Avaliação: Fiat Pulse 1.3 CVT, o SUV automático mais barato do Brasil

Ele é o primeiro degrau no universo SUVs nacionais e peca pelo excesso de simplicidade, mas tem carisma e conforto para conquistar seus donos
Renan Bandeira
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09.03.2022 às 18:56 • Atualizado em 13.03.2022
Ele é o primeiro degrau no universo SUVs nacionais e peca pelo excesso de simplicidade, mas tem carisma e conforto para conquistar seus donos

O Fiat Pulse chama atenção por onde passa. Na semana em que a Stellantis nos cedeu o SUV compacto para avaliação, ele ganhou vários olhares nos semáforos. No supermercado, fui surpreendido por dois senhores que rodeavam o carro: eles elogiaram seu visual e pediram minhas impressões a respeito.

Embora esteja em seu quarto mês de mercado, o Pulse ainda é uma novidade para muitos brasileiros. No entanto, ele já mostra que será uma pedra no sapato para Jeep Renegade, VW T-Cross e companhia entre os SUVs mais vendidos no país, já que emplacou 11.759 unidades desde sua chegada - e promete vender ainda mais.

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A nossa reportagem teve um primeiro contato com o modelo em seu lançamento e depois experimentou por mais tempo a versão Audace 200 Turbo. Agora, passamos uma semana completa com a versão Drive 1.3 CVT, a opção mais acessível de SUV compacto com câmbio automático no mercado nacional.

Afinal, o Caoa Chery Tiggo 2 saiu de linha, como apurou os colegas do Autoesporte, e os concorrentes diretos Caoa Chery Tiggo 3X e VW Nivus partem de R$ 105.490 e R$ 118.350, respectivamente.

Mas se a configuração Drive 1.3 CVT do Pulse é o primeiro degrau da categoria no Brasil, a Mobiauto avalia a opção e conta todos os detalhes daquele que promete ser o primeiro SUV de muitos brasileiros.

Ele é o primeiro degrau no universo SUVs nacionais e peca pelo excesso de simplicidade, mas tem carisma e conforto para conquistar seus donos

Fiat Pulse Drive 1.3 CVT 2022 - Preço: R$ 94.804. Pintura metálica: R$ 2.000. Total: R$ 96.804.

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Visual e acabamento interno

A Mobiauto já contou todos os detalhes visuais, de espaço interno da cabine e do porta-malas do Pulse em vídeo, que você pode ver logo abaixo. Neste artigo, vamos nos concentrar no que a versão de entrada do modelo oferece. 

A configuração Drive 1.3 CVT, obviamente, é básica. Por isso, não tem faróis de neblina nem rodas de 17 polegadas, por exemplo. Mas já oferece um bom pacote de iluminação com faróis, luzes de condução diurna e lanternas de LED, que ajudam a deixá-lo mais sofisticado. As rodas de liga leve aro 16 são bonitas e a pintura Azul Amalfi deixa o Pulse ainda mais destacado no trânsito.

Ao entrar na cabine, praticamente vemos o interior do Fiat Argo. O painel no formato de cascata, o posicionamento do cluster e da central multimídia lembram muito os do hatch. As saídas de ar-condicionado horizontais e o volante com novo cubo, inspirado nos Jeep, são os itens que diferenciam o SUV.

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Os bancos são revestidos em tecidos, confortáveis e bem acabados. Embora sejam simples, a coloração casa bem com o acabamento preto das portas e prata das maçanetas internas. Já o descansa-braço é de correr e ajuda o condutor a encontrar uma posição melhor de apoio. Ele conta ainda com um interessante porta-lenço interno.

Como já virou item de reclamação em diversos grupos, a tampa do porta-luvas estava mal encaixada e desalinhada em relação ao desenho do painel, algo que deixa a desejar. O excesso de plástico rígido tampouco agrada muito.

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Dimensões: 4.099 mm de comprimento, 2.532 mm de entre-eixos, 1.774 mm de largura, 1.576 mm de altura, 370 litros de porta-malas, 47 litros do tanque de combustível e 1.187 kg de peso em ordem de marcha.

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Desempenho e dirigibilidade

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Dirigir o Pulse com motor 1.3 e câmbio CVT é praticamente a mesma experiência de estar conduzindo a Fiat Strada Ranch, que tem o mesmo conjunto mecânico e que a Mobiauto já avaliou aqui.

Motor: 1.3, dianteiro, transversal, quatro cilindros, 8V, aspirado, flex

Taxa de compressão: 13,2:1

Potência:  98/107 cv (a 6000/6.250 rpm) (gasolina/etanol)

Torque: 13,2/13,7 kgfm (a 4.250/4000 rpm) (gasolina/etanol)

Peso/potência: 12,1/11,1 kg/cv (gasolina/etanol)

Peso/torque: 89,9/86,6 kg/kgfm (gasolina/etanol)

Câmbio: automático do tipo CVT, simula sete marchas

Tração: dianteira

0 a 100 km/h: 12,2 e 11,4 segundos (gasolina/etanol)

Velocidade máxima: 173/177 km/h (gasolina/etanol)

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A posição de dirigir é realmente boa e elevada, e ainda pode ser ajustada manualmente. O motor 1.3 aspirado não tem tanto apetite quanto o 1.0 turboflex das versões mais caras do Pulse, mas entrega o suficiente para rodar na cidade sem sufoco. 

O SUV traz o modo Sport de condução, que pode ser acionado no volante (a diferença é que seu botão, nesta versão, é preto e não vermelho). Quando ele entra em ação, o propulsor aumenta o giro em cerca de 500 rpm e o carro fica ligeiramente mais espertinho, com respostas mais rápidas do acelerador para enfrentar ladeiras.

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Nosso teste foi 100% em perímetro urbano, mas o SUV deve sofrer um pouco menos nas retomadas de velocidade e acelerações do que a Strada 1.3 CVT em rodovias. Afinal, ele é mais leve e ágil que a picape, tanto que seu 0 a 100 km/h é até 0,6 segundo mais rápido que o da prima com caçamba usando o mesmo trem de força.

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O Pulse ainda garante uma boa experiência de condução e deixa o motorista menos cansado por causa do CVT, já que simula marchas e não há solavancos nas trocas. No dia a dia, é notável sua capacidade de transpor obstáculos e rampas. Não raspamos nenhuma vez o carro, graças aos bons ângulos de ataque (20,3º), saída (31,4º) e vão livre (188 mm).

As suspensões são robustas e aguentam o tranco das ruas mais esburacadas, mas não espere por uma absorção tão boa quanto a de SUVs maiores, como Hyundai Creta e o próprio Renegade. A dianteira, McPherson, até controla bem os trancos dos buracos e lombadas, mas o eixo de torção na traseira faz o compacto chacoalhar.

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A vedação também deixa um pouco a desejar. Em ruas mais silenciosas já se ouve o barulho do motor e o trabalho da transmissão. Nas mais movimentadas, a cabine é tomada pelo ruído externo da rolagem de outros veículos e buzinas de motociclistas.

Os freios seguram bem o Pulse. Mesmo usando tambores na traseira, ele apresenta frenagens espertas na cidade, rodando a velocidades mais controladas. Além disso, o sistema TC+ (bloqueio eletrônico do diferencial) é um bom amigo para enfrentar algumas rampas mais íngremes sem patinar.

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Dados técnicos: direção elétrica, suspensões independentes do tipo McPherson (dianteira) e eixo rígido (traseira), freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira), 10,5 m diâmetro de giro, 188 mm de vão livre do solo, 20,3º de ângulo de ataque e 31,4º de ângulo de saída.

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Consumo

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Em ciclo 100% urbano, usando sempre o ar-condicionado e sem poupar o acelerador, o Pulse cravou 9,1 km/l com etanol nas medições da Mobiauto, sempre com ar-condicionado ligado. 

É pouco menos do que o declarado pelo Inmetro, mas um número obtido sem muitos esforços, o que mostra que a boa fama do Pulse 1.3 quanto à economia em consumo de combustível é mesmo verdadeira.

Consumo Pulse Drive 1.3 CVT (Inmetro): 9,2 km/l com etanol e 12,9 km/l com gasolina na cidade; 10,4 km/l com etanol e 14,3 km/l com gasolina na estrada.
Consumo Mobiauto: 9,1 km/l com etanol na cidade

Na comparação com a configuração Turbo 200, o SUV com motor 1.3 aspirado só não é mais eficiente em ciclo rodoviário com gasolina. Segundo o Programa de Etiquetagem Veicular do órgão governamental, o Pulse 1.0 turboflex faz 8,5 km/l com etanol e 12 km/l com gasolina na cidade, e 10,2 km/l com etanol e 14,6 km/l com gasolina na estrada.

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Tecnologia e segurança

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Além do conjunto óptico full-LED comentado no início deste texto, a grande sacada do Pulse Drive em relação à tecnologia está na central multimídia. Nesta versão, ele traz de série uma tela de 8,4 polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, o que é uma grande comodidade.

Entre os opcionais, o cliente pode escolher a tela de 10,1 polegadas por mais R$ 1.000. No entanto, as duas entregam a mesma qualidade, velocidade e interatividade, tornando essa troca interessante apenas pelo tamanho da tela.

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O console central possui um apoio específico para colocar um smartphone e fica bem ao lado das portas de carga lenta. Uma delas é do tipo C e já está alinhada aos carregadores dos smartphones mais novos. Não há carregador de celular sem fio, mas ele não faz muita falta.

O ar-condicionado é outro ponto positivo por ser automático e digital (na central multimídia). Além disso, a Drive 1.3 CVT tem sensores de estacionamento traseiros, que por sinal estão em recall por mau funcionamento - você entender melhor clicando aqui.

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O quadro de instrumentos é mais uma das peças que lembra o Argo. Os mostradores são analógicos e tem uma tela de 3,5” para o computador de bordo, que é multifunções e pode ser controlado pelo volante multifuncional.

Sentimos falta das assistências ao motorista que equipam as versões mais completas do SUV, como alerta de saída de faixa, frenagem autônoma e farol alto automático, por exemplo. Além disso, um detector de ponto cego cairia muito bem para justificar os quase R$ 100 mil pedidos pela Stellantis.

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Itens de série - Fiat Pulse Drive 1.3 CVT

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Visual: barras longitudinais no teto, faróis de LED, lanternas de LED, luz de condução diurna de LED, rodas de liga leve de 16 polegadas, maçanetas da cor da carroceria e retrovisores externos da cor da carroceria.

Conforto: abertura elétrica do bocal de abastecimento, ar-condicionado automático e digital, banco do motorista com regulagem de altura, volante multifuncional, direção elétrica, vidros elétricos em todas as portas e volante com regulagem de altura.

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Tecnologias:  central multimídia com tela de 8,4" touchscreen, Apple Car Play e Android Auto sem fio, USB Tipo A e Tipo C, computador de bordo, controle de cruzeiro, TC+ e sensor de estacionamento traseiro.

Segurança: quatro airbags, alarme antifurto, alerta de não utilização do cinto de segurança para todos os ocupantes, controle de estabilidade e tração, sistema de partida em rampa e monitoramento de pressão dos pneus.

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Conclusão

Ele é o primeiro degrau no universo SUVs nacionais e peca pelo excesso de simplicidade, mas tem carisma e conforto para conquistar seus donos

A versão Drive 1.3 CVT é uma opção digna para quem quer comprar um SUV sem gastar mais de R$ 100 mil. Ela é básica e não vai mimar os proprietários como as opções mais caras, mas o motor 1.3 casa muito bem com a transmissão automática e garante uma boa condução. 

Além disso, a posição mais alta de dirigir e a suspensão elevada são bons pontos para quem busca mais segurança e menos cansaço no uso diário.

Imagens: Renan Bandeira/Mobiauto - Artes placas: Kleber Silva/Mobiauto

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