VW Taos: onde ele ganha e onde perde para o Jeep Compass em dimensões

Mais espaço e preço competitivo são as armas do novato contra o líder dos SUVs médios.
Renan Bandeira
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13.10.2020 às 16:01 • Atualizado em 19.10.2020
Mais espaço e preço competitivo são as armas do novato contra o líder dos SUVs médios.

 Após o lançamento do Nivus em maio deste ano, enganou-se quem acreditava que a Volkswagen iria esperar o próximo ano para trazer mais novidades. A marca anuncia nesta terça-feira (13), o SUV médio-compacto Taos, que chega no começo de 2021 para completar a gama de opções da categoria no catálogo da empresa.

A dúvida que fica na cabeça de muitos é: com T-Cross e Tiguan no catálogo, qual será a do Taos no mercado? A resposta é bem simples: tentar encarar de frente o Jeep Compass, grande líder do segmento de SUVs médios. 

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Em um passado não tão longínquo, o mercado de utilitários esportivos de porte médio não era tratado com tanta relevância pelas marcas generalistas no Brasil, sendo dominado pelas asiáticas Hyundai, Mitsubishi, Toyota e Honda, que ofereciam Tucson, Outlander, RAV4 e CR-V, respectivamente.

Modelo terá dimensões maiores, preço competitivo, tecnologia e motor mais eficiente como trunfos para encarar o líder disparado dos SUVs médios

Isso durou até 2016, quando a Jeep, que pertence ao grupo FCA, apresentou o Compass e mudou o olhar das empresas para o segmento. O modelo logo ganhou apelo no mercado e se tornou líder (disparado) de vendas - como pode ser visto nos dados abaixo:

  • Em 2016: 6.599 unidades;
  • Em 2017: 49.187;
  • Em 2018: 60.284;
  • Em 2019: 60.381;
  • Em 2020 (janeiro a setembro): 33.683

Líder em vendas em 2017 e 2018, o veículo se tornou o SUV médio a ser batido no mercado nacional, sendo por vezes o SUV mais vendido no geral. Neste ano, a Ford apresentou o Territory como alternativa, mas o preço elevado e o fato de vir importado da China limitam suas vendas.

A Volkswagen conta com Tiguan AllSpace em sua gama. No entanto, o modelo se divide na concorrência de SUVs de tipo C (como o Compass) e D (como Equinox, Caoa Chery Tiggo 8 e RAV4), tanto por suas dimensões quanto por oferecer versões com espaço para sete passageiros.

Modelo terá dimensões maiores, preço competitivo, tecnologia e motor mais eficiente como trunfos para encarar o líder disparado dos SUVs médios

Com o Taos, a Volkswagen direciona o foco de conquistar os SUV de tipo C. Isso pode ser visto pelo porte e também em sua faixa de preços. O novo modelo da marca alemã contará com as seguintes dimensões:

VW Taos: 4,47 m de comprimento; 1,84 m de largura; 1,62 de altura; 2,68 m de entre-eixos; 455 litros de porta-malas.

Jeep Compass: 4,42 m de comprimento; 1,82 m de largura; 1,64 m de altura; 2,64 m de entre-eixos; 410 litros de porta-malas.

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O novato será 5 cm maior em comprimento e 2 cm mais largo que o seu principal concorrente. Seu entre-eixos, compartilhado com o Jetta - já que é construído sobre a plataforma MQB-A, mesma do sedan e também de Tiguan e Golf - é cerca de 5 cm mais comprido que o do Compass.

Modelo terá dimensões maiores, preço competitivo, tecnologia e motor mais eficiente como trunfos para encarar o líder disparado dos SUVs médios

Ele também vence em uma das dimensões mais buscadas pelos interessados em SUVs: porta-malas. São 45 litros a mais do que oferece o Jeep. No geral, o Taos só perderá do rival em altura, por ser 1,5 cm mais baixo.

No Brasil, o Taos será movido pelo já conhecido motor 1.4 TSI turboflex de 150 cv e 25,5 kgfm de torque, aliado ao câmbio automático de seis marchas da Aisin e com tração dianteira. É o mesmo trem de força que equipa as versões básicas do VW Tiguan e a de topo do T-Cross.

Modelo terá dimensões maiores, preço competitivo, tecnologia e motor mais eficiente como trunfos para encarar o líder disparado dos SUVs médios

Infelizmente, o motor é diferente do que será oferecido no mercado norte-americano. Por lá, o novo VW será equipado com o novíssimo 1.5 TSI a gasolina de 160 cv com ciclo Miller, turbo de geometria variável e desativação de metade dos cilindros em velocidades de cruzeiro.

Na América do Norte, o Taos 1.5 TSI existirá com opções de câmbio automático de oito marchas ou automatizado de dupla embreagem com seis marchas e tração integral.

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Essa nova opção de propulsor chega entre 2021 e 2022 para mover o VW Tiguan. O novo conjunto mecânico, aliado às dimensões maiores e à opção de sete lugares, irão definitivamente posicionar o Tiguan na categoria D por aqui, deixando o caminho livre para que o Taos enfrente o Compass.

Oferecendo dimensões maiores, o Taos chega para brigar com as opções de motor flex do Jeep, com preços entre R$ 130.000 e R$ 150.000 - já que a VW não oferece nenhum SUV com opção diesel.

Apesar de defasado em relação aos EUA, o propulsor 1.4 TSI flex do Taos sul-americano é mais eficiente que o 2.0 aspirado flex do Compass, o que pressionará a FCA a entregar o novo propulsor 1.3 turboflex de 180 cv e 27,5 kgfm já no ano que vem.

Modelo terá dimensões maiores, preço competitivo, tecnologia e motor mais eficiente como trunfos para encarar o líder disparado dos SUVs médios

O SUV da VW ainda oferecerá: faróis full-LED, seis ou sete airbags, assistente autônomo de estacionamento, controle de cruzeiro adaptativo com frenagem autônoma emergencial, quadro de instrumentos 100% digital de 10,25 polegadas e central VW Play de 10 polegadas (igual a do Nivus) com internet, central de apps e carregador sem fio para celulares.

Enquanto isso, o T-Cross seguirá como SUV compacto responsável por bater o Chevrolet Tracker por aqui. Com dimensões inferiores ao Taos e motor 200 TSI 1.0 turboflex de 128/116 cv e 20,4 kgfm de torque aliado ao câmbio automático de seis marchas, o modelo seguirá encaixado no degrau abaixo de Compass.

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