Chevrolet Omega e Suprema Diamond foram os carros nacionais mais luxuosos do Brasil

Sedan e perua foram referências na década de 1990, trazendo muito luxo e o famoso motor 6-cilindros em linha
LA
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21.02.2024 às 20:45
Sedan e perua foram referências na década de 1990, trazendo muito luxo e o famoso motor 6-cilindros em linha

Os anos 1990 foram, sem dúvidas, repletos de novidades para o mercado automotivo nacional e um período repleto de lançamentos. Um modelo subiu o patamar do que se via até então: o Chevrolet Omega.

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No dia 16 de abril de 1992 encerrava-se a produção da linha Opala, onde ele e a Caravan se despediam do mercado. A GM lançava em seguida o Chevrolet Omega, modelo considerado pelo próprio marketing como “Absoluto”. Pudera, trazia conceitos não vistos em nosso mercado, mesmo com um projeto já antigo datado de 1986 na Alemanha.

Com a abertura das importações na mesma época e modelos mais modernos importados transitando em nossas ruas como Honda Accord e Toyota Camry, o Chevrolet Omega rivalizava diretamente com os modelos japoneses. Assim, a GM continuou com um produto digno de ser chamado de carro de luxo no Brasil.

A versão station wagon demorou um pouco mais para ser lançada e, apesar, de ser apresentada no Salão do Automóvel de 1992, chegou ao mercado somente em abril de 1993, deixando a concorrência nacional automaticamente ultrapassada.

Seu lançamento introduziu tecnologias inexistentes nos demais carros nacionais daquela época. Dentre suas qualidades, destacavam-se o bom desenho aerodinâmico, a excelente performance de seus motores de 4 e 6 cilindros em linha, a segurança, o conforto e a qualidade empregada no acabamento.

A tração também era traseira e a suspensão contava com um sistema de nivelamento pneumático constante, que deixava a traseira da perua sempre nivelada, na altura correta, independentemente da quantidade de carga no seu porta-malas. Por falar nele, tinha espaço de sobra com seus 540 litros de capacidade

O modelo chegou ao mercado com duas opções de motorização e de acabamento: GLS com motor 2.0 aspirado de 116 cv de potência a 5.200 rpm e 17,3 kgfm de torque a 2.800 rpm, e a versão CD com o motor 3.0 de 6-cilindros em linha importado da Alemanha com 165 cv a 5.800 rpm e 23,4 kgfm de torque a 4.200 rpm, fornecido pela Opel. Diga-se de passagem, considerado por muitos melhor que a versão que o sucedeu, o famoso motor 4.1 derivado do Opala.

Em 1993, foram apresentados os modelos 2.0 a álcool, tanto na versão sedan quanto na versão station wagon. A nova potência divulgada era de 130 cv a 5.400 rpm com 18,6 kgfm de torque a 4.000 rpm. À época este era o motor 4 cilindros de 8 válvulas mais potente fabricado em série no mundo.

Para a linha 1994, foi lançada a versão GL, uma versão mais despojada, que trazia um acabamento mais simples. Prova disso é que vinha apenas com rodas de ferro, calotas e sem conta-giros no painel, sempre dotada de motor a álcool.

A partir do segundo semestre de 1994, a GM lançava a linha 1995, em substituição aos motores 2.0 e 3.0. A linha recebeu novos motores 2.2 de quatro cilindros com 116 cv a 5.200 rpm e 20,1 kgfm de torque a 2.800 rpm, bem como o famoso 4.1 de 6-cilindros em linha com 168 cv a 4.500 rpm e 29,1 kgfm de torque a 3.500 rpm.

No mesmo período, foi lançada uma série especial do Omega e da Suprema batizada de Diamond. Era baseada na versão GLS e trazia como itens de série bancos dianteiros reclináveis, banco traseiro rebatível com apoio de cabeça, cintos de segurança de três pontos dianteiros e traseiros com regulagem de altura, temporizador do limpador/lavador do para-brisa, temporizador do limpador/lavador e desembaçador do vidro traseiro, vidros verdes, retrovisores externos com controle remoto manual, aviso sonoro de faróis ligados, luz de neblina traseira, freios ABS, teto solar, além de CD player, luzes de longo alcance, computador de bordo e os remanescentes motores 3.0.

Para a station, ainda tinha cobertura sanfonada no porta-malas e bagageiro no teto. Por dentro, bancos e tecido das portas com estampas diferenciadas, logo Diamond no centro do volante e na lateral dos para-lamas dianteiros. O Omega e a Suprema Diamond eram tão completos que não ofereciam opcionais.

Há quem diga que o motor 6 cilindros de 3.0 era muito melhor que o motor de 4.1 oriundo da linha Opala que, mesmo dotado de aperfeiçoamentos tecnológicos que aumentaram o seu rendimento, ainda era inferior ao motor alemão, mas refinado tecnicamente.

Também para o ano de 1995 o acabamento na versão CD recebeu algumas melhorias: apliques que imitavam madeira nas portas e no console do câmbio, bancos de couro opcionais, novas rodas com design atualizado e retrovisor interno fotocrômico.

Mesmo com tantas melhorias, mas sofrendo concorrência interna com o GM Blazer, a Suprema se despediu do mercado em 1996 como o melhor e mais cara perua nacional. Mesmo com vida curta, sempre foi disputada no mercado de usados por seu tamanho e acabamento e, hoje, é disputada por colecionadores. O Omega nacional permaneceu em linha até 1998, sendo oferecido a partir de 1999 como importado da Austrália.

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Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua como BPO, e há 20 anos, ajuda pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação.

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