Por que as baterias sólidas se tornaram prioridade para as montadoras?
Quem acompanha o setor automotivo já deve saber que diversos
órgãos chineses se uniram para desenvolver um novo tipo de bateria. Uma
iniciativa que visa a produção de energizadores sólidos e que promete
revolucionar o mercado de carros elétricos. Mas por quê? O que há de diferente
nessas baterias?
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A China All-Solid-State Battery Collaborative Innovation Platform (Casip), é uma parceria entre órgãos do governo, setores da educação e grandes nomes do setor automotivo. E tem como objetivo implantar um sistema de abastecimento pautado nas baterias sólidas.
É notório o interesse no desenvolvimento e introdução dessa tecnologia, e ele não é por acaso. O atrativo é decorrente da substituição do eletrólito líquido que compõe os energizadores atuais. O material sólido usado nessas novas baterias trazem consigo diversos benefícios, como maior segurança, pois eliminam o risco de vazamento e superaquecimento.
Além disso, as solid-state battery (SBB), como são chamadas, têm uma transferência de elétrons mais eficiente, uma vez que elementos sólidos são mais condutores do que líquidos, proporcionando maior densidade de energia.
Ou seja, esses energizadores conseguem armazenar mais energia em menos espaço. Assim, por consequência, tem-se mais autonomia elétrica, sem comprometer a estrutura do carro e ocupando menos espaço que os íons-lítio líquidos.
A International Energy Agency (IEA), prevê uma densidade 60% maior para esses energizadores, de até 480 watt-horas por quilo, cerca de 180 watt-horas maior que as íons-lítio comuns até 2025.
É previsto pela Toyota, a montadora mais avançada no quesito produção da SBBs, uma autonomia 20% maior e que ultrapasse os 1.000 Km, além de um carregamento de 10% a 80% em 10 minutos.
Essas baterias também possuem: tempo reduzido de carga, ciclo de vida maior e mais segurança para operar em condições climáticas extremas de calor ou frio. Seu uso já é feito em pequenos aparelhos como relógios inteligentes e implantes médicos.
Para completar, as SBBs têm potencial para serem mais baratas do que as atualmente usadas. O material usado em suas fabricações tende a ser encontrado mais facilmente, e possui custo menor do que a bateria a base de íon-lítio. Além disso, o valor gasto para a produção é menor, pois requer menos etapas e é mais simples.
Por conseguirem armazenar mais energia e possuírem maior ciclo de vida, espera-se que estas baterias contem com custo de manutenção também reduzido.
Iniciativa chinesa e corrida entre gigantes
A enorme iniciativa chinesa já mencionada, que conseguiu unir BYD e CATL, as maiores produtoras desse tipo de bateria no país, chamou a atenção de muitas pessoas para esses energizadores sólidos.
Além delas, também compõe a Casip órgãos como a Agência Nacional de Energia, Academia de Ciências e os Ministérios da Indústria e Tecnologia. Empresas como CALB, EVE Energy, SVOLT e Gotion High-Tech também fazem parte.
No entanto, não são apenas os chineses que estão alocando seus esforços e fundos para as baterias sólidas. Grandes montadoras estão se juntando com gigantes da tecnologia para se juntarem à briga. É o caso das joint-ventures entre Toyota e Panasonic, Mercedes e Prologium, Volkswagen e QuantumScape e a parceria tripla entre Honda, General Motors e Sony.
Startups como a Solid Power estão recebendo investimentos bilionários e tem como patrocinadores Honda, BMW e Ford. Outro exemplo é a Sila Nanotechnologies, que é parceira de BMW e Daimler AG, Siemens e CATL.
Chegada ao mercado
Ainda não há uma previsão certa para a chegada das baterias sólidas ao mercado automotivo, apenas vontades de montadoras e previsões de agências.
A Toyota planeja já estar produzindo carros movidos a SBB em 2025. Já a Nissan e Honda tem a meta até o ano de 2028, como a maioria das outras montadoras.
O maior obstáculo das baterias sólidas é sua produção generalizada em fábricas, como apontado pela IEA. Segundo a agência, se a fabricação em massa desses energizadores for totalmente viabilizada, as SBB poderão competir com as íons-lítio até o início da década de 2030.
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