Novo Jeep Compass híbrido terá mais de 200 cv e truque para beber menos
O Jeep Compass 4xe foi o primeiro passo da Stellantis em questão de carro híbrido no mercado brasileiro, mas mesmo após alguns anos de mercado o SUV não emplacou por conta do seu preço elevado e a pesada concorrência chinesa. Mas a empresa pode ter aprendido com sua primeira experiência não bem-sucedida, já que poderá aproveitar a base da futura Fiat Toro híbrida e-DCT com sistema híbrido de 48V.
Contamosmais detalhes nessa semana como a nova Fiat Toro poderá ter mais de 200 cv de potência com a nova motorização híbrida, que deverá ser baseada ainda no motor 1.3 turbo flex T270. A questão é que um dos SUVs mais vendidos do Brasil pela Stellantis, o Jeep Compass, deve aproveitar essa solução caseira para atualizar sua gama de motores e assim ter uma versão híbrida competitiva, algo que o Compass 4xe não conseguiu.
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A motorização híbrida da nova Toro se trata de um sistema híbrido batizado de e-DCT, no qual há a presença de uma transmissão automatizada de dupla embreagem como a própria sigla adianta (DCT, de Dual Clutch Transmission). A questão é que o pequeno motor elétrico está instalado na transmissão de dupla embreagem, neste caso um propulsor de 21 kW (cerca de 29 cv de potência).
Dessa forma teríamos também não só uma Toro mais potente, como também um Jeep Compass mais forte que ultrapassaria os 200 cv de potência. São nada menos do que 29 cv extras, o que em tese resultaria em 205 cv de potência no SUV.
Importante dizer que este motor elétrico realmente traciona as rodas em algumas situações específicas, quando o carro não demanda tanto torque como em manobras e velocidades constantes na cidade, por exemplo.
Dessa forma, podemos ter não só a Toro flex nessa potência, como também Compass e até Commander. Ponto interessante é que o sistema elétrico é capaz de tracionar as rodas, algo que não ocorre em um carro com sistema MHEV. De acordo com a Stellantis, essa forma de atuação do sistema híbrido e-DCT de 48V permite o motor de combustão interna ficar desligado por 50% do tempo. Na prática haverá muita economia de combustível.
O sistema híbrido e-DCT terá funcionamento parecido ao de um híbrido pleno convencional, mas com a vantagem de ser uma motorização que não precisa de tantos componentes, sem contar que é mais leve e precisa de menos espaço. Embora mais simples, o sistema elétrico de 48V não demanda uma bateria de grande capacidade para uma boa operação.
No uso diário o pequeno motor elétrico de 21 kW instalado junto ao câmbio DCT vai operar em situações nas quais o motor térmico tem seu pior rendimento, assim vai tracionar as rodas e funcionar enquanto o motor a combustão (provavelmente o 1.3 turbo flex) não atinge sua temperatura ideal de trabalho.
Atualmente a versão eletrificada do Compass no Brasil se trata de um híbrido plug-in, que soma o motor turbo 1.3 GSE a gasolina de 180 cv e 27,5 kgfm de torque a outro elétrico traseiro, que rende 60 cv e 25,5 kgfm. Dessa forma a potência combinada fica em 240 cv, enquanto o câmbio é automático de seis marchas. A bateria de 11,4 kWh fica instalada no piso do carro, cuja autonomia em modo elétrico fica em 44 km.
A
nova motorização deve chegar na próxima geração do novo Jeep Compass, cuja
produção SOP – sigla que indica o início da produção de peças do modelo – será
em 2026, como apurado pela Mobiauto com fontes próximas à marca. Já seu
lançamento deve ocorrer daqui dois anos, no início de 2027.
A nova geração do Compass será feita com base a plataforma STLA-Media, destinada a modelos de porte médio, servindo de base já ao Peugeot 3008 atual. De acordo com as informações que Mobiauto teve acesso com exclusividade, as opções híbridas, que serão as mais baratas do modelo, por exemplo, terão a meta de vender apenas 30 mil unidades no ano. Na prática, o próximo Compass subirá de patamar e ficará mais caro, assim o Renegade também deve subir de preço para abrir espaço para o novo Avenger, mas isso é assunto para outro dia.
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.