Volkswagen Tera usará mesma estratégia do Fox para fazer sucesso no Brasil
A Volkswagen aposta as fichas para que o Tera seja seu principal veículo no Brasil. Com isso, estamos falando sobre ele estar entre os mais vendidos e ser como um símbolo da marca, como o Jeep Renegade é para a fabricante americana, por exemplo. Atualmente, o produto mais vendido pela VW em nosso mercado é o Polo, e ele é crucial em uma estratégia quem envolve o hatch e tem a ver com o Fox.
Voltando no tempo, há 22 anos, o Fox era conhecido pelos brasileiros e o mundo. Afinal, o modelo, embora tenha sido todo projetado pelo time de engenharia do Brasil, foi vendido aqui, América Latina e Europa (nos dois últimos até 2011). Em nosso país, durou de 2003 à 2021 nas lojas, que é um grande feito para um veículo de apenas uma geração.
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O VW Fox era querido pelos brasileiros, e mesmo não tendo o sucesso esperado para suceder o Gol, fez um bom volume de vendas chegando próximo de 1,6 milhão de unidades comercializadas. E o fato dele não ter conseguido o mesmo sucesso do VW Gol foi muito simples: sua plataforma um pouco mais requintada não permitia um preço tão competitivo.
Ponto que as marcas deixaram um pouco de lado nos últimos anos para tentar a cada lançamento agregar mais valor ao produto (e tentar justificar as altas pedidas, é claro). Seja na parte de tecnologias embarcadas, de assistências de condução e segurança, sistema de áudio, motores mais potentes e de menores consumos, e segurança geral do veículo, isso é perceptível.
Com o Tera não será diferente. Mesmo que seja projetado para ser o SUV mais barato da marca no Brasil, manterá a boa rigidez da estrutura MQB A0, os dispositivos de conectividade de Nivus e T-Cross, além de compartilhar motorização, câmbio e várias peças com outros produtos da marca já vendidos por aqui.
E é até por isso que ele não deve ser considerado o substituto do Gol. Mesmo que a fábrica de Taubaté (SP) da Volkswagen esteja se preparando para uma produção anual de mais de 200 mil unidades, o SUV compacto da marca alemã terá preço a partir de R$ 100 mil, e não deve vender como um Polo, por exemplo – e muito menos como o Gol.
Mas o fato de não ser um substituto do VW Gol não é a única similaridade entre Fox e Tera. A receita que a marca alemã depositará em seu novo SUV é algo que já foi visto em 2003, quando Fox foi apresentado.
O Fox foi lançado como um hatch altinho no início do século, classificação que caberia a VW Tera e poderia ser usado com Pulse e Kardian, mas que o marketing sobre o tema “SUV” não deixa – basta ver a similaridade de proporções desses modelos e um C3 Hatch atual. E seu desenvolvimento se deu a partir da plataforma PQ24, que era a usada pelo Polo na época.
Naquele momento, o Polo estava em sua quarta geração e chegava pela primeira vez ao Brasil como hatch. E 22 anos depois, agora com o compacto em sua sexta geração, ele será base para o Tera. Com isso, a marca alemã repetirá a estratégia de construir novamente um “hatch altinho”, que será chamado de SUV, sobre o Polo.
Atualmente, o Polo usa a arquitetura MQBA0 que é a mesma de Nivus, T-Cross e Virtus. A relação entre o hatch e o novo SUV da Volkswagen será bem próxima, com peças estruturais e de acabamento compartilhadas, além de carregar tecnologias, motorização e câmbio idênticas.
Tanto que podemos esperar para o Tera o mesmo entre-eixos do Polo, que é de 2,56 metros. É igual ao que vemos no Nivus também, mas com a diferença de que o novo SUV será mais compacto em comprimento, com pouco mais de 4 metros nesse quesito.
O motor esperado é 1.0 TSI com calibração 170. Isso quer dizer que o modelo terá 116 cv de potência e 16,8 kgfm de torque nas versões mais caras. Já para a versão de entrada, teremos um 1.0 aspirado flex de até 84 cv de potência e 10,3 kgfm de torque. Ambos vêm do Polo.
Até nisso vemos similaridade entre Fox e Tera, já que o finado hatch estreou no mercado com o EA111 1.6 aspirado do Polo MK4. O título de “novo Gol” pode ser pesado para o SUV alcançar, e mesmo o de “novo Fox” pode ser difícil de alcançar, já que 18 anos de mercado e 1,6 milhão de vendas não é para qualquer um. No entanto, não há como negar que receita de sucesso para isso ele tem.
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Projeção: Kleber Silva/KDesignAG
Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.