"Rosbergada": o que significa o termo usado por entusiastas da Fórmula 1

Pérez venceu mais uma e colocou uma dúvida nos fãs de Fórmula 1: ele é capaz de uma "Rosbergada"?
CD
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03.05.2023 às 15:02
Pérez venceu mais uma e colocou uma dúvida nos fãs de Fórmula 1: ele é capaz de uma "Rosbergada"?

 Ao final de 2016 o mundo da Fórmula 1 presenciou o fim de uma amizade e também a consagração de uma das maiores rivalidades da história da categoria. 

Após a bandeirada final do GP de Abu Dhabi, último daquele ano, Lewis Hamilton perdeu o título de pilotos para o seu companheiro de equipe Nico Rosberg — que até hoje se orgulha em dizer que venceu o britânico em carros iguais. 

Os dois, que se conheciam desde os tempos de kart, protagonizaram 3 intensos anos de briga pela ponta já que naquela altura ninguém era páreo para o carro desenvolvido pela Mercedes. 

E depois de batidas em pista, discussões internas, arremessos de boné e muita animosidade, que azedou a amizade dos dois, Hamilton venceu por duas oportunidades e Rosberg conseguiu seu único título e se aposentou logo na sequência. 

Alguns podem compreender a atitude final de Rosberg como um pedido de arrego, já que não aguentava mais o nível absurdo de competição que lhe era imposto por um piloto do calibre de Hamilton. 

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De qualquer maneira, o filho do também campeão Keke, se tornou, a partir disso, um verdadeiro sinônimo de vitória improvável na Fórmula 1. Mas não qualquer vitória… uma vitória de um companheiro de equipe menos capacitado para cima de um piloto muito talentoso. 

Então, ao término do sonolento GP do Azerbaijão de 2023, muita gente, surpresa com a dominante vitória de Pérez, se perguntou: será que vem aí a “Rosbergada”? 

Eu sinceramente já admiti em colunas passadas que não acredito nisso. Mas sonhar ainda é gratuito e por isso recomendo que pulem de cabeça nessa narrativa caso seja isso que façam vocês felizes. 

Sendo justo com o simpático Rei das Ruas (e por que não Rei das Noites também), muito me espantou ele ter tido um ritmo melhor que o de Verstappen mesmo que sua liderança tenha vindo por causa de um safety car. 

Pérez venceu mais uma e colocou uma dúvida nos fãs de Fórmula 1: ele é capaz de uma

Até porque vale lembrar que, apesar de ter um histórico positivo em Baku, em 2021 Checo perderia para Max se não fosse a revolta de um dos pneus do holandês, fora que em 2022 o mexicano esteve bem longe da vitória mesmo chegando em segundo. 

Pois é, ele de fato mostrou que não é o Rei das Ruas à toa. O grande problema é que menos da metade das corridas do ano ocorrem em circuitos de rua, então Pérez vai ter que se virar para conseguir manter esse campeonato vivo, principalmente depois da pausa de verão, quando os autódromos se tornam mais frequentes e isso parece aumentar a vantagem de Verstappen. 

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Quando Rosberg venceu em 2016, ele se aproveitou de um início ruim de ano de Hamilton e levou uma série de corridas em sequência para garantir uma vantagem a ser administrada na segunda metade da temporada. 

Isso permitiu que ele pudesse chegar em segundo em todas as corridas finais da temporada e mesmo assim se mantivesse na ponta da tabela. Me parece uma ótima estratégia para o mexicano, porque se tem algo que Checo Pérez é muito bom é chegar em segundo lugar.  

Talvez se todas as pistas fossem de rua ele tivesse uma chance mais concreta. Mas enquanto a Fórmula 1 não for a Fórmula E, para tristeza de Nyck De Vries, Pérez vai ter que se contentar em ser o azarão. 

Para quem estava quase desempregado no fim de 2020, isso é ótimo. Apesar de eu não acreditar muito, é justo dizer que a “Rosbergada” está mais viva do que nunca. Temos um campeonato. Pelo menos por enquanto…

 Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Caio Diniz é relações públicas e ama todo tipo de esporte. É host do podcast Cronômetro Zerado, espaço no qual aborda a Fórmula 1 sempre de maneira leve e bem humorada.

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