Renault Twingo se torna elétrico para manter alma popular

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A certeza é de que a versão conceito sofrerá mudanças visuais, além de somente o nome Twingo permancer no modelo final. O lançamento faz parte do novo portifólio da Ampere, divisão criada pela Renault para produzir modelos elétricos.

O objetivo é competir com marcas como Tesla e as chinesas BYD e GWM. A estimativa é que o novo Twingo seja o primeiro dos sete veículos da marca até 2031. A Ampere pretende passar da casa do milhão de elétricos produzidos até 2032. 

Como será o novo Twingo

O visual do novo Twingo remete à primeira geração. Desde as linhas curvadas, a grande área envidraçada e os faróis redondos. As rodas com perfil dos veículos elétricos, ou seja, voltadas para a melhoria aerodinâmica, já fazem parte do monovolume, assim como as maçanetas unidas entre a portas, sim o subcompacto terá quatro portas, diferente da primeira geração.

Ainda sem divulgar a ficha técnica do motor que vai equipar o Twingo, a Renault adiantou que o subcompacto será produzido com a plataforma AmpR Small,  a mesma para veículos elétricos que compõe o Megane E-Tech, mas que era chamada de CMF-BEV.

A estimativa é que a fabricação do novo elétrico seja em Novo Mesto, na Eslovênia. O motivo para o centro de produção é justamente o custo, o que ajuda a Renault na promessa do preço final. Algumas pistas do CEO da Renault, Luca de Meo, no início deste ano apontam que o preço sugerido para o subcompacto elétrico será de 20.000 euros, algo próximo dos R$ 106.000. Claro que essa conversão não é tão simples quando se fala da carga tributária brasileira.

Para efeitos de comparação, o carro elétrico mais barato da Renault no Brasil é o Kwid E-Tech por R$ 123.490. O compacto oferece até 185 km de autonomia, conforme os padrões do ciclo PBEV (programa brasileiro de etiquetagem veicular do INMETRO). O elétrico recentemente foi avaliado pela Mobi.

Inspiração no mercado japonês

O movimento da Renault com a Ampere é baseado nos subcompactos japoneses: “Gosto muito da ideia de traduzir para a língua europeia o conceito dos kei cars no Japão. Então acho que há alguma inteligência nesse tipo de conceito, porque não é apenas uma questão de produto. É uma [questão] de produto e regulamentação para permitir uma mobilidade humana eficiente e de baixo impacto”, afirmou Meo.

Além de dirigir a Renault, Luca é o atual presidente da Associação Europeia de Automóveis. Com isso, o novo direcionamento da marca ganha ainda mais força na busca pela descarbonização.

Nostálgico Twingo

O simpático subcompacto da Renault foi comercializado no Brasil entre 1994 e 2003. Durante um tempo foi importado do Uruguai e caiu nas graças de algumas personalidades como o jornalista Ricardo Boechat. Mas o lançamento oficial do Twingo foi em 1992 durante o Salão de Paris, na França. O objetivo era modesto: preceder o Renault Clio como carro de entrada da marca francesa.

Ao longo da sua trajetória, o Twingo recebeu um facelift em 2004, que foi comercializado até 2007 na Europa. Neste mesmo ano, a marca francesa apresentou a segunda geração do compacto, mas sem o mesmo carisma.

Em 2014, a terceira geração do Twingo foi lançada. Neste caso, o desenvolvimento foi feito em parceria com a Daimler AG. Foi o primeiro Twingo com quatro portas, compartilhando a plataforma e componentes com o Smart Forfour.

Já em 2020, o Renault Twingo ZE, versão elétrica do subcompacto, é apresentada decepcionando quem esperava por preços mais baixos. Os preços partiam de 22.450 euros, o que equivalia a R$ 140 mil na conversão da época. Preço considerado elevado para um carro com baterias de 22 kWh, que gera apenas 190 km de autonomia. O motor elétrico rende 81 cv e 16,3 kgfm de torque.

No entanto, o ponto alto da história recente do Twingo foi o envolvimento do subcompacto no litígio entre o ex-jogador Gerard Pique e a cantora Shakira. A colombiana foi casada com o ex-zagueiro por 12 anos com quem teve três filhos. O casamento acabou em junho de 2022 após a cantora descobrir uma traição do espanhol.

Tudo bem, mas como o Twingo foi envolvido nessa história? Shakira usou o momento conturbado para fazer uma música: BZRP. Na canção, ela diz que saiu melhor da separação e ainda provoca o ex-marido, citando que ele trocou uma Ferrari, no caso a cantora, por um Twingo, comparado a Clara Chia, considerada a pivô do divórcio. Como provocação, o ídolo do Barcelona apareceu justamente dirigindo um Twingo.