Estes carros com direito a placa preta provam que estamos ficando velhos

Fiat Uno Mille, Fiat Tipo, VW Logus, VW Gol GTi e até Chevrolet Corsa B são alguns dos modelos que já podem ter placa preta. Confira a lista
JP
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27.10.2023 às 08:00
Fiat Uno Mille, Fiat Tipo, VW Logus, VW Gol GTi e até Chevrolet Corsa B são alguns dos modelos que já podem ter placa preta. Confira a lista

Carros com placa preta sempre chamam a atenção, seja pelo próprio modelo, pelo estado de conservação ou simplesmente por ter a placa, que é considerada como um prêmio para o automóvel.

Isso porque essa placa representa aos carros a sustentação de sua originalidade ao longo dos anos. Hoje em dia, não é tão difícil ter um veículo com esse atributo, já que muitos populares entraram para o "clube dos 30".

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A placa preta só é concedida a carros que possuem pelo menos 80% de originalidade e conservação e possuem 30 anos de fabricação. Dessa forma, precisam ter sido fabricados de 1993 para trás. E é possível que você não tenha se dado conta, mas há uma lista grande de populares dos anos 90 que entraram para o hall dos carros com 30 anos de fabricação.

Os veículos que possuem placa preta não necessitam fazer inspeção veicular. Além disso, são isentos de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) em alguns Estados, como em São Paulo, já que qualquer carro com mais de 30 anos tem direito a essa isenção.

A placa preta diferencia um automóvel com valor histórico de um carro comum e, por isso, ela tende a valorizar os automóveis antigos que a detém. É por isso que donos de clubes de automóveis antigos se mobilizaram para fazer a placa preta não ser extinta com a nova Placa Mercosul.

Como conseguir a placa preta

O proprietário de um veículo com mais de 30 anos, que deseja colocar placa preta em seu automóvel, precisa realizar alguns requisitos para obter tal "honraria" ao seu xodó.

Primeiro, é preciso se filiar a um clube de autos antigos, credenciado pela Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito). Depois disso, é necessário pagar uma taxa e agendar uma inspeção veicular para avaliar cinco pontos essenciais do carro. São eles:

  • Mecânica
  • Elétrica
  • Visual
  • Acabamento externo (conservação)
  • Acabamento interno (conservação)

Em todos esses itens, são avaliados o estado de conservação e a originalidade. Caso os itens estejam mal conservados ou não sejam originais, o carro perde pontos. O carro deve ter o motor preservado, suspensão, equipamentos, carroceria e tecnologia da época. É imprescindível que o carro possua ao menos 80% das peças originais.

Caso o veículo seja aprovado, alcançando 80 pontos, será emitido o certificado de originalidade CVCOL (Certificado de Veículo de Coleção). Esse certificado tem a duração de cinco anos.

Após isso, o proprietário precisa levar o documento emitido ao Detran de seu Estado para atualizar o documento do automóvel. Ele passará da categoria "Passageiro" (PAS/Automóvel) para "Coleção" (COL/Automóvel).

Modelos que completaram 30 anos e já podem ter placa preta

Existem muitos modelos que completaram 30 anos (ou mais), recentemente. A Mobiauto elencou alguns ícones da indústria automotiva, que marcaram gerações no Brasil. Destacamos três modelos abaixo e, em seguida, uma lista mais robusta.

VW Gol GTi

É possível que você já tenha visto um Gol GTi com placa preta rodando por aí. Isso porque o VW Gol GTi já pode ter placa preta há cinco anos, mas é um dos modelos mais icônicos desta lista e, por isso, não poderia ficar de fora.

O Gol GTi chegou ao Brasil em 1989 (após ser apresentado no Salão do Automóvel do ano anterior) e foi o primeiro nacional a portar injeção eletrônica. O "i" minúsculo, inclusive, fazia referência a injeção eletrônica.

O modelo tinha um ar de esportivo, motor 2.0 e fazia de 0 a 100 km/h em 10,4 segundos. O Gol GTi marcou uma mudança no mercado de automóveis brasileiro, abrindo portas para populares com estilos mais arrojados e que entregavam desempenho, além de bom consumo para a época, como é o caso do rival Kadett, trazido pela Chevrolet logo após a chegada do Gol.

Fiat Tipo

O Fiat Tipo, também icônico, já pode ter placa preta (se você tiver um em perfeito estado de conservação, o que pode ser bem difícil). O hatch médio chegou ao Brasil em 1993, com versões que contavam com duas ou quatro portas e ofereciam opcionais top de linha para a época como direção hidráulica, ar-condicionado e até teto solar.

A versão europeia do veículo foi um sucesso no Brasil. Tanto que chegou a liderar o ranking de emplacamentos no País. Porém, após a nacionalização, o carro perdeu valor, já que foram encontrados diversos problemas crônicos (e graves), ocasionando até incêndios.

Fiat Tempra

Irmão de plataforma do Tipo, foi lançado no Brasil em 1991 e chamava atenção pelo bom nível de equipamentos, bem como o design com uma tampa de porta-malas elevada e uma dianteira em formato de cunha. Foi o primeiro sedan turbo vendido em nosso mercado, mas esta só chegou em 1995, o que significa que ainda não tem direito a placa preta.

Já o Tempra 16V, o primeiro carro nacional com quatro válvulas por cilindro, já pode ostentar sua placa preta, pois foi lançado no mercado nacional justamente em 1993, 30 anos atrás.

VW Logus

Entre os não populares, o Logus foi um dos modelos que completou 30 anos em 2023. Com isso, o carro que surgiu de uma associação entre Volkswagen e Ford, a Autolatina, já pode ter placa preta.

O Logus era um sedan atípico. O carro não possuía a opção de quatro portas e contava com motorizações 1.6 e 1.8. No quesito tecnologia, o modelo mais completo chegou com vidros elétricos, alarme e toca-fitas com equalizador, além de ar-condicionado.

Fiat Uno Mille

O Fiat Uno ser elegível a placa preta não surpreende. Afinal, ele é um projeto que remonta ao ano de 1984. A surpresa é ver que o Uno Mille, primeiro carro 1.0 do Brasil e configuração que só foi ser lançada em 1990, já está apto a virar carro de coleção.

Lembrando que o Mille foi o pioneiro de uma legislação que privilegiava a tributação de veículos com motores abaixo de 1.000 cc de deslocamento. A tendência se tornou febre e moldou o conceito de “carro popular” no Brasil até os dias de hoje.

Chevrolet Corsa

Oficialmente, o hatch compacto da GM só estaria elegível no ano que vem, visto que chegou ao mercado para substituir o Chevette e ser um rival mais moderno contra Gol e Uno. Contudo, algumas raríssimas unidades pré-série do Corsa B, produzidas nacionalmente em 1993, já desfilam por aí suas placas pretas.

Ford Escort G2

Assim como o Uno, não causa espanto saber que o Ford Escort, primeiro carro global fabricado pela marca do oval azul no Brasil, pode receber a placa tão amada por colecionadores. Ele também é um projeto de 1984.

Espanto é ver que o Escort G2, lançado no Brasil em 1993, justamente 30 anos atrás. Mais um fruto da Autolatina, utilizava motores da família AP.

Quanto custa ter uma placa preta

O valor total para colocar placa preta em um automóvel gira em torno de até R$ 2000 em 2023. Os clubes de automóveis antigos cobram anuidade e um valor pelo certificado de veículo de coleção. Além disso, são cobrados também a documentação e a vistoria do Detran.

O proprietário precisa pagar a taxa de registro do novo CRV, além da taxa de lacração da placa preta. Os pagamentos são feitos através do número do Renavam. O proprietário também precisa quitar débitos existentes de multas, IPVA ou DPVAT, caso existam, para conseguir finalizar o processo de adesão à placa preta.


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