Ferrari lucra bilhão, mas pode falir este salão do DF ao pedir R$ 60.000

Fabricante italiana de carros de luxo quer que um cabelereiro autônomo pague até seus custos advocatícios por uso indevido da marca
JC
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09.06.2022 às 12:41
Fabricante italiana de carros de luxo quer que um cabelereiro autônomo pague até seus custos advocatícios por uso indevido da marca

 Por Renan Rodrigues

Quem acompanha o mercado automotivo sabe que a Ferrari tem um costume de “caçar” réplicas de seus esportivos. A empresa faz de tudo para proteger sua reputação e exclusividade da marca. Nem mesmo celebridades estão livres da “fúria” dos italianos. 

A empresa já entrou com um processo para obter a exclusividade do nome “Purosangue”, que estará em seu primeiro SUV. No entanto, essa nomenclatura é utilizada por uma fundação que combate o doping no esporte desde 2013. 

Fabricante italiana de carros de luxo quer que um cabelereiro autônomo pague até seus custos advocatícios por uso indevido da marca

Como se não bastasse, agora até pequenos comerciantes que usam o nome “Ferrari” em estabelecimentos estão na mira da bilionária fabricante de esportivos. É o que revela uma reportagem do Jornal Metrópoles, com a história de um pequeno salão de beleza no Distrito Federal. 

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Cobrança de R$ 60 mil + danos morais 

Sebastião Dias, proprietário do salão Ferrari Cabelereiros Unissex, localizado na região administrativa de Paranoá, recebeu uma notificação da marca pedindo o ressarcimento no valor de R$ 50.000 pelo uso indevido do nome fantasia. 

De fato, a fachada e todas as imagens de identificação do salão levam o logotipo da Ferrari, mas obviamente em uma área não correlacionada a automóveis. 

Além da indenização, Sebastião recebeu outra cobrança de R$ 10.000 em honorários advocatícios do escritório de advocacia Ariboni, Fabbri & Schimidt, que representa a multinacional no Brasil.

O documento cita que “o consumidor, ao deparar-se com suas redes sociais, produtos e material publicitário, será induzido ao erro e pensará tratar-se de empresa licenciada, autorizada, franqueada ou credenciada da notificante”. Acreditamos que seria difícil alguém crer que estaria cortando o cabelo em um salão de beleza pertencente à Ferrari. 

Em entrevista ao Metrópoles, Sebastião Dias afirmou não ter agido de má-fé e que o salão já tinha esse nome quando ele o adquiriu. Apesar disso, tampou a marca na fachada de seu estabelecimento, mas ainda não sabe o que fazer a respeito do valor pedido.

“Sou um empresário pequeno, um pingo d’água no meio do mar para eles. [A notificação] mexeu com o meu emocional, com a minha estrutura. Não estou dormindo direito e fiquei com crise de ansiedade. Foi uma das coisas mais constrangedoras que passei na vida”, disse o cabeleireiro ao Metrópoles.

Enquanto os R$ 60.000 requeridos podem levar Dias à falência, a própria Ferrari registrou um lucro de 1,53 bilhão de euros (quase R$ 8 bilhões) em 2021, com estimativa de chegar a 1,7 bilhão de euros (quase R$ 9 bilhões) neste ano.

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