Por que Bombeiros usam cobertor especial para apagar fogo de carros elétricos
Combater incêndio de carro elétrico ainda é um grande desafio para os Bombeiros. Um caso específico chamou atenção fora do Brasil essa semana. Bombeiros do Colorado, nos Estados Unidos, foram atender um chamado de incêndio residencial. Ao chegaram no local, eles se depararam com um Jaguar I-Pace em chamas na garagem.
O SUV 100% elétrico foi completamente consumido pelas chamas e, mesmo com o fogo controlado, a fumaça que saia do interior do Jaguar indicava que algo ali ainda estava em combustão. Era a bateria.
Você também pode se interessar:
- Carros elétricos: matéria prima para a fabricação de baterias está no Brasil
- Carro elétrico ou híbrido flex com etanol: afinal, qual polui menos?
- IPVA de híbridos e elétricos: veja quais Estados oferecem isenção
- Como ficará a cobrança de imposto sobre elétricos e híbridos importados
Como toda nova tecnologia, também surge novas demandas com elas. Assim são os incêndios com carros elétricos. Seja no Brasil ou no exterior, casos de veículos elétricos ou híbridos pegando fogo têm surgido cada vez mais no noticiário atualmente. Mas como apagar o fogo de um carro elétrico?
Inicialmente, os agentes tentaram conter as chamas com o método convencional. Eles até conseguiram, mas chegarem mais próximo do veículo elétrico e perceberam que a bateria feita de íons de lítio ainda estava queimando. Com isso, o risco de o fogo voltar a crescer ainda era alto.
Nesse sentido, o agrupamento decidiu usar uma espécie de cobertor especial para abafar o carro e, assim, conseguir apagar as chamas. A manta custa, nos Estados Unidos, entre US$ 3.000 e US$ 5.000 (até R$ 24.557) e pesa pouco mais de 28 kg. Ela foi colocada sobre o veículo e cobriu toda o Jaguar.
O objetivo dos bombeiros com essa técnica foi suprimir a quantidade de oxigênio que chegava até as chamas. Vale lembrar que o oxigênio é uma substância que ajuda na propagação do fogo.
Eric Husrt, chefe de comunicação dos Bombeiros South Metro Fire Rescue Centennial Colorado, explicou que em situações como essa, a bateria continua queimando:
“Por exemplo, algumas baterias são feitas de íons de lítio, composto altamente inflamável e de difícil controle quando entra em combustão. [...] Podem ser necessário dezenas de milhares de litros de água para apagá-las”, afirmou.
Dito isso, os bombeiros ainda tiveram que retirar o veículo do local e escoltá-lo até um local seguro e isolado. Pois se a manta saísse do elétrico, o contato repentino com oxigênio poderia provocar mais chamas, caso a bateria ainda estivesse queimando.
Na maioria dos carros elétricos e híbridos, as baterias são feitas de compostos de minerais, ou seja, um ou mais são usados para compor a estrutura da bateria. Com isso, existem algumas siglas:
NMC: Lítio Níquel-Manganês-Cobalto H3
LFP: Lítio Ferro-Fosfato
NCA: Lítio Níquel-Cobalto-Alumínio
Li-S: Lítio Enxofre
Para cada composição existe sua especificidade. Então, a depender do custo e da proposta do veículo, a montadora vai optar por determinado tipo de bateria.
Repórter
Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.