Polo Track: como visual "velho" virou tacada de mestre da Volkswagen no Brasil

Hatch tomou lugar do Gol com sucesso e é o carro de passeio mais vendido do país
Diego Dias
Por
31.01.2025 às 18:22 • Atualizado em 03.02.2025
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Hatch tomou lugar do Gol com sucesso e é o carro de passeio mais vendido do país

O Volkswagen Polo Track é sem dúvidas o sucessor do Gol no Brasil, algo que ocorreu no começo de 2023 quando fez sua estreia no mercado. Desde então o modelo conquistou seu espaço com receita própria e conquistou a vice-liderança geral do mercado brasileiro em 2024, sendo ainda o carro de passeio mais vendido do país.

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De acordo com dados da Jato Dynamics encomendados pela Mobiauto, o Polo Track foi responsável por um bom montante das vendas do hatch de entrada da marca. Para se ter ideia, das 140.1857 unidades comercializadas do Polo no país, nada menos do que 93.526 carros são do Polo Track (incluindo versões Rock in Rio e 1ST Edition). Isso significa que na prática a versão mais barata do modelo foi responsável por 67% das vendas.

Os motivos são vários para o sucesso do modelo. Podemos destacar a maior robustez do Polo Track e suas demais variações, que basicamente mudam apenas alguns detalhes de estilo. A principal questão é que, comparado ao Polo MPI e TSI, o Polo Track conta com maiores ângulos de ataque e saída, bem como maior altura em relação ao solo. O Polo Track tem 166 mm de altura do solo contra 149 mm, por exemplo, diferença que pode parecer pouca, mas que ajuda a versão mais básica a raspar menos em valetas e garagens no dia a dia.

O visual do Polo Track também é outra questão que pode ter jogado a favor, mesmo que tenha aproveitado um pouco do Polo antigo – aquele produzido entre 2017 e 2022. Os faróis trazem o mesmo formato do modelo pré-reestilização, mas conta com arranjo interno próprio, embora ainda tenha iluminação halógena – uma clara desvantagem ao conjunto full-LED do resto da família.

Muda também o para-choque, seu maior ponto de diferença perante as demais configurações. A grade inferior com acabamento colmeia e a grade superior o deixam com visual mais esportivo. As lanternas têm máscara negra e parecem ter caído no gosto do consumidor, mesmo que também não tenham LEDs.

Apesar dessas diferenças de visual e altura de suspensão, o Polo Track compartilha o bom motor 1.0 três cilindros aspirado flex MPI, que entrega 77/84 cv (G/E) a 6,450 rpm e 9,6/10,3 kgfm (G/E) de torque a 4.000 rpm. O câmbio é sempre manual de cinco marchas. O consumo fica em até 13,7 km/l na cidade e 15,2 km/l na estrada, sempre com gasolina.

Em resumo, a Volkswagen conseguiu fazer o Polo Track ao requentar o Polo antigo e aplicou algumas mudanças pontuais para diferenciá-lo do restante da família. O trabalho feito com uma suspensão mais alta para lidar com a realidade das ruas brasileiras se mostrou acertado, já que isso acabou se traduzindo em maior robustez e, com o perdão do trocadilho, a estreia da versão Robust com maior capacidade neste aspecto.

Na prática, o Polo Track tomou o lugar do Gol com maestria, mas com uma plataforma mais moderna (MQBA0) e mais segurança. A única questão é que ele é o carro mais barato da Volkswagen no Brasil atualmente, e já parte de R$ 93.990 – sintomas dos novos tempos.

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