Chevrolet Opala Diplomata é pura ostentação dos anos 1980

Modelo era equipado com todos os itens disponíveis, além de direção hidráulica e ar-condicionado
LA
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22.11.2023 às 16:20
Modelo era equipado com todos os itens disponíveis, além de direção hidráulica e ar-condicionado

Baseado no Opel Rekord série C de 1967, o Chevrolet Opala foi lançado em 1968 e foi o primeiro carro de passeio da Chevrolet no Brasil. Apesar da carroceria alemã, a mecânica foi baseada no GM Impala norte-americano.

Inicialmente, apenas na carroceria de quatro portas nas versões Standart e Luxo, tinha motores de 4 e 6 cilindros, com 2.500 e 3.800 cilindradas, respectivamente. Seu câmbio era de 3 velocidades à frente e ré, com acionamento na coluna.

Em 1971 era lançada a versão cupê, em um tempo que os veículos de duas portas eram muito mais valorizados no mercado, graças a esportividade de suas linhas e, com isso, ganhou também sua primeira remodelação e o reposicionamento de algumas versões, além do câmbio de quatro velocidades no assoalho.

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Sua segunda remodelação foi na linha 1975, com um design que se aproximava ainda mais dos modelos norte-americanos, graças à frente semelhante ao GM Chevy Nova e a traseira com forte inspiração no Impala.

Neste ano, surgia também a versão perua, a Chevrolet Caravan, além de câmbio automático. Chegava também a versão mais luxuosa Comodoro, em substituição a Gran Luxo. Este modelo se diferenciava com apliques de jacarandá no painel, meio teto de vinil, entre outros detalhes estéticos.

A linha 1980, lançada em meados de 1979, trazia a terceira remodelação, com grandes novidades naquele mercado do regime militar de importações fechadas. Suas versões eram reposicionadas, agora eram Standart, a Comodoro (intermediária) e a Diplomata. Esta versão mantinha todos os opcionais da versão Comodoro, e trazia itens de série como rodas de liga-leve calçadas com pneus 195/70R14, direção hidráulica e ar-condicionado.

Além das novas versões, como missão, os engenheiros tiveram à ocasião 3 preocupações: melhorar ainda mais as características de dirigibilidade, assegurar o conforto à altura do carro e permitir o uso de pneus radiais.

Dentre tais modificações, alteraram na suspensão dianteira a ponta de eixo, recalibraram as molas, aumentaram as buchas e o diâmetro da barra estabilizadora. Na suspensão traseira, novas molas e maior diâmetro dos amortecedores garantiam melhor estabilidade, com conforto.

A caixa de direção, do tipo setor e rosca sem fim (aquela com folga de Kombi) recebia novo barramento, onde demandava menos regulagens, e consequentemente menos folgas.

O estilo com faróis retangulares, novas lanternas, para-choques maiores e capô mais baixo deixavam o veterano com linhas mais adequadas aos anos 80, mantendo-se com poucas alterações significativas de estilo até o fim de sua produção, em 1992.

Seu interior mantinha-se sem alterações, ganhando a inscrição da versão no volante, fosse Comodoro ou Diplomata. Para o Diplomata, mantinha-se o acabamento imitando Jacarandá no painel, e a Comodoro, ganhava acabamento preto em plástico, mais sóbrio. Aliás, esse é o detalhe legal da primeira versão Diplomata 1980, já que o interior foi remodelado apenas na linha 1981.

Quanto ao desempenho e consumo, era adequado a seu tempo: a versão 4 cilindros de 98 cv SAE (76 cv ABNT) a 4.800 rpm e 19,8 kgfm de torque a 2.600 rpm chegava 147 km/h de velocidade máxima, tinha aceleração de 0 a 100 km/h em 17,25 segundos e com consumo de gasolina de 7,8 km/l na cidade e 10,74 km/l na estrada.

Eu sei que seu 1.0 3 cilindros aspirado é mais rápido, mais veloz e economiza o dobro de combustível, mas o torque deste GM 2.5 151 dava a sensação de motor grande. Nem um VW Polo 1.6 16v atual tinha tanto torque quanto esse motor Chevrolet.

Já a versão de 6 cilindros tinha 171 cv SAE (118 cv ABNT) a 4.800 rpm e 32,5 kgfm de torque a 2.600 rpm chegava 173 km/h de velocidade máxima, tinha aceleração de 0 a 100 km/h em 10,04 segundos e com consumo de gasolina de 5,3 km/l na cidade e 9,21 km/l na estrada.

Durante toda sua vida útil, os motores sofreram um problema crônico de vazamento de óleo, e como o custo de resolução era próximo ao do desenvolvimento de um novo propulsor, a General Motors preferiu ignorá-lo até o final da produção do Opala.

Mesmo com um consumo alto e alguns problemas crônicos, o Opala teve uma legião de fãs que o veneram até hoje, em grande parte pelo conforto de sua suspensão, alto torque em baixas rotações, e mesmo seu estilo que marcou gerações. A versão 1980 hoje tem alta valorização e é cultuada pela transição de gerações, morando nos corações dos apaixonados pelo modelo, assim como eu.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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