Primeiro presidente dos EUA preso foi pego tirando racha... De charrete!

Há 150 anos, o então presidente Ulysses S. Grant foi detido por reincidência, quando disputava um racha em alta velocidade com sua charrete, próximo da Casa Branca
HG
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07.04.2023 às 14:00
Há 150 anos, o então presidente Ulysses S. Grant foi detido por reincidência, quando disputava um racha em alta velocidade com sua charrete, próximo da Casa Branca

A única vez que um presidente norte-americano foi preso, em uma ação que, é verdade, guarda pouca semelhança com o que aconteceu a Donald Trump na Promotoria Distrital de Manhattan, em Nova Iorque, foi um “crime de trânsito”.

Há 150 anos, em 1872, o então presidente Ulysses S. Grant foi detido por reincidência ao trafegar em alta velocidade com sua charrete, um modelo de dois cavalos, próximo da Casa Branca. Na oportunidade, ele foi flagrado pela segunda vez, em apenas em dois dias, pelo mesmo policial que o advertira anteriormente. A história foi confirmada, nos anos 1980, mais de dez décadas depois dos fatos, pelo Departamento de Polícia de Capitólio.

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Ao contrário da detenção de Trump, que teve cobertura ao vivo pela imprensa mundial, o episódio envolvendo Grant foi “blindado” pelos jornais norte-americanos da época e só veio à tona em 1908, quando o “The Sunday Star of Washington” publicou uma entrevista com o oficial William West, que protagonizou o caso e que, na oportunidade, já havia se aposentado. 

Naquilo que pode ser descrito como um capricho do destino, West surpreendeu os leitores não só pela correção no cumprimento de suas funções, mas por ser um homem negro – na verdade, um veterano do Exército da União que serviu durante a Guerra Civil, a Guerra da Secessão norte-americana.

Depois da imprudência equestre de Grant, apenas dois outros ex-presidentes norte-americanos foram formalmente investigados, Richard M. Nixon – que renunciou à presidência – e Bill Clinton – por envolvimento com uma estagiária. 

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No caso de Grant, o mais inusual é que não só ele, mas alguns participantes do “cercadinho” que acompanhavam o racha de que o presidente participava, foram levados à delegacia de polícia, onde pagaram US$ 20, cada – que com a correção monetária daria cerca de US$ 500, atuais – como fiança. Bem-humorado e sem oferecer resistência, Grant deu uma carona ao oficial West até a delegacia, onde sua prisão foi registrada.

Um dia depois da prisão, o presidente e seus correligionários foram ouvidos pelo juiz do Tribunal local, que multou toda a patota em valores “pesados” para a época. Na Corte, Grant preferiu não se pronunciar ao ser chamado.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto. 


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