Chevrolet Chevette: o compacto de tração traseira que conquistou o Brasil

Vida e morte do Chevrolet Chevette o último compacto de tração traseira da GM no Brasil
LA
Por
01.02.2023 às 19:00 • Atualizado em 16.02.2023
Vida e morte do Chevrolet Chevette o último compacto de tração traseira da GM no Brasil

 Em 1973 chegava ao Brasil a quarta geração do Opel Kadett, o nosso querido e saudoso Chevrolet Chevette. Em época de regime militar, GMB rebatizou o moderno automóvel de Chevette (nome já usado no exterior para versões do Kadett), a fim de evitar qualquer associação à patente militar. 

Chegou usando um moderno motor 1.4 (para a época), e fez muito sucesso pelo conforto, estilo e robustez, que foi comprovada com o passar dos anos.

A tração traseira angariou fãs pela facilidade de uso em pisos difíceis, sendo um concorrente direto aos Volkswagen a ar, imbatíveis neste tipo de terreno, ou mesmo para manobras mais audaciosas e exibicionistas de alguns garotos aventureiros. Teve vida longa, com quatro remodelações e várias configurações em seus 20 anos de produção no Brasil. 

 Anuncie seu carro na Mobiauto  

Chevrolet Chevette hatch 

Vida e morte do Chevrolet Chevette o último compacto de tração traseira da GM no Brasil

Seu primeiro face-lift foi na dianteira em 1978, complementado em 1979 com a reformulação de sua traseira no lançamento da linha 1980 (coisas dos anos 70 e 80). No mesmo ano era lançada a versão hatch, com um design que agradou bastante, mesmo com sua ineficiente ergonomia, porta-malas pequeno e alto consumo.

Marajó e Ouro Preto 

Vida e morte do Chevrolet Chevette o último compacto de tração traseira da GM no Brasil

Nos idos de 1980, foi apresentada a linha 1981 e mais um integrante: a versão Station GM Marajó, no português claro, a versão perua do Chevette. 

Em 1983, uma reestilização de toda a linha Chevette onde ganharia linhas mais modernas e equiparadas ao moderno GM Monza, a Chevrolet lançou uma série especial para o sedan intitulada Chevette Ouro Preto com motor 1.6 e acessórios do extinto Chevette SR.

Segundo a Chevrolet, o nome foi escolhido por combinar com os equipamentos “nobres” adotados no carro, entre eles, bancos com encosto alto individuais (sim, era anunciado assim), vidros escurecidos, vidros traseiros basculantes, limpador de para-brisa com temporizador, volante esportivo, tampa do porta luvas com fechadura, alças no teto e forro do teto na cor preta.

Além de pneus radiais 175/70S R13 sem câmara, spoiler dianteiro, para-choques exclusivos e ponteira de escapamento dupla. No habitáculo, chamava atenção o painel de instrumentos com conta-giros e vacuômetro, console central com medidor de combustível, temperatura, voltímetro e relógio elétrico.

Leia também:  Dacon Chubby: o insano VW Santana hatch com motor 2.0 do Gol GTi

Mas suas características mais marcantes eram as cores: dourado com detalhes pretos e rodas de 13 polegadas na cor da carroceria, ou preto com detalhes e rodas douradas. A versão era identificada por decalques nas laterais, de muito bom gosto.

Com desempenho bastante satisfatório para a época, trazia 78 cv SAE (66cv ABNT) a 5.800 rpm, 12,4 kgfm de torque a 3.600 rpm e chegava a 100 km/h em 17,64 segundos, com velocidade máxima de 149 km/h.

A picape Chevy 500 

Vida e morte do Chevrolet Chevette o último compacto de tração traseira da GM no Brasil

Falando novamente da cronologia, em 1983 foi apresentado a picape Chevy 500, com capacidade de carga de 500 kg e tração traseira. Fez muito sucesso para quem o usava em terrenos difíceis, e ainda é visto rodando (e sempre a trabalho) pelo interior do país.

A partir da linha 1986, passou a ser oferecido em todas as versões com o câmbio automático de três velocidades, sendo uma excelente opção para os raros fãs deste tipo de câmbio daquela época.

Em 1987, teve seu último face-lift, recebendo novos padrões de acabamento e para-choques envolventes de plástico, ficando ainda mais parecido com o já consagrado irmão maior, o Monza.

Várias motorizações compuseram seu conjunto motriz: 1.4, 1.6, 1.6/S e um ano antes de sair de linha, a pálida versão 1.0 com parcos 50 cv do espartano Chevette Junior, representante da guerra dos 1.0 (falaremos em breve sobre esta época). 

 Anuncie seu carro na Mobiauto  

Teve também 4 portas, versão Hatch, Wagon e até pick-up, além de câmbio automático, sempre oferecido pela GMB em todas as suas versões. 

Na mão da garotada, recebia inclusive os motores 2.5 e 4.1 do Opala, ganhando muito torque e agilidade, graças a seu baixo peso.

Nos anos 90, passou a receber inclusive o motor AP VW, aproveitando sempre a ótima caixa de câmbio original, e os motores de GM Vectra e Astra, nas mais variadas cilindradas, sem falar dos turbos, sempre presentes em qualquer motor, principalmente aos adeptos dos circuitos de arrancada.

A versão Hatch se despediu nos idos de 1987, e a versão Wagon em 1989. Mesmo com a chegada da quinta geração em 1989 em nosso país e desta vez intitulada com seu nome original Kadett, o nosso Chevette sedan sobreviveu até 1993 na versão sedan, quando foi substituído no início de 1994 pelo Corsa Wind, outro grande sucesso trazido da Opel, que também contarei a respeito mais para frente.

O último representante da quarta geração do Opel Kadett se despediu em 1995 na versão picape (o Chevy 500), sendo o último GM pequeno a ser oferecido no mercado nacional com tração traseira.

 Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.  

Créditos: Ateliê dos Carros / Reprodução internet

Você pode se interessar por:
O injustiçado motor 1.0 16V que equipou o VW Gol nos anos 1990
A raríssima VW Saveiro diesel criada por concessionários que virou lenda
Gasolina sintética é o que salvará Fusca, Opala e outros clássicos no futuro
Fiat Tipo: o polêmico hatch italiano que incendiou o mercado dos anos 90

Comentários