A lei bizarra de São Paulo que proibiu táxis de Chevrolet e Ford

Decreto excêntrico do prefeito de São Paulo no final dos anos 1920 proibia veículos das duas marcas de serem usados como táxis
LF
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14.02.2023 às 18:00
Decreto excêntrico do prefeito de São Paulo no final dos anos 1920 proibia veículos das duas marcas de serem usados como táxis

 Hoje em dia, tanto os táxis quanto aplicativos de transporte de passageiro são muito comuns. Exceto se você pedir um carro de categoria específica, como táxi preto ou “Uber Black”, provavelmente terá que andar em um carro de pegada mais popular. Se o ar-condicionado estiver funcionando e ligado, já será uma vitória.

Entre as frotas de aplicativo ou taxistas, é muito comum encontrar veículos da Chevrolet e da Ford. Porém, há quase 100 anos, uma medida curiosa fez com que modelos das duas marcas fossem proibidos de circular como táxi na cidade de São Paulo.

Tudo porque, em 1927, o então prefeito da capital paulista, José Pires do Rio, resolveu proibir os modelos Chevrolet Superior e Ford T de serem usados como "carros de praça", os táxis da época - que recebiam esse nome porque os motoristas costumavam esperar passageiros nas grandes praças das cidades.

Decreto excêntrico do prefeito de São Paulo no final dos anos 1920 proibia veículos das duas marcas de serem usados como táxis

Ford T - 1927

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A alegação de Pires do Rio era que os dois modelos eram “simples demais” para esse tipo de serviço, em uma época na qual pagar por um táxi era algo que só a elite da cidade poderia. Chevrolet Superior e Ford T estavam entre os carros mais baratos do mercado nacional e, por isso, se popularizaram especificamente a esse tipo de serviço.

Decreto excêntrico do prefeito de São Paulo no final dos anos 1920 proibia veículos das duas marcas de serem usados como táxis

Chevrolet Superior Sedan - 1925

Vale lembrar que tanto a Chevrolet quanto a Ford já possuíam linhas de montagem no Brasil na época. Mesmo assim, o aspecto popular dos modelos não se convertia em um preço necessariamente baixo.

Em 1927, o Chevrolet Superior custava cerca de 7,5 contos de réis, enquanto o Ford T saía por 5,25 contos. Convertendo para valores atuais, estamos falando em veículos “simples demais” que custavam R$ 420 mil e R$ 294 mil, respectivamente.

Porém devido a diversas críticas tanto da população quanto da imprensa paulistana na época, a norma não durou muito tempo e, em pouco menos de um mês, a prefeitura soltou uma nota revogando a anterior. Os táxis de Chevrolet e Ford estavam livres novamente para circulação.

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