Fiat 500 ganha motor de Mobi, sistema híbrido do Pulse e câmbio manual
A Fiat deu um passo estratégico importante no reposicionamento do 500 na Europa ao lançar uma nova versão híbrida do modelo, equipada com o motor 1.0 Firefly — o mesmo propulsor presente nos modelos nacionais Mobi e Argo. A novidade pode indicar os primeiros traços do futuro da linha de compactos da marca no Brasil.
O Fiat 500 híbrido é produzido na fábrica de Mirafiori, em Turim, na Itália. A unidade — que já abriga a produção do 500 elétrico (500e) e alguns modelos da Maserati — passará a fabricar o modelo híbrido leve com sistema de 12 volts e câmbio manual de seis marchas. O motor 1.0 tricilíndrico Firefly, aspirado, entrega potência em torno de 70 cv e não tem capacidade de tração elétrica: o sistema híbrido apenas auxilia na economia de combustível e redução de emissões.
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Embora o desempenho seja modesto, o maior atrativo da nova configuração está no preço: o modelo será vendido por cerca de 17 mil euros (aproximadamente R$ 109 mil), um valor quase 50% inferior ao cobrado pelo 500 elétrico, que parte de 29.950 euros (cerca de R$ 192 mil) na Europa.
Três estilos de carroceria e pacote moderno de segurança
O novo 500 híbrido estará disponível nas versões hatch tradicional, conversível (Cabrio) e também com a carroceria "3+1", que inclui uma pequena porta traseira adicional do lado do passageiro para facilitar o acesso ao banco traseiro — uma solução similar à adotada no extinto Hyundai Veloster.
Divulgação/Stellantis
Entre os equipamentos, o compacto europeu não decepciona. Ele traz painel digital de 7 polegadas, central multimídia Uconnect 5 com tela de 10,25", seis airbags de série e um pacote avançado de assistências à condução (ADAS), que inclui frenagem autônoma de emergência, alerta de permanência em faixa e reconhecimento de sinais de trânsito. Haverá ainda uma edição especial batizada de “Fiat 500 Torino”, em homenagem à cidade italiana onde o modelo nasceu em 1957.
Produção limitada, mas com potencial de escala
Divulgação/Stellantis
De acordo com a Stellantis, a produção inicial do novo modelo será de cerca de 5.000 unidades até o fim de 2025. Contudo, a expectativa é ampliar a capacidade para até 100 mil veículos por ano em Mirafiori, dependendo da demanda. Essa nova versão híbrida leve será fundamental para viabilizar economicamente a planta italiana e manter a competitividade frente à crescente pressão por eletrificação nos mercados europeus.
Reflexos no Brasil
A introdução desse novo conjunto mecânico também acende um alerta positivo no mercado brasileiro. O uso do motor Firefly aliado a uma tecnologia híbrida leve pode ser a chave para a renovação da linha de compactos da Fiat por aqui, especialmente considerando os planos da Stellantis para um novo modelo baseado na futura geração do Panda — prevista para substituir o Argo a partir de 2027.
Divulgação/Stellantis
Essa plataforma global compacta, já em desenvolvimento, poderá dar origem a modelos com motorização híbrida leve nos mercados emergentes, mantendo preços competitivos frente às exigências ambientais e de eficiência energética.
Virá para o Brasil?
A Stellantis não tem planos da comercialização do modelo no País, porém, o consumidor brasileiro ainda encontra o Fiat 500e, vendido na versão Icon com motor elétrico de 118 cv e autonomia de cerca de 300 km. O modelo, que chegou ao país em 2021, é importado da Itália e tem preço a partir de R$ 214.990.
Por Guilherme Magna