De "carro de ladrão" a sedã de luxo, VW Passat dá novo adeus ao Brasil

Relembre a história do Volkswagen Passat antes de dizer adeus pela segunda vez ao sedã.
LF
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11.08.2020 às 15:17
Relembre a história do Volkswagen Passat antes de dizer adeus pela segunda vez ao sedã.

Quase todo brasileiro acima de 30 anos associa o nome Passat ao fastback produzido pela Volkswagen no Brasil entre 1974 e 1988. Mas saiba que o modelo ainda existiu no país por mais alguns bons anos, transformado em um sedã grande, importado e temperado com toques de luxo.

Na verdade, o Passat assumiu muitas facetas e até diferentes nomes em nosso país. O nosso conhecido Santana, por exemplo, representava na verdade uma geração atualizada do Passat vendido na Europa. Mas chegaremos mais adiante a esta parte da história.

O fato é que o atual Passat foi retirado de linha no Brasil após 26 anos de importação. Em nota à Mobiauto, a VW confirmou a descontinuidade do modelo "em razão da alta desvalorização do real". Disse, ainda, que "as últimas unidades à venda estão disponíveis em algumas concessionárias do país".

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Lançado em meados 1973 na Europa e quase um ano mais tarde no Brasil, o Passat de primeira geração derivava diretamente do sedã Audi 80. Seus traços dianteiros não deixavam escapar o parentesco, mas o balanço traseiro exclusivo, ao estilo fastback, distinguia-o bem do irmão. O desenho era de ninguém menos que Giorgetto Giugiaro.

Produzido por 14 anos no Brasil, o Passat nacional existiu apenas com carroceria fastback e opções de duas (lançada em 74), três (de 76 a 84) ou quatro portas (chegada em 75), com ciclos distintos de existência entre elas. Em outros mercados, também teve uma derivação perua. 

Curiosamente, o Brasil produziu uma configuração de cinco portas (ou seja, cuja tampa do porta-malas englobava o vidro traseiro, assim com a de três portas), porém voltada apenas à exportação. Já a perua, por aqui, só ganhou vida de maneira extra-oficial através de uma concessionária da VW, que fazia a customização sob demanda.

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O Passat foi o primeiro VW brasileiro com motor refrigerado a água. Durante seus primeiros anos de vida, usou motores 1.5 de 78 cv e 1.6 com excelentes 96 cv, o que o levou a ser apelidado de "carro de ladrão", por oferecer muita agilidade numa hipotética fuga dos Fusca ou Chevrolet Veraneio usados pela polícia à época.

Com as atualizações visuais a partir de 79 e a chegada dos faróis duplos retangulares (82), veio o "boom" das exportações. A mais famosa delas foi a da configuração quatro-portas para o Iraque, o que levou o modelo a ser apelidado com o nome do país do Oriente Médio.

Ainda sobre o Passat 1, este seguiu em produção até 1988, nas fábricas de São Bernardo do Campo e Taubaté (ambas no estado de SP). No período, teve 675 mil unidades fabricadas e recebeu também motores da família AP. 

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Em seu crepúsculo, ganhou a versão esportiva GTS Pointer, dotada do mesmo propulsor 1.8 de 99 cv (oficiais, para pagar menor tributação, mas que passavam tranquilamente dos 100 cv em qualquer dinamômetro) do Gol GT, incluindo comando de válvulas do Golf europeu.

Apesar da primeira “morte” oficial do Passat, há 32 anos, a verdade é que a segunda geração do modelo na Europa continuou viva no Brasil, e por um bom tempo. Estamos falando da família Santana e Quantum, que seguiu em linha de 1984 até 1993 antes de trocar de geração. No Velho Continente, os dois modelos eram a segunda geração do Passat.

Em 94, a VW passou a importar a quarta geração do Passat da Alemanha, agora como sedã cheio de requintes, usando motores 2.0 e 2.8. Logo ganhou o apelido "Passat alemão". Desde então, nosso mercado passou a acompanhar a evolução do três-volumes conforme suas atualizações na Europa.

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No fim da década de 2010, chegou a contar também com a configuração cupê CC, que pouco tempo durou no país. Desde 2015, em sua atual geração, o Passat utiliza a plataforma modular MQB, além de motor 2.0 TSI de 220 cv e câmbio DSG (automatizado de dupla embreagem). 

Foi pioneiro entre os VW oferecidos no país em tecnologias como assistente de estacionamento (incluindo vagas perpendiculares), central multimídia responsiva e tecnologias semiautônomas de segurança.

Agora, dá o seu segundo adeus. Será que um dia terá direito a uma terceira vida no Brasil? Só o futuro para nos dizer.

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