Nissan V-Drive, o primeiro Versa, diz adeus ao Brasil após 10 anos

O V-Drive até tentou acompanhar a nova geração, seguindo no mercado como uma opção mais barata e de apelo entre frotistas e motoristas de aplicativo, mas não resistiu aos estragos da pandemia e passa a espada para o novo Versa como faziam os samurais.

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A Nissan confirmou nesta semana o encerramento da produção do V-Drive em Resende (RJ). Com isso, a marca deixa apenas o SUV Kicks em produção no país, e apenas quatro modelos em linha em nosso mercado: o próprio Kicks, novo Versa, a picape média Frontier (Argentina) e o elétrico Leaf (importado do Reino Unido). 

Em nota a fabricante afirmou que “a decisão faz parte do ciclo natural de vida do produto, que teve muito sucesso no mercado brasileiro. Com isso, a unidade do Sul fluminense poderá aumentar a sua capacidade de produção do Novo Nissan Kicks, produto mais vendido pela marca no Brasil”. 

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De Nissan Versa a V-Drive

No ano passado, a Nissan apresentou a segunda geração do Versa importada do México, que chamou atenção do público pela sua estética muito mais harmoniosa que a do sedan antigo. As mudanças foram muito mais assertivas no visual do que na mecânica, visto que o três-volumes manteve a plataforma V e o motor 1.6 flex recalibrado para 114 cv. 

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O novo Versa parecia ter saído de um conto de fadas, aquele no qual o sapo se transforma em um belo príncipe. Mas mesmo o sapo, no caso o antigo Versa e atual V-Drive, tinha grandes virtudes que o fizeram ter uma boa receptividade entre o consumidor brasileiro. 

O modelo se destacava principalmente pelo amplo espaço interno, por ter uma das manutenções mais baratas entre os sedans compactos e por pertencer a uma marca japonesa, que, apesar de relativamente nova no Brasil, é reconhecida pela confiabilidade. 

Ao final de sua trajetória no Brasil, foram 183.119 unidades vendidas. Nos últimos anos, as vendas passaram a cair, pois com uma década nas costas e outros sedans mais novos chegando, o V-Drive já não tinha mais o mesmo vigor para competir de igual para igual. E o substituto chegou na hora certa.

A primeira geração do Versa conseguiu dizer adeus com dignidade. Ponto para a Nissan, que entendeu que o limite do modelo foi atingido e decidiu aposentá-lo. Relembre alguns fatos interessantes sobre a trajetória do sedan. 

Dez anos do Nissan V-Drive em dez fatos interessantes

1. Dobro do preço: o Nissan V-Drive chegou ao Brasil em 2011, importado do México apenas com motorização 1.6 e custando R$ 36.000. Em 2015, foi nacionalizado e passou a ser fabricado em Resende (RJ), junto do March. Em 2021, as últimas cinco versões do modelo eram ofertadas entre R$ 64.490 e R$ 82.790.

2. Um milhão de vendas: o Nissan Versa foi lançando mundialmente no começo de 2011. No primeiro ano, teve 448.995 unidades vendidas e, em janeiro de 2014, alcançou o número de 1 milhão de unidades comercializadas no mundo. 

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3. Poliglota: ainda em 2014, o Versa já era comercializado em 84 países, ou seja, quase metade do globo. O sedan é conhecido em algumas partes do mundo por nomes diferentes, como: Sunny, Almera, Latio e Versa. E, mais recentemente, como V-Drive em mercados como México e Brasil.

4. Um carro que dava voltas ao mundo: em 2016, ficou conhecida a história do taxista José Nunes, que comprou um Nissan Versa em 2013 e percorreu aproximadamente 360 mil km com o carro em apenas três anos. O que, segundo a fabricante, equivale a nove voltas ao redor da Terra.

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5. 100 mil unidades vendidas: Depois de cinco anos e meio no Brasil, o Versa era oferecido em seis versões, com motores 1.0 ou 1.6, e opções de câmbio manual ou CVT. Em abril de 2017, atingiu o número tão desejado de 100.000 unidades vendidas no Brasil.

6. Sedan “puro”: muitos sedans são derivados de um hatch, mas com o Nissan Versa não foi assim. Apesar de usar a mesma plataforma de March e Kicks, o V-Drive nasceu de um projeto totalmente original, por isso a Nissan o apresentava como um “sedan puro” quando chegou ao Brasil.

7. Sedan compacto de gente grande: um dos maiores atrativos do Nissan V-Drive era o seu amplo espaço interno. São 2.600 mm só de entre-eixos. Sedans médios como Toyota Corolla e Honda Civic ofereciam, na época de seu lançamento, 2.650 mm. Hoje chegam a 2.700 mm.

Não à toa, o antigo Versa foi visto como carro de família e taxistas por muitos anos. Depois, terminou como um dos melhores carros para motoristas de APP, pelo espaço e pelo custo-benefício.

8. Modelo de um facelift só: quando o Nissan Versa passou a ser produzido no Brasil, em 2015, ele também ganhou um facelift. Foi a única mudança visual do modelo até receber uma nova geração.

As alterações mais expressivas se concentraram na dianteira: grade ficou maior e os faróis ganharam um novo formato. As molduras das luzes de neblinas foram redesenhadas. Nada que tenha feito o primeiro Versa ser visto como um carro mais bonito. 

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9. Motor 1.0 e câmbio CVT: até 2015, o sedan só tinha uma opção de motor: o 1.6 de 111 cv combinado ao câmbio manual de cinco marchas. Mas, junto com a nacionalização, ele ganhou posteriormente o motor 1.0 de 77 cv. E, em 2017, para acompanhar a concorrência, as versões 1.6 ganharam opção de câmbio CVT.

10. Mudança de nome: em 2020, a nova geração do Nissan Versa chegou, bela e tecnológica. E, diferentemente do esperado, a Nissan não tirou a primeira geração do sedan de linha imediatamente. Mas, para não chamá-lo de “velho Versa”, rebatizou-o como V-Drive. 

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Dez anos de venda do Nissan Versa V-Drive

2012: 19.669 unidades
2013: 20.730
2014: 15.400
2015: 17.538
2016: 21.897
2017: 23.370
2018: 27.993
2019: 21.779
2020: 9.906
2021: 4.837

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