Preços dos combustíveis já subiram até 60% em 2 anos de pandemia

Encher um tanque de gasolina de 50 litros 24 vezes por ano, ou seja, duas vezes por mês, já sai R$ 2.500 mais caro do que em 2020
Camila Torres
Por
09.02.2022 às 09:00
Encher um tanque de gasolina de 50 litros 24 vezes por ano, ou seja, duas vezes por mês, já sai R$ 2.500 mais caro do que em 2020

Em dois anos de pandemia do coronavírus, os preços dos combustíveis no Brasil já ficaram até 60% mais caros para os brasileiros. Isso dá quase quatro vezes do que a inflação oficial acumulada do período, de 4,52% em 2021 e 10,06% em 2022, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O preço médio nacional do etanol, por exemplo, saltou de R$ 3,17 para R$ 5,06 nos últimos 24 meses, enquanto o da gasolina foi de R$ 4,55 para R$ 6,62 e o do diesel, de R$ 3,77 para R$ 5,33, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). 

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Isso significa um aumento de 60% para o etanol entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2022, sendo 45% para a gasolina e 41% para o diesel. 

De 2020 a 2021, as altas não foram tão puxadas assim: o etanol sofreu 4,41% de aumento médio no período, ante 6,15% da gasolina e 2,65% do diesel. Isso significa que os aumentos mais agressivos aconteceram de 2021 para 2022: 52,87% para o etanol, 37,06% para a gasolina e 37,72% para o diesel.

Encher um tanque de gasolina de 50 litros 24 vezes por ano, ou seja, duas vezes por mês, já sai R$ 2.500 mais caro do que em 2020

* Todos os períodos correspondem à média da última semana de dezembro à primeira semana de janeiro. 

Lembram do meme sobre o que chegaria a R$ 5,00 primeiro: a gasolina, o dólar ou as ações da Petrobras? Parece que ele perdeu a graça mais rápido do que esperávamos, já que o brasileiro está agora pagando R$ 7,00 o litro de gasolina em diversas cidades no país. Em algumas, inclusive, os preços já se aproximam de R$ 8,00.

Leia também: Em quais cenários os preços dos combustíveis podem voltar a cair?

Se em 2020 a sensação foi similar à de estar sentado na cadeira de uma montanha-russa no instante exato de começar a primeira descida, 2021 foi o primeiro loop dos muitos que estavam por vir. Em meio à perda de renda ou do emprego, e a um vírus ainda desconhecido, os preços dos combustíveis pareciam irrefreáveis e indomáveis.

Encher um tanque de gasolina de 50 litros 24 vezes por ano, ou seja, duas vezes por mês, já sai R$ 2.500 mais caro do que em 2020

*Dados segundo ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)


Diferença do preço dos combustíveis na hora de abastecer

Colocando em números reais, o aumento médio nacional para o etanol foi de R$ 1,89 o litro, chegando a R$ 2,07 para a gasolina e R$ 1,56 para o diesel. Pode até não parecer tão significativo, mas que tal vermos a diferença na hora de encher um tanque, ou vários deles, no caso de quem dirige constantemente? 

Se em janeiro de 2020 o consumidor gastava R$ 227,50 para abastecer um tanque de 50 litros com gasolina, seguindo o valor médio nacional da ANP, agora são necessários R$ 331, Uma diferença de R$ 103,50 a cada abastecimento. Quantas vezes você enche o tanque por mês? 

Leia também: Com preços dos combustíveis nas alturas, vale a pena ter um carro híbrido?

Uma pessoa que precisa usar dois tanques de 50 litros por mês gastará R$ 2.484 a mais do que em 2020 para rodar com seu carro no período de um ano. A diferença chega a R$ 2.268 com etanol e R$ 1.872 com diesel. Daria para pagar o seguro do carro ou algumas revisões com este valor, não é mesmo?


Por que os valores dos combustíveis só aumentam? 

Dólar, barril de petróleo, política de preços da Petrobras atrelada ao dólar (com o real em desvalorização), demanda depois da pandemia e impostos são alguns responsáveis pelo aumento desenfreado no valor dos combustíveis.

Enquanto algum desses ou todos esses fatores não demonstrarem reversão, os valores de etanol, gasolina e diesel não tendem a diminuir. Aqui explicamos detalhadamente a influência de cada um desses fatores no valor do combustível, confira


O valor da gasolina irá diminuir em 2022? 

Foi exatamente esta pergunta que fizemos para o economista Paulo Feldmann em entrevista para a Mobiauto em dezembro. O especialista aponta um cenário mais otimista em 2022 do que em anos anteriores e faz algumas conjecturas.

Para ele, os preços podem ter até sofrer queda este ano, mesmo que pequena, mas não vão voltar ao mesmo cenário de 2019 ou 2020. Confira a reportagem aqui. 


Média do preço da gasolina em janeiro de 2022 nos maiores Estados do Brasil

Alagoas: R$ 6,56
Amazonas: R$ 6,61
Ceará: R$ 6,75
Distrito Federal: R$ 6,59
Espírito Santo: R$ 6,69
Goiás: R$ 6,84
Maranhão: R$ 6,42
Minas Gerais: R$ 6,89
Pará: R$ 6,74
Paraíba: R$ 6,49
Pernambuco: R$ 6,59
Paraná: R$ 6,33
Rio de Janeiro: R$ 7,21
Rio Grande do Norte: R$ 6,96
Rio Grande do Sul: R$ 6,86
Santa Catarina: R$ 6,48
São Paulo: R$ 6,31


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