VW Gol GTi: 12 curiosidades da versão mais cara e desejada do hatch
O Volkswagen Gol foi um dos modelos mais longevos da história da indústria nacional com 42 anos de linha de produção. Em seus últimos anos de vida por aqui, se rendeu em ser um carro de entrada, mais básico e sem requintes, mas nem sempre foi assim. Na década de 1990, a VW deu ao modelo a versão GTi, que fez o hatch subir de patamar.
Vale lembrar que essa não foi a primeira versão esportiva que o Gol ganhou em sua trajetória. Primeiro veio a GT, em 1984, quando o compacto ganhou o poderoso motor 1.8 aspirado a gasolina de 99 cv declarados e 14,9 kgfm, números expressivos para o mercado nacional naquela época.
Depois, o GTS virou a bola da vez, em 1987, mantendo o AP-1800S do GT no cofre, mas ganhando novidades visuais e melhor acabamento interno, o que ajudou o Gol a conquistar a primeira posição do ranking de vendas nacional pela primeira vez na história.
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Um ano depois surge o GTi, configuração que mudou completamente o cenário da indústria nacional. Ele foi apresentado no Salão do Automóvel de 1988, chegou às lojas em 89, e ainda não tinha o facelift da unidade que ilustra este artigo, mas já era empurrado pelo tecnológico 2.0 aspirado a gasolina, sendo o primeiro veículo fabricado e vendido no Brasil a oferecer injeção eletrônica.
A partir disso, as marcas concorrentes iniciaram suas corridas para entregar uma solução de alimentação parecida para os motores de seus carros, abandonando o carburador, para bater de frente com a tecnologia da Volkswagen.
Mas o Gol GTi não surpreendeu só por isso. A Mobiauto conheceu a rara unidade que pertence a Volkswagen – assista o vídeo abaixo - e que está guardada a sete chaves na Garagem da montadora, localizada na fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), e conta agora 12 curiosidades que a versão esportiva carrega.
12 curiosidades do Gol GTi, versão mais rara e desejada da história
1) Motor 2.0 injetado: a lista tem que começar pelo sistema de injeção eletrônica do Gol GTi, que era uma Bosch LE-Jetronic com dois processadores para controlar alimentação e ignição. Foi o primeiro veículo fabricado e vendido por aqui com esse tipo de tecnologia, e a usina ainda rendia bons 120 cv de potência e 18,3 kgfm de torque.
2) Desempenho melhor que de Polo TSI: o motor do Golzinho era forte e garantia uma aceleração de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos, segundo a Volkswagen. Para se ter uma ideia, o novo Polo com motor 170 TSI, independente do câmbio, não faz a mesma prova em menos de 10 segundos. Apenas a versão GTS atual do hatch com tempo de 8,4 segundos, bate o GTi.
3) Entre-eixos menor que o do Kwid: os carros cresceram no passar das décadas, hoje os hatches compactos têm comprimento próximo dos 4 metros, e o Gol tinha 3,85 m. Em entre-eixos, principal medida que dita o espaço interno, o hatch da marca alemã media 2,35 m. Como referência, um Renault Kwid tem 2,42 m na mesma dimensão.
4) Bancos esportivos: os bancos Recaro davam um requinte maior ao acabamento interno, que já era superior ao de todas as outras versões. Com desenho esportivo, encosto de cabeça vazado, ajuste de altura, gavetinha para apoio das pernas, revestimento diferenciado e laterais mais largas, eles eram ponto-chave da cabine.
5) Ar-condicionado: não era um item de série, mas sim um opcional oferecido pela Volkswagen. Para se ter uma ideia, este era o único item disponível para deixar a versão mais completa.
6) Vidros elétricos: hoje em dia estamos acostumados com os carros terem vidros elétricos, mas em um passado nem tão distante, isso não era tão comum assim. O GTi carregava o sistema, que controlava os vidros das portas dianteiras, e que tinha comandos nas duas portas do carro.
7) Tempo de fabricação: o GTI da primeira geração, que era o de carroceria quadrada, foi fabricado entre 1988 e 1994. Nesse período, o modelo ganhou uma atualização no visual, em que foi popularmente apelidado de “chinesinho”.
8) Ajuste elétrico do retrovisor: o comando do ajuste elétrico do retrovisor não ficava posicionado no apoio de braço esquerdo, como vemos na maioria dos veículos vendidos hoje no Brasil. A chavinha ficava mais abaixo no painel da porta.
9) Visual diferenciado: a pintura era praticamente bicolor. Tínhamos a carroceria banhada a tinta e os apliques prateados no rodapé das portas e para-lamas. Ele ainda contava com aerofólio traseiro, faróis auxiliares e de neblinas. Por dentro, tinha volante quatro-bolas e a manopla do câmbio era revestida em couro.
10) Painel satélite: os APzeiros de plantão amam o painel satélite. Diferente das outras opções de painel que equipavam versões mais baratas do Gol, este deixa todos os acionamentos próximos à mão do motorista, seja os botões de farol, neblina, pisca-alerta, entre outros.
11) Carro perdeu afogador: com introdução do sistema de injeção eletrônica, o Gol também se tornou o primeiro veículo nacional a perder o afogador. Esse sistema funcionava como auxílio ao carburador, usado geralmente em dias frios para injetar mais combustível.
12) Discos ventilados: ele andava bem e tinha que frear bem também, tanto que seus freios dianteiros eram a discos ventilados. Hoje o componente é mais comum, mas na época não era costume ver carros com ele.
Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.