Chevrolet Suprema: perua do Omega era gigante e teve até motor de Opala

Modelo marcou os anos 1990 pelo porte avantajado, prestou até serviços funerários, e antes de sair de linha ganhou motor do Opala
LA
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06.09.2023 às 15:45
Modelo marcou os anos 1990 pelo porte avantajado, prestou até serviços funerários, e antes de sair de linha ganhou motor do Opala

Em meados dos anos 80, além da VW Quantum, tínhamos VW Parati (líder do segmento), Fiat Elba, Ford Belina, GM Marajó e GM Caravan, que apesar do projeto defasado, ainda arrancava suspiros por onde passava. Desde o lançamento da VW Quantum, o mercado se aqueceu e a competição passou a ser acirrada.

No final dessa mesma década, as novidades esquentavam ainda mais a disputa. Em 1988 a VW Quantum recebia motor 2.0, o famoso AP-2000, e no ano seguinte a Fiat lançava a Elba quatro-portas, a Ford colocava o motor 1.8 na Belina e a GM abalava o mercado no final do ano com a Kadett Ipanema, tendo design moderno e ao mesmo tempo polêmico (lembrando a DKW Vemaguete).

Já nos anos 90, a dança das cadeiras começava. Em 1991, Fiat e VW aplicavam facelift mais elegantes em Elba e Parati, respectivamente, e a GM dava sobrevida à Caravan também com um tapa no visual, enquanto a Ford descontinuava a Belina. No começo de 1992 a Ford lançava a Royale e a VW Quantum era remodelada e se consolidava como o sonho de consumo das famílias.

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No dia 16/04/1992, terminava a produção da linha Opala, onde ele e a Caravan se despediam do mercado. A GM lançava, em seguida, o Chevrolet Omega, modelo considerado pelo próprio marketing como “absoluto”. O sedan médio/grande trazia conceitos não vistos em nosso mercado, mesmo com um projeto já antigo datado de 1986 na Alemanha.

O Chevrolet Omega era a resposta certa para os modelos de luxo que chegaram ao nosso mercado após a abertura das importações. Ele não devia nada à produtos como Honda Accord e Toyota Camry, que começavam a circular pelas ruas brasileiras.

A perua do Omega demorou um pouco mais para ser lançada, e apesar de ser apresentada no salão do automóvel em 1992, chegou ao mercado em abril de 1993, deixando a concorrência nacional automaticamente ultrapassada.

Seu lançamento introduziu tecnologias inexistentes nos demais carros nacionais daquela época. Dentre suas qualidades, destacavam-se o bom desenho aerodinâmico, a excelente performance de seus motores de quatro e seis cilindros em linha, a segurança, o conforto e a qualidade empregada no acabamento.

A tração também era traseira e a suspensão contava com um sistema de nivelamento pneumático constante, que deixava a traseira da perua sempre nivelada, na altura correta, independentemente da quantidade de carga no seu porta-malas, que tinha 540 litros de capacidade. 

Como Omega e Suprema chegaram ao Brasil

O veículo chegou ao mercado com duas opções de motorização e de acabamento: a GLS tinha motor 2.0 com 116 cv de potência a 5.200 rpm e 17,3 kgfm de torque a 2.800 rpm; e a CD, uma usina 3.0 de seis cilindros em linha importada da Alemanha com 165 cv a 5.800 rpm e 23,4 kgfm a 4.200 rpm, fornecido pela Opel. Diga-se de passagem, considerado por muitos melhor que a versão que o sucedeu, o 4.1i.

A versão GLS trazia como itens de série: bancos dianteiros reclináveis e banco traseiro rebatível com apoio de cabeça, cintos de segurança de três pontos dianteiros e traseiros com regulagem de altura, temporizador do limpador/lavador do para-brisa, temporizador do limpador/lavador e desembaçador do vidro traseiro, vidros verdes, retrovisores externos com controle remoto manual, advertência sonora de faróis ligados, luz de neblina traseira, cobertura sanfonada do bagageiro, bagageiro no teto e freios ABS.

Como opcionais: trio elétrico, controle antiesmagamento nos vidros, regulagem elétrica dos faróis, regulagem da coluna de direção, sistema de verificação das funções mecânicas, computador de bordo, rede de proteção separando o bagageiro do habitáculo, ar-condicionado, teto solar elétrico, alarme e regulagem automática de altura da suspensão traseira.

Já a versão CD era a mais moderna e a mais completa do mercado nacional. Trazia como itens de série todos os itens trazidos pela versão GLS, mais: ar-condicionado, trio elétrico com controle antiesmagamento dos vidros, regulagem elétrica dos faróis, faróis de neblina, luz de neblina traseira, coluna de direção com regulagem, computador de bordo, sistema de verificação das funções mecânicas, bagageiro no teto e alarme.

Como opcionais, piloto automático, painel digital, transmissão automática de quatro marchas, rede de proteção separando o bagageiro do habitáculo, teto solar elétrico e toca-discos a laser, o famoso CD Player.

Em 1993, foram apresentados os modelos 2.0 a álcool, tanto na versão sedan quanto na versão perua. A nova potência divulgada era de 130 cv a 5.400 rpm com 18,6 kgfm a 4.000 rpm. À época este era o motor de quatro cilindros com 8 válvulas mais potente fabricado em série no mundo.

Para a linha 1994, foi lançada a versão GL, mais despojada, que trazia um acabamento mais simples, com rodas de ferro, calotas e sem conta-giros no painel, sempre dotada de motor a álcool.

Para o segundo semestre de 1994, foi lançada uma série especial do Omega e da Suprema, batizada de Diamond. Tinha acabamento da versão GLS, e era equipada com o motor 3.0. Esta versão trazia como itens de série o CD player, luzes de longo alcance e computador de bordo. Por dentro, bancos e tecidos das portas com estampas diferenciadas, logo Diamond no centro do volante e na lateral dos para-lamas dianteiros.

A chegada do motor 4.1

A partir do ano-modelo 1995, em substituição aos motores 2.0 e 3.0, a linha recebeu novos motores 2.2 de quatro cilindros com 116 cv a 5.200 rpm e 20,1 kgfm a 2.800 rpm, e 4.1 de seis cilindros em linha com 168 cv a 4.500 rpm e 29,1 kgfm a 3.500 rpm.

O motor 4.1i, em sua essência, era o mesmo do Opala, mas com aperfeiçoamentos tecnológicos que aumentaram o seu rendimento. Fornecido nas versões CD e GLS opcionalmente, o motor decepcionava em desempenho e durabilidade.

Também em 1995 o acabamento na versão CD recebeu algumas melhorias como apliques que imitavam madeira nas portas e no console do câmbio, bancos de couro opcionais, novas rodas com design mais atualizado e retrovisor interno fotocrômico.

Mesmo com tantas melhorias, mas sofrendo concorrência interna com o Chevrolet Blazer, a Suprema se despediu do mercado em 1996 como a melhor e mais cara perua nacional. Mesmo com vida curta, sempre foi disputada no mercado de usados por seu tamanho e acabamento, e hoje, é alvo de colecionadores. O Omega nacional permaneceu em linha até 1998, sendo oferecido a partir de 1999 como importado da Áustria.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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