Chevrolet Monza Hatch foi o início da história lendária do modelo no Brasil

Modelo foi lançado em 1982 no Brasil e ficou marcado como um dos melhores projetos da Opel
LA
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20.12.2023 às 20:10
Modelo foi lançado em 1982 no Brasil e ficou marcado como um dos melhores projetos da Opel

Lançado em abril de 1982, o GM Monza foi o melhor representante dos modelos de projeto Opel em nosso país. Com um design contemporâneo, moderno e bastante harmônico, a versão hatch agradou em cheio os brasileiros no início dos anos 80.

Com seu conceito dois volumes, 3 portas e linhas ditas esportivas, o modelo tinha ótimo espaço interno, principalmente se compararmos com os modelos vendidos à época. O modelo trazia motor 1.6 de 75 cv SAE (63 cv ABNT) a 5.600 rpm e 12,4 kgfm de torque a 3.000 rpm, capaz de levar o pesado médio de 1.035 kg a 150 km/h e fazer de 0 a 100 km/h em 16,2 segundos. Seu consumo de gasolina era de 8,4 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada. Seu câmbio era de 4 marchas.

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A versão SL/E, a mais completa da linha, trazia bancos reclináveis com encosto alto, cintos retráteis de 3 pontos, vidros verdes, temporizador e lavador elétrico do para-brisas, limpador do vidro traseiro, aquecedor, desembaçador do vidro traseiro, espelhos retrovisores externos com controle interno manual, rodas de liga-leve de 5,5 polegadas de tala, pneus radiais 185/70R13 e rádio toca-fitas estéreo, ao custo de Cr$ 1.400.000,00, ou R$ 93.976,90 hoje, corrigidos pelo IPCA/IBGE. Havia também a versão L, bastante espartana, com interior preto, sem cromados em seu exterior, com vidros comuns, rodas de aço e volante de 2 raios, mas era moderno e vendeu bem.

Em janeiro de 1983, foi lançado o Monza 1.8, o que melhorou ainda mais a imagem do “queridinho da classe média”. Agora com 86 cv SAE (72,24 cv ABNT) a 5.400 rpm e 14,5 kgfm de torque a 3.100 rpm, chegava a 157 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 15,7 segundos. Seu desempenho era limitado pela transmissão de 4 velocidades, e seu consumo com gasolina era de 9,2 km/l na cidade e 14,2 km/l na estrada.

O câmbio de 5 marchas chegou no decorrer do ano de 1983, tanto para as versões 1.6 quanto para a 1.8, assim como o motor a etanol, na época, identificado como álcool hidratado. Com o motor 1.8 a etanol, eram 87 cv ABTN a 5.200 rpm e 15,2 kgfm de torque a 3.200 rpm, capaz de levar o hatch a 164 km/h e fazer de 0 a 100 km/h em 13,9 segundos. Seu consumo era de 7,7 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada. Neste ano eram lançados também a versão cupê e sedan, com 2 e 4 portas.

Em 1984, o Monza conseguiu uma façanha. Mesmo com seu porte médio e preço elevado, foi líder de vendas e carro mais vendido do Brasil, tornando-se sonho de consumo da maioria dos brasileiros da época. Em meio as importações fechadas, era muito comum ver artistas e celebridades atrás do volante de um Monza. Os modelos ganhavam a opção de câmbio automático de 3 velocidades, disponível para qualquer versão.

Em maio de 1985, a GM lançou o Monza 85 e meio, um novo Monza 1985/1985, com mudanças que iam do painel aos para-choques, tornando-o mais bonito e ainda mais confortável, mas mantendo seu eficiente e confiável conjunto mecânico. Por fora, trazia nova grade com filetes horizontais mais largos e entradas de ar divididas em 3 blocos.

O mesmo ocorria no Spoiler, também com 3 entradas de ar, acompanhado de um belo acabamento em borracha. Nas laterais, novos retrovisores, maiores e fixados diretamente nas colunas das portas. Maçanetas e cilindros das fechaduras passavam a ter acabamento em epóxi preto. Nas lanternas traseiras, as setas, antes vermelhas, passavam a ser âmbar. As versões SL/E passavam a ter calotas carenadas de série, e mantinham as belas rodas de liga-leve como opcionais.

No interior, o acabamento passava a ser mais luxuoso, com belíssimo volante semelhante ao do GM Diplomata da época, em 4 raios e espumado, além da inscrição SL/E no botão da buzina. Sim, os anos 80 eram bem legais. No painel, velocímetro com hodômetro total e parcial, conta-giros com escala até 7.000 rpm e faixa vermelha a partir de 6.200 rpm, voltímetro, luz-espia, econômetro e indicadores de combustível e temperatura. A iluminação era em tom verde, um clássico dos anos 80 e 90. A versão SL mantinha o velocímetro mais simples adotado no lançamento.

Falando ainda da versão SL/E, acionamento dos vidros elétricos e retrovisores elétricos era no console central, e as travas das portas ficavam próximas às fechaduras internas, oferecendo maior proteção contra roubo.

Os bancos melhoraram muito, com laterais mais envolventes e apoios de cabeça reguláveis, revestidos em um veludo de excelente qualidade. Mesmo com quase 40 anos, não é difícil encontrar carros desta geração com os tecidos dos bancos em ótimo estado, mesmo que tenham tido uso constante. Os tecidos do forro de teto acompanhavam seu acabamento, em tom escuro, e as luzes de leitura ficavam no centro, próximo ao retrovisor interno.

Seu motor agora tinha 96 cv ABNT a 5.600 rpm e 15,1 kgfm de torque a 3.500 rpm, capaz de levar o hatch a 165 km/h e fazer de 0 a 100 km/h em 13,11 segundos. Seu consumo de etanol era de 7,36 kml na cidade e 11,84 km/l na estrada. Em setembro do mesmo ano, chegava ao mercado o esportivo SR, que falarei mais para frente em outra matéria, e o Monza era novamente o carro mais vendido do Brasil.

Em 1986 a linha não teve novidades expressivas, e o hatch, em sua versão mais madura, não vendia tão bem, já que a predileção do mercado era das versões cupê e sedan. Em 1987, a GM reformulava suas versões, adotando os motores 2.0 para as versões Classic e SR, além de melhorias no motor 1.8 para toda a linha. No decorrer do ano, as versões Hatch L, SL e SL/E se despediam do mercado, restando apenas o SR como representante desta carroceria.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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