Honda Civic, um dos nacionais mais longevos, deve deixar de ser brasileiro

Modelo é produzido no país só não há mais tempo que Gol, Uno, Ka e S10, mas deve deixar de ser nacional nos próximos anos com a troca de geração
Renan Bandeira
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17.11.2020 às 20:37 • Atualizado em 29.05.2024
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 Modelo é produzido no país só não há mais tempo que Gol, Uno, Ka e S10, mas deve deixar de ser nacional nos próximos anos com a troca de geração

 O Honda Civic é um dos modelos mais longevos entre os que são produzidos e comercializados atualmente no Brasil. Lançado em 1973 no Japão, o modelo chegou importado ao país em 1992 e se tornou nacional em novembro 1997, com produção em Sumaré (SP). Atualmente, é feito junto com Fit, City e HR-V em Itirapina (SP).

Por aqui, entre os carros que estão em linha em nosso mercado, o modelo só não tem mais tempo consecutivo de linha de produção que os Volkswagen Gol, Voyage e Saveiro, além do Fiat Uno, todos lançados no início da década de 1980. Da década seguinte, apenas Chevrolet S10 (1995) e Ford Ka, (março de 1997) são mais antigos que ele.

No quesito “tempo de casa” o Honda Civic vence seu rival declarado Toyota Corolla, nacionalizado no fim de 1998, por um ano. Os japoneses são concorrentes desde o desembarque em terras tupiniquins, mas depois de tempos de glória com a maior busca por sedans médios, passaram a ser ameaçados pela onda crescente dos SUVs.

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Se o Corolla ainda vai bem, obrigado, nas vendas em território brasileiro, a Honda apresentará a 11ª geração do Civic globalmente na noite desta terça-feira (17) com uma série de incertezas a respeito do futuro do modelo em nosso país.

 Modelo é produzido no país só não há mais tempo que Gol, Uno, Ka e S10, mas deve deixar de ser nacional nos próximos anos com a troca de geração

De acordo com o site Autoo, a marca já teria decidido dar fim à produção do Civic por aqui em 2022, remanejando seus produtos nacionais por conta da ofensiva SUV e também com foco nos compactos Fit, City e (o inédito) City hatch.  Caso isso se confirme, ainda não há motivos para desespero. É bem verdade que o renome, por si só, não será capaz de salvá-lo. O Volkswagen Golf está aí para comprovar. Mas há, sim, boas chances de esta nova geração do Civic chegar até nós importada do México.

O Civic atual tem uma venda média de 26 mil unidades anuais, que representa um percentual de 16% da categoria. Embora esteja longe do Corolla, que conta com média superior a 60 mil emplacamentos anuais, seu desempenho passa longe de justificar uma retirada total de linha.

De acordo com a associação dos concessionários (Fenabrave), esses são os números de emplacamentos do sedan nos últimos cinco anos:

  • 2020: 15.229 emplacamentos de janeiro a outubro (vendas foram prejudicadas pela pandemia)
  • 2019: 27.318
  • 2018: 25.942 
  • 2017: 25.871 
  • 2016: 20.857 
  • 2015: 31.241

Atualmente, ele é ofertado nas versões LX, Sport, EX, EXL e Touring, com preços que variam entre R$ 107.200 e R$ 146.500. São duas opções de motores, sendo o 1.5 turbo de 173 cv e  22,4 kgfm de torque responsável por equipar a variante Touring e o 2.0 de 150 cv e 19,3 kgfm, as demais configurações.

Ainda não se sabe qual trem de força irá equipar o novo Civic (atualizaremos esta reportagem assim que a informação for divulgada), nem quais versões ele terá, mas um teaser publicado pela marca em seu Youtube mostra alguns detalhes de design do sedan.

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Os faróis full-LED são parecidos com os que equipam o irmão maior Accord e contam com guias de condução diurna na extremidade superior do conjunto óptico. Já as lanternas abandonaram o formato em C e serão horizontais, também em LED. 

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Além disso, a tampa do porta-malas deixou os vincos de lado para adotar uma superfície mais plana, com uma pequena elevaçãoda  aresta para emular um spoiler traseiro.

Civic brasileiro

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O Civic foi fabricado no Brasil a partir de sua sexta geração, com montagem no interior de São Paulo entre 1997 e 2000. O veículo mantinha as linhas asiáticas da geração anterior -  que só era comercializada importada -, e contava com dois motores: D16Y7 de 106 cv e sem comando variável, e D16Y8 VTEC de 127 cv.

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A sétima geração veio logo em seguida, no ano de 2001. Ela durou até 2006 e era equipada com motor 1.7 com duas calibrações, uma de 115 cv e outra de 130 cv.

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Em 2006, chega o “New Civic” ao mercado nacional. O veículo vinha com design futurista, considerado até hoje a principal mudança de visual que recebeu em toda sua trajetória. Não à toa que é uma das gerações mais lembradas pelos amantes do Honda.

Ele era equipado com motor 1.8 flex de 140 cv e tinha câmbio automático de cinco marchas com trocas sequenciais em aletas atrás do volante. Além disso, ainda contava com a variante esportiva Si com motor 2.0 de 192 cv.

Outro destaque foi a substituição da suspensão dianteira por braços duplos triangulares por uma com arquitetura tipo McPherson, mais simples e barata de manter. Tal mudança contribuiu para a popularização do três-volumes em nosso mercado.

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A nona geração estreou em 2012, com soluções mais conservadoras de visual, mas sem a intenção de perder as características do modelo antecessor. Junto ao motor 1.8 veio o 2.0 que compõe a gama até os dias atuais.

A busca por manter o sucesso nas vendas deu certo, e pela primeira vez o Civic ultrapassou o Corolla em emplacamentos. Foram 60.996 vendas em 2013, contra 54.102 do rival. No entanto, lá fora o conservadorismo extremo atrapalhou a vida do Civic, levando a Honda a abreviar seu ciclo para apenas quatro anos.

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Em 2016, a Honda apresenta o sedan com visual mais arrojado e esportivo, tentando causar o mesmo impacto do "New Civic" uma década antes. 

O veículo aumentou a gama de opções quando passou a oferecer o motor 1.5 turbo, além do 2.0. Além disso, acrescentou itens como assistente de partida em rampa, controle de estabilidade e tração e central multimídia de 7 polegadas.

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