Como o novo C3 pode salvar Citroën e até os carros populares no Brasil

Com projeto de baixo custo e aspecto de SUV em miniatura, nova geração do hatch quer ditar os caminhos dos modelos de entrada em nosso mercado nos próximos anos
LF
Por
08.10.2021 às 11:29
Com projeto de baixo custo e aspecto de SUV em miniatura, nova geração do hatch quer ditar os caminhos dos modelos de entrada em nosso mercado nos próximos anos

A apresentação da nova geração do C3 foi um passo importante no processo de ressuscitação da Citroën no Brasil. Atualmente, a francesa tem apenas um veículo de passeio em linha, o C4 Cactus. O cenário só vai mudar no primeiro trimestre de 2022, quando o irmão menor será efetivamente lançado e terá sua produção iniciada em Porto Real (RJ).

A missão da Stellantis para fazê-la recuperar mercado e prestígio será hercúlea, especialmente por se tratar de uma marca com má fama em relação à confiabilidade mecânica e pós-venda, o que faz seus produtos manterem um ciclo vicioso de desvalorização no mercado de usados. Mas não é um cenário impossível.

Anuncie seu carro sem pagar na Mobiauto 

Fruto do projeto CC21, o novo C3 chegará mais tarde ao mercado brasileiro do que se planejava. O código “CC21” deixa bem claro, no número 21, o ano em que o modelo deveria ser originalmente lançado. O atraso será de alguns bons meses.

Parte desse adiamento se deve à crise dos semicondutores, que vem rasgando cronogramas por todo o mundo. Mas há, também, uma ação deliberada da Stellantis para corrigir a rota estratégica da antiga PSA, que estava para repetir com o C3 os mesmos erros de posicionamento cometidos com o Peugeot 208 no ano passado.

O projeto, que antes seria lançado apenas com o motor 1.6 EC5 incluirá agora o motor 1.0 Firefly de origem FCA e receberá mudanças nas calibrações de suspensões e equipamentos. A ideia, conforme ressaltado como mantra durante a apresentação, é oferecer um carro que fique conhecido como “robusto e confiável” a um preço relativamente acessível.

Leia também:  Com morte do Fox, Gol volta a ser VW de entrada custando até R$ 90.000

Com projeto de baixo custo e aspecto de SUV em miniatura, nova geração do hatch quer ditar os caminhos dos modelos de entrada em nosso mercado nos próximos anos

Curiosamente, todas essas são percepções que passam longe da Citroën entre os consumidores brasileiros atualmente. Se der certo, a Citroën tem tudo para rapidamente recuperar participação e importância no mercado, preparando terreno para a chegada de dois irmãos do C3, o sedan C3L (ou C3 Lounge) e o crossover C3 Aircross, nos próximos anos.

Mais do que isso, seu sucesso pode estabelecer novos paradigmas em relação a um segmento que vem definhando: o de carros com apelo mais popular. Seu estilo altinho e quadradinho, análogo ao de um SUV (embora ele não seja chamado assim pela Citroën, talvez para evitar a decepção gerada pelo Renault Kwid e seu slogan “SUV dos compactos”), não é em vão.

A Citroën quer conquistar clientes que gostariam de ter um SUV de porte maior na garagem, mas não podem. Com isso, pode estar dando início a um processo sem volta no qual hatches compactos serão substituídos por crossovers como ele, com altura elevada do solo e carroceria que faz deles aspirantes a SUVs em miniatura.

Leia também: Exclusivo: Fiat Uno deve ganhar série de despedida à lá Grazie Mille

Duvida? Pois saiba que há mais gente trilhando um caminho similar. Segundo o Autos Segredos, a Toyota estaria estudando relançar no país a marca Daihatsu, através de um modelo de baixo custo chamado Rocky. Ele tem dimensões bem parecidas com as do novo C3 e viria para substituir o Yaris hatch.

A marca Toyota ficaria encarregada de vender apenas SUVs e sedans de porte maior, enquanto a Daihatsu competiria nos segmentos de entrada.

Com projeto de baixo custo e aspecto de SUV em miniatura, nova geração do hatch quer ditar os caminhos dos modelos de entrada em nosso mercado nos próximos anos

Já a Volkswagen desenvolve o projeto VW246 ou A0 SUV, que nada mais é do que o sucessor do Gol. Deve chegar ao mercado entre 2023 e 24 com predicados similares aos do novo C3: carroceria altinha, estilo quadradinho e vão livre generoso do solo.

Mais do que salvar a Citroën, o novo C3 e seu estilo “SUV em miniatura” podem ter antecipado, sem querer, a receita para transformar e salvar da extinção os carros tidos como “populares” no Brasil. Veja mais sobre o projeto do novo C3 no vídeo do quadro O Que Vem Pra Pista:

 

Você também pode se interessar por:

Os 10 carros flex mais econômicos para rodar na cidade

Fiat Strada tem fila enorme, versões suspensas e Volcano a R$ 110.000 

Novo Citroën C3 ganhará dois irmãos no Brasil até 2024. Veja quem são

Novo Citroën C3 terá dedo da Fiat e ares de SUV para renascer no Brasil


Comentários