Como funciona o motor Toyota híbrido plug-in de 300 cv que será flex

Montadora japonesa testa novo propulsor híbrido flex PHEV usando um Toyota RAV4 como protótipo. Conjunto tem foco no consumo e eficiência energética, mas também gera potência generosa
Vinicius Moreira
Por
08.12.2023 às 12:35
Montadora japonesa testa novo propulsor híbrido flex PHEV usando um Toyota RAV4 como protótipo. Conjunto tem foco no consumo e eficiência energética, mas também gera potência generosa

Com testes internos anunciados em setembro deste ano, a Toyota já tinha revelado o caminho para o desenvolvimento do sistema híbrido plug-in flex (PHEV-FFV). A novidade ficou por conta de que o trem de força híbrido plug-in poderá também ser alimentado por etanol. Isso já no próximo ciclo de investimentos da fabricante, entre 2026 e 2030.

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A montadora japonesa já anunciou o investimento de aproximadamente R$ 1,7 bilhão no país para alavancar o uso da tecnologia híbrida flex em 2024 com o Toyota Yaris Cross. O SUV compacto chegará ao mercado no fim do ano que vem com uma inédita motorização 1.5 híbrida flex do tipo HEV, igual o de Corolla e Corolla Cross, mas com o motor térmico evoluído do Yaris e um novo banco de baterias de íons de lítio com 0,7 kWh de capacidade. Contamos os detalhes do projeto neste outro artigo.

Depois do Yaris Cross, a Toyota encabeçará mais uma iniciativa de descarbonização, desta vez, apostando em veículos PHEV-FFV (híbridos plug-in flex fuel).

Como é o motor?

A Toyota ainda não crava qual modelo deve estrear a tecnologia em solo nacional. O próprio RAV4 é candidato, mas a aposta mais forte deve ser em futuras gerações de Corolla e Corolla Cross, além da picape Hilux, do SUV de sete lugares SW4 e de um misterioso projeto de SUV de sete lugares monobloco derivado do Corolla Cross, ainda em desenvolvimento

Vale lembrar que os irmãos Corolla e Corolla Cross versões foram os primeiros automóveis híbridos flex do nosso País. Destrinchamos melhor essa linha do tempo nesse artigo.

Para testar o sistema, a montadora utilizou um protótipo do Toyota RAV4, com motor 2.5 aspirado de ciclo Atkinson de 185 cv de potência e 23,1 kgfm de torque, aliado a um conjunto com dois motores elétricos de tração, um dianteiro e um traseiro. A potência combinada chega aos 306 cv e 27,5 kgfm de torque quando movido a gasolina. Com etanol, esses números podem aumentar.

É bem mais do que os 122 cv combinados da família Corolla 1.8 HEV, e do que os estimados 113 cv do futuro Yaris Cross Hybrid nacional.

Para ficar mais claro, a eterna briga entre consumo e potência pode ter um ganho significativo nesse conjunto. Isso porque os motores que atuam em ciclo Atkinson são focados em eficiência energética. Logo, o ganho de potência não costuma ser o forte.

Porém, com a tecnologia híbrida plug-in flex, há a possibilidade de se usar um banco de baterias maior e, consequentemente, motores elétricos mais fortes. Daí que se chega a mais de 300 cv de potência e a brincadeira muda de figura.

Tudo isso sem deixar o consumo de lado. A Toyota aponta uma eficiência energética de 70% nesse conjunto, mais que o dobro da eficiência térmica de um motor a combustão convencional. A fabricante ainda não divulgou a gasto em km/l, mas o RAV4 PHEV já vendido na gringa se aproxima de 30 km/l com gasolina. Com etanol, os números podem mudar para perto de 20 km/l.

Vale lembrar que o atual motor híbrido flex pleno da Toyota  possui um conjunto de baterias mais modesto, de 1,3 kWh e formado por níquel-cádmio. Por isso, o conjunto elétrico não possui uma quantidade de armazenagem que permita fazer o veículo rodar somente pela motorização elétrica por muito tempo. Já na tecnologia PHEV, será possível estabelecer uma autonomia efetiva de uso em modo 100% elétrico.

No mercado brasileiro, alguns SUVs já possuem um propulsor híbrido plug-in apto a rodar somente em modo elétrico, por exemplo: GWM Haval H6, Caoa Chery Tiggo 8, BYD Song Plus e Jeep Compass 4xe. Contudo, todos são movidos apenas a gasolina.

Composto por 96 células, as baterias do RAV4 PHEV têm 18,1 kwh de capacidade, o que permite uma autonomia de até 75 km somente com motor elétrico no ciclo WLTP. No Inmetro, o número deve cair para cerca de 50 km. Feitas de ions de lítio, em vez de níquel-cádmio, a Toyota classifica essas baterias como de qualidade superior.

Por conta das baterias maiores, há também um motor elétrico no eixo traseiro. Dessa forma, o SUV médio acaba com tração nas quatro rodas.




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