Toyota Mirai será elétrico movido a etanol no Brasil; entenda como

Sedan movido a hidrogênio foi cedido para pesquisas lideradas pela USP e Senai, e será primeiros passos para o Brasil encontrar sua própria trajetória para descarbonização
Renan Rodrigues
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03.04.2023 às 14:18 • Atualizado em 29.05.2024
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Sedan movido a hidrogênio foi cedido para pesquisas lideradas pela USP e Senai, e será primeiros passos para o Brasil encontrar sua própria trajetória para descarbonização

O Brasil ainda está descobrindo seu próprio caminho para a eletrificação da frota e a redução das emissões de poluentes. Atualmente, o mais provável é o avanço do uso de etanol, como defenderam recentemente Volkswagen e Stellantis

Agora, a Toyota, que já possui a tecnologia híbrida flex, participará de uma pesquisa que tenta usar etanol para gerar hidrogênio e mover os carros elétricos. O projeto terá custo de R$ 50 milhões e será financiado pela Shell Brasil e Raízen. 

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As pesquisas serão tocadas pela Universidade de São Paulo (USP), pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e pelo Senai CETIQT. Já a Toyota, entrará com uma unidade do sedan Mirai, o primeiro carro a hidrogênio produzido em série no mundo. 

“A produção local de hidrogênio renovável por meio da reforma do etanol é uma solução eficiente, sustentável e facilmente replicável globalmente, devido ao baixo custo de transporte do biocombustível.”, afirma Mateus Lopes, diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen.

Como transformar etanol em hidrogênio 

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Essa não é a primeira iniciativa nesse sentido. Desde 2016, a Nissan trabalha no mesmo método. Naquele ano, a empresa trouxe ao Brasil a van e-NV200, que tem baterias de 24kWh e é abastecida com células de combustível. 

No entanto, em vez de abastecer com hidrogênio puro, como seria o padrão, o veículo é adaptado para etanol (C2H6O). Para que isso aconteça, um catalisador composto por óxido de cério (CeO2) e metais preciosos, por exemplo, quebra as moléculas do etanol, separando o hidrogênio.

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A partir daí, o gás é injetado em um dispositivo que opera entre 600 oC e 800 oC, são as células de combustível de óxido sólido (SOFC). As reações químicas nas SOFC transformam o hidrogênio em eletricidade, que é armazenada na bateria recarregável e serve para mover o motor elétrico. 

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A reação da separação do hidrogênio do etanol até libera carbono, que é um dos principais poluentes, no entanto, sua concentração é neutralizada pelo plantio da cana-de-açúcar. 

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Outra vantagem das SOFC é sua eficiência térmica, entre 10% e 20% superior às células a combustível tradicionais na conversão de energia química em elétrica. Ou seja, enquanto um propulsor térmico convencional desperdiça mais de 70% da energia gerada pelo etanol ao longo do processo de combustão e tração, um veículo elétrico SOFC com microrreformador interno conseguiria aproveitar mais da metade dessa mesma energia, praticamente dobrando a eficiência térmica.

Na prática, a van da Nissan rodou 600 km com um tanque de 30 litros de etanol. Portanto, uma média de 20 km/l.


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