quarta geração e chegava pela primeira vez ao Brasil como hatch. E 22 anos depois, agora com o compacto em sua sexta geração, ele será base para o Tera. Com isso, a marca alemã repetirá a estratégia de construir novamente um “hatch altinho”, que será chamado de SUV, sobre o Polo.

Atualmente, o Polo usa a arquitetura MQBA0 que é a mesma de Nivus, T-Cross e Virtus. A relação entre o hatch e o novo SUV da Volkswagen será bem próxima, com peças estruturais e de acabamento compartilhadas, além de carregar tecnologias, motorização e câmbio idênticas.

Tanto que podemos esperar para o Tera o mesmo entre-eixos do Polo, que é de 2,56 metros. É igual ao que vemos no Nivus também, mas com a diferença de que o novo SUV será mais compacto em comprimento, com pouco mais de 4 metros nesse quesito.

O motor esperado é 1.0 TSI com calibração 170. Isso quer dizer que o modelo terá 116 cv de potência e 16,8 kgfm de torque nas versões mais caras. Já para a versão de entrada, teremos um 1.0 aspirado flex de até 84 cv de potência e 10,3 kgfm de torque. Ambos vêm do Polo.

Até nisso vemos similaridade entre Fox e Tera, já que o finado hatch estreou no mercado com o EA111 1.6 aspirado do Polo MK4. O título de “novo Gol” pode ser pesado para o SUV alcançar, e mesmo o de “novo Fox” pode ser difícil de alcançar, já que 18 anos de mercado e 1,6 milhão de vendas não é para qualquer um. No entanto, não há como negar que receita de sucesso para isso ele tem.

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Projeção: Kleber Silva/KDesignAG

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