Novo Honda WR-V é SUV com truques de Fit para não deixar VW Nivus em paz

SUV compacto chegará ao Brasil em breve e não será mais um “puxadinho” de Fit
Renan Bandeira
Por
07.03.2024 às 19:03
SUV compacto chegará ao Brasil em breve e não será mais um “puxadinho” de Fit

Nada como um dia após o outro. A vida do Honda WR-V mudou e para melhor. O modelo que foi vendido no Brasil entre 2018 e 2021, usava toda a estrutura do saudoso Fit para entregar uma proposta de “SUV” pequeno, usando suspensões mais altas, acabamentos em plástico nas caixas de roda e uns apliques diferentes na dianteira e traseira para o visual se distanciar do irmão monovolume.

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Fato é que o Honda WR-V nunca teve o sucesso que se esperava. Além de ter chegado antes do boom dos SUVs compactos de entrada, como Fiat Pulse e VW Nivus, o modelo da marca japonesa não se encaixava muito bem nessa categoria, tinha preço elevado e seu visual era para lá de discutível.

Mas o tempo passou, e a Honda terá um novo WR-V no Brasil. Um modelo que promete vender mais que as 10,3 mil unidades médias por ano de seu antecessor por aqui. Ele já foi apresentado em alguns mercados como Elevate, mas no Japão já é vendido com o mesmo nome que virá ao nosso mercado.

Tudo mudou entre o antigo WR-V e o atual. A plataforma é diferente, o visual nem se fala e até mesmo o motor 1.5 aspirado é outro. A gente conta vários detalhes sobre ele no vídeo abaixo, do quadro O Que Vem Pra Pista:

O modelo assumiu uma identidade diferente de qualquer outro Honda vendido em nosso mercado. A grade dianteira é grande, o formato da carroceria é de caixote e apenas o fumê da lanternas é que lembra a família City e o HR-V já vendidos no Brasil. Isso por fora, claro, que internamente ele é bem igual aos primos de plataforma.

A construção do veículo é interessante. Assim como os outros Honda, o novo WR-V tem o vidro do parabrisas alinhado com o das portas, além dos retrovisores externos reposicionados para as portas. Isso tudo para aumentar a visibilidade e reduzir os pontos cegos. E como já testamos City, City Sedan, HR-V, CR-V, Civic e Accord, aqui na Mobiauto, podemos dizer que realmente funciona.

Dito isso, além da melhor visão para o motorista, o WR-V oferece internamente um acabamento de mesmo design dos City. As peças de painéis frontal e de portas são todas em plástico, e devem oferecer um couro nas portas para apoio dos cotovelos.

Por aqui ainda podemos esperar um cluster híbrido, sendo metade analógico e metade digital, e uma multimídia com 8 polegadas e conexão de celulares sem fio. Itens como carregador por indução, bancos de couro, entre outros, devem estar presentes apenas nas versões mais caras.

Uma grande expectativa para o interior do modelo é que ele tenha o sistema Magic Seat, presente nos City e HR-V vendidos aqui. Nada mais é do que um esquema inteligente de articulações dos bancos, e que era um truque do Fit, para melhorar o espaço interno e o volume de bagagens. Afinal, pequenas malas podem ser colocadas sob o banco traseiro.

De qualquer forma, é certo que ele terá o truque do Fit para aprimorar o espaço na cabine. Painel frontal recuado e menor, bancos da frente posicionados a frente da coluna B e os assentos traseiros na linha da C, deixando um bom vão para as pernas. Isso sem prejudicar o porta-malas, que deve oferecer mais de 450 litros de capacidade.

Fora isso, o que podemos esperar é por um veículo de amplo espaço para a cabeça dos ocupantes e espaço interno primoroso, melhor até que do HR-V (a queda acentuada do teto prejudica um pouco o espaço para cabeça).

O novo WR-V tem medidas páreas as de um Hyundai Creta e Toyota Yaris Cross – que nem chegou ao mercado, mas que será o grande rival do Honda. São 4.312 mm de comprimento, 1.790 mm de largura, 1.650 mm de altura e 2.650 mm de entre-eixos. Assim, ele tem 7,3 cm a menos de comprimento que o HR-V nacional, embora com a mesma largura, 6 cm a mais de altura e 4 cm a mais de distância entre os eixos.

Seu motor deve ser o mesmo já usado por City e HR-V, nas versões de entrada, um 1.5 flex aspirado de 126 cavalos de potência e até 15,8 kgfm de torque. Aqui o câmbio é sempre automático do tipo CVT, e simula sete marchas.

Apesar das medidas, é provável que o WR-V chegue ao Brasil para concorrer especialmente com o Volkswagen Nivus, enquanto o Toyota Yaris Cross deverá ser um competidor para o Honda HR-V, uma vez que será único SUV compacto da Toyota.

No entanto, isso pode não ser um problema tão grande para a Honda, que já tem um sistema desse tipo em outros mercados, usando esse propulsor 1.5 citado acima, e que será usado no futuro no Brasil.

Ou seja, o Honda WR-V chegará ao Brasil pronto para tirar a paz dos concorrentes. Até porque, mesmo que não seja cotada uma versão híbrida para o lançamento do WR-V, o consumo do modelo é praticamente igual ao de um modelo desse tipo.

O Honda Elevate, por exemplo, que é o nome para o WR-V na Índia, alcança 15,3 km/l de consumo na cidade e 16,9 km/l na estrada. Aqui no Brasil com motor flex, o consumo no PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular) do Inmetro deve se aproximar de 15 km/l com gasolina em ciclo rodoviário.

Tanto Toyota Yaris Cross, quanto o novo Honda WR-V, estão cotados para serem mostrados no Brasil entre o fim desse ano e início do próximo. Os preços devem ficar entre R$ 130 mil e R$ 160 mil para o WR-V. Resta saber qual deles será o mais escolhido pelos brasileiros.

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