Volkswagen vai matar Saveiro antes de lançar a Tarok no Brasil; Entenda

Picape compacta ganhou tapa no visual no ano passado, mas sobrevida será curta
Renan Bandeira
Por
12.03.2024 às 12:17
Picape compacta ganhou tapa no visual no ano passado, mas sobrevida será curta

A Volkswagen Saveiro ganhou um tapa no visual ano passado, mas sua sobrevida não vai durar tanto no mercado. A picape compacta, rival da Fiat Strada, passou por uma reformulação em 2023 e recebeu uma nova dianteira, novos detalhes na traseira, mantendo o motor 1.6 aspirado flex e o câmbio manual – nada de automático.

As novidades deram um sopro de vida para a VW Saveiro, no entanto, a picape já está com os dias contados em nosso mercado. Mobiauto teve acesso a informações nos últimos dias que afirmam que a Saveiro não estará mais no mercado quando a Tarok, sua prima maior, chegar por aqui.

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Vale lembrar que a Tarok voltou aos planos da Volkswagen no Brasil, ainda que seu projeto atual seja bem diferente do modelo apresentado por aqui no Salão do Automóvel de São Paulo em 2018. Em contrapartida, quem sairá dos planos de uma vez por todas é a Saveiro atual como conhecemos.

São dois os motivos para essa decisão da Volkswagen. O primeiro deles está atrelado às novas regras de emissões. A oitava fase do Proconve começará no ano que vem, e será dividida em três rodadas que vão aumentando a rigorosidade das medições, fazendo os carros poluírem menos a cada ciclo, começando em 2025, tendo outra aplicação em 2027 e uma última, em 2029.

O motor 1.6 aspirado flex, atualmente disponibilizado somente na Saveiro, não deve estar adequado às novas pedidas do Proconve e deverá ser descontinuado. O ideal era que a picapinha tivesse recebido o motor 1.0 TSI na última atualização para viver mais tempo, mas isso não aconteceu e ela ficou datada para morrer.

O outro motivo para o fim da linha é que não haverá espaço para a Saveiro quando a nova picape da Volkswagen chegar ao mercado. Tudo indica que o nome da novata será Tarok, mas não será nada parecida com a picape intermediária apresentada no Salão do Automóvel de 2018.

Naquela ocasião, o modelo foi apresentado com base MQB de Golf e Tiguan, além de indicar que sua motorização seria a 1.4 turbo flex de 150 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque – propulsor que vemos hoje em VWTaos, Polo GTS, T-Cross Highline e Virtus Exclusive.

No entanto, como a Mobiauto revelou em primeira mão, a picape terá uma construção mais simples, usando a base do T-Cross na plataforma MQB-A0, e que compartilhará boas peças de carroceria com o SUV compacto.

A ideia é basicamente a mesma que a Chevrolet aplicou na Montana, que também acaba sendo uma derivação do utilitário Tracker.

Ou seja, em um primeiro momento, temos a Saveiro sendo parada por legislação e não vivendo até a chegada da Tarok, que deve ser lançada no Brasil em 2026. Em uma outra direção, temos a Volkswagen dedicando seu time para uma nova picape que vai mudar o perfil de cliente e a cara da marca.

Afinal, a montadora dará um salto entre Saveiro e Tarok, como foi com a Montana antiga e a atual geração, buscando novos clientes que queiram uma picape para cidade e nem tanto o trabalho, como é o caso da Saveiro. Sua produção será feita em São José dos Pinhais (PR).

Com a fábrica do Paraná produzindo T-Cross, Audi e se preparando para receber Tarok, e o complexo fabril em Taubaté (SP) se dedicando para a produção da família Polo e do novo SUV compacto da marca, que deve se chamar Gol, a Volkswagen terá de achar espaço nas instalações de São Bernardo do Campo (SP) para produzir mais dois SUVs – como prometeu em evento neste ano.

Na fábrica da Anchieta são produzidos Nivus, Polo GTS, Virtus e Saveiro. A picape é a única que não usa plataforma MQB entre todos os produtos e acaba sobrando no catálogo da marca nesse sentido, sendo obrigada a sair de linha para as linhas de montagem ficarem todas atualizadas com a plataforma modular.

Não só isso, a marca abrirá um espaço interessante para a chegada dos novos produtos. Ano passado, saíram da linha de montagem para o Brasil cerca de 60 mil unidades de Saveiro. Isso em volume de produção, sem contar as unidades exportadas, o suficiente para que a VW tenha SUVs concorrentes do Jeep Compass por aqui, que emplacou o mesmo número no país.

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