Exclusivo: Honda estuda novo plano de investimentos com híbridos flex
A Honda vem sofrendo duras críticas de consumidores e jornalistas especializados desde que promoveu uma mudança radical de sua linha de produtos no Brasil, nos últimos anos. Mas já está preparando um novo plano de investimentos para o País para os próximos cinco anos, até 2028.
Recentemente, a marca japonesa tirou de cena produtos nacionais alguns produtos consagrados, como Fit e Civic – este último, mantido como um importado que vende pouco e quase ninguém vê nas ruas –, outros nem tanto, caso do WR-V, e apostou forte em uma nova família City e na mais recente geração do HR-V.
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Mais do que isso, ignorou a recente onda dos motores 1.0 turbo para fazer uma aposta segura (e rentável) em uma evolução de seu antigo motor 1.5 aspirado flex, dotado agora de injeção direta de combustível. Ele possui um irmão turbinado que compartilha com ele quase todos os componentes, sendo usado pelas versões de topo do HR-V.
Parece loucura, mas vem dando parcialmente certo. Sim, os irmãos City sedan e City Hatch encontram dificuldades para embalar nas vendas, mas o HR-V vai muito bem, obrigado. Segue como um dos SUVs mais comercializados no Brasil e, em setembro de 2023, foi o modelo mais vendido do País no varejo (sem contar as vendas diretas).
Em meio a tudo isso, a Mobiauto pode afirmar que a fabricante japonesa vem traçando, pelo menos desde o segundo trimestre deste ano, um novo plano de investimentos para o mercado brasileiro, que incluirá a renovação dos três atuais produtos nacionais da marca e a possibilidade de novos, incluindo eletrificados.
O projeto ainda está em fase de definição. Segundo informações e documentos obtidos por nossa reportagem – e sem nenhuma surpresa –, a liderança estratégica é do time da Honda Asia na Tailândia. Ou seja, o time brasileiro não terá tanta autonomia assim nas decisões. Desde o insucesso do projeto do WR-V, aliás, o Brasil perdeu voz nas decisões da matriz voltadas ao nosso mercado.
Todavia, o plano deve ser elaborado até o ano de 2028 e deve propor a eletrificação dos três produtos nacionais da marca: City Hatch, City Sedan e HR-V. Na Ásia, os três modelos já possuem a configuração híbrida e:HEV. Ela é similar à dos sedans Civic e Accord vendidos no Brasil, porém ligada ao motor 1.5 aspirado que já temos por aqui no lugar do 2.0.
Por aqui, o motor de 1,5 litro da família BS6 já é flex e precisaria apenas ser adaptado para operar em ciclo Atkinson. Na Ásia, o sistema 1.5 e:HEV rende uma potência combinada de 131 cv, sendo 98 cv gerados pelo propulsor térmico e 109 cv pelo elétrico. O torque máximo é de de 25,8 kgfm, gerado pelo motor elétrico.
Além dos possíveis City e HR-V híbridos flex, o futuro plano de investimentos da Honda em estudo pode estipular a produção nacional de novos veículos, especialmente SUVs, construídos a partir da plataforma GSC (Global Small Car). Por fim, deve prever o lançamento de uma linha de modelos elétricos, ainda importados, para possível fabricação nacional em um próximo ciclo, a partir do final da década.