Como o Honda WR-V estreou segmento de Nivus, Pulse e Kardian

Nascido derivado de um monovolume, modelo ditou moda dos SUVs com pouco mais de 4 metros de comprimento
Diego Dias
Por
23.04.2024 às 11:13
Nascido derivado de um monovolume, modelo ditou moda dos SUVs com pouco mais de 4 metros de comprimento

Errado quem pensa que o Volkswagen Nivus estreou o segmento de SUVs de entrada, aqueles considerados compactos, mas abaixo de Jeep Renegade ou Hyundai Creta, por exemplo. O detentor desta marca no Brasil é o Honda WR-V. Embora para muitos não pareça, ele já trazia a receita lá atrás, em 2017, antes mesmo que o VW Nivus, Fiat Pulse e o recém-lançado Renault Kardian.

Baseado na plataforma Honda Global Small Car, o Honda WR-V era um modelo derivado do Honda Fit de proposta mais robusta e maior altura em relação ao solo, embora toda a lateral e boa parte da tampa traseira fosse aproveitada do monovolume. Por isso mesmo na época ele acabou sendo taxado de carro aventureiro em vez de SUV, pois as mudanças não foram tão drásticas quanto seus concorrentes que iriam chegar no futuro.

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O Honda WR-V media seus 4.068 mm de comprimento, 1.695 mm de largura, 1.599 mm de altura e contava com 2.555 mm de entre-eixos. Para efeito de comparação, o Fiat Pulse tem 4.099 mm de comprimento e 2.532 mm de entre-eixos, enquanto o VW Nivus tem 4.266 mm e 2.566 mm, respectivamente. O porta-malas, por sua vez, tinha capacidade para 363 litros.

Com esses dados, pode-se notar que os modelos ficam relativamente próximos em tamanho, embora o Nivus seja o único com carroceria estilo SUV cupê. Porém, talvez a maior questão para o Honda WR-V não ter embalado nas vendas naquela época tenha sido seu visual um pouco controverso: sua dianteira trazia faróis e uma grade de dimensões generosas, além de ser bastante carregada visualmente.

Mas era a traseira a parte mais estranha, pois tinha uma régua cromada logo acima da placa, que o deixava com desenho pouco harmonioso. Além disso, ficava clara a herança do Honda Fit, basta reparar nas lanternas e a esticada da parte inferior delas para o porta-malas. Nesse quesito, Volkswagen e Fiat foram mais felizes com a receita de Nivus e Pulse, pois, ambos têm parentescos com a dupla Polo e Argo, mas trouxeram uma repaginada mais extensa e proporcional na frente e traseira.

Por dentro, o Honda WR-V trazia basicamente o mesmo desenho da cabine do Honda Fit e apenas se diferenciava por revestimentos exclusivos, com partes em laranja. Nesse quesito o VW Nivus repete a fórmula do Polo, enquanto a Fiat foi mais criativa e deixou o interior do Pulse mais refinado que do Argo.

Debaixo do capô também havia o parentesco com o Honda Fit, tanto que o antigo Honda WR-V trazia o mesmo motor 1.5 16V flex aspirado de 115/116 cv (G/E) a 6.000 rpm e 15,2/15,3 kgfm de torque a 4.800 rpm, trabalhando sempre com a caixa automática tipo CVT.

Comercializado entre 2017 e 2021 no mercado brasileiro, portanto apenas com quatro anos à venda, o Honda WR-V vendeu o total de 63.239 unidades nesse período. Seu melhor ano foi justamente o de estreia, quando emplacou 15.353 carros em 2017 (o Fit fez 25.347), enquanto seu pior ano foi o de sua aposentadoria, em 2021, ocasião em que vendeu apenas 10.329 veículos (ano também de pandemia, vale lembrar).

A questão é que o Honda WR-V foi sim o precursor dos SUVs compactos com 4 metros de comprimento (ou um pouco mais) que em regra eram derivados de hatches, embora o WR-V fosse derivado de um monovolume, que é o caso do Fit. Apesar desse pequeno detalhe, ele teve seu espaço e abriu caminho para um segmento que vem crescendo, numa faixa de preço que hoje vai de R$ 100.000 a R$ 150.000. Seu maior pecado talvez tenha sido ter chegado cedo demais e antes da moda.

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