Fiat Uno Ciao é a despedida de um dos maiores ícones das ruas brasileiras
A Fiat confirmou, nesta segunda-feira (20), que o Uno terá uma série especial de despedida, como a Mobiauto já havia contado em primeira mão. A versão Ciao, saudação italiana usada por quem cumprimenta e se despede de alguém, terá apenas 250 unidades com preço estipulado em R$ 84.990.
Seguindo o exemplo do Mille quando se despediu, a configuração Ciao se diferencia pelo visual. Todas as unidades são pintadas na cor Cinza Silverstone e tem teto, capa de retrovisores e spoiler traseiro pintados de preto. Um adesivo lateral carrega o nome “Uno Ciao” e a frase “la storia di una leggenda”, que, traduzido do italiano, quer dizer “a história de uma lenda.”
O hatch ainda ganha rodas de liga leve novas de 14 polegadas. Por dentro, o painel é escurecido, com acabamento bicolor (preto e cinza) e carrega a placa numerada (entre 001 e 250) da unidade.
Entre os equipamentos, se destacam o ar-condicionado, o descansa-braço para a primeira fileira de bancos, cluster analógico com tela para o computador de bordo, vidros e travas elétricos e sistema de som com bluetooth.
A versão de despedida Ciao coloca um ponto final na trajetória de 37 anos do Fiat Uno no Brasil. Nesse período, mais de 4,3 milhões de unidades do hatch foram vendidas.
No entanto, o menor interesse dos brasileiros por carros básicos de entrada e as novas regras de emissão da sétima fase do Proconve, tornaram a renovação do Uno inviável. E, com isso, um dos modelos mais queridos da indústria, sai de cena.
Vida longa no Brasil
A história do Uno começou em 1984, quando chegou ao mercado para brigar com VW Gol e cia, tendo como principal virtude o bom aproveitamento do espaço interno. Mas o popular ficou conhecido mesmo pela série de inovações que carregou em seus 37 anos de vida.
Em 1990, por exemplo, se tornou o primeiro carro do Brasil equipado com um motor de 1,0 litro - novidade que se espalhou pelos modelos da época e está presente até os dias atuais.
Quatro anos depois, passou a ter o ar-condicionado como opção entre os equipamentos de fábrica. E ganhou ainda a versão 1.4 Turbo, com desempenho que fazia inveja aos esportivos VW Gol GTI, Chevrolet Kadett GSI e Ford Escort XR3.
Esta, além de ser a primeira experiência com motores turbo da história da Fiat no Brasil, era sucessora dos lendários 1.5R e 1.6R - versões esportivas e aspiradas do hatch que marcaram época e chamavam a atenção com suas pinturas bicolor.
No entanto, foram as versões Mille que marcaram a história do veículo no Brasil. Tanto que, em 2010, a Fiat deu uma segunda geração ao Uno, com linhas arredondadas, e manteve a antiga em linha. A carroceria quadrada foi produzida até o fim de 2013, quando saiu de linha com a série limitada Grazie Mille.
Em 2015, o Uno inovou pela última vez, estreando o sistema Start-Stop entre os populares, que completava a lista de equipamentos da versão Evolution.
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Jornalista Automotivo
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