Chevrolet Kadett Turim: como era a série especial da Copa do Mundo de 1990

Hatch fez história no mercado nacional e teve edição especial em competição amarga para o Brasil
LA
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16.05.2024 às 00:30 • Atualizado em 29.05.2024
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Hatch fez história no mercado nacional e teve edição especial em competição amarga para o Brasil

O Kadett era a sensação do ano em 1989, quando chegou às ruas nas versões SL, SL/E e GS. Era a sexta geração de um modelo produzido desde 1938 pela Opel, e que rodava no Brasil desde 1973 com o nome de Chevette, estratégia da Chevrolet para evitar a comparação com patentes do exército no regime militar e que acabou possibilitando a convivência das duas gerações por pelo menos quatro anos.

Com um coeficiente de penetração (Cx) de apenas 0,32, ante 0,34 do Uno CS a modo de comparação, o Kadett passava a ser o carro mais eficiente em aerodinâmica do Brasil, e logo viraria sonho de consumo da classe média.

Suas linhas eram modernas, mesmo datadas de 1984, ano de lançamento no exterior, e seu processo de construção trazia inovações vistas até hoje, como soldagem do monobloco feita por robôs ou mesmo vidros colados à carroceria. Foi um projeto que consumiu US$ 225 milhões, 900 mil horas de trabalho de engenheiros e técnicos brasileiros, além de 1.320.000 km rodados em testes de durabilidade. Isso talvez explique o porquê tínhamos 378.786 unidades em circulação em pleno 2023.

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Um ano depois, em 1990, acontecia a décima quarta edição da Copa do Mundo de Futebol, sediada na Itália, tendo partidas realizadas nas cidades de Milão, Roma, Nápoles, Turim, Bari, Verona, Florença, Cagliari, Bolonha, Údine, Palermo e Gênova.

O marketing da marca, assim como as demais marcas, sabia que no Brasil, carro e futebol são grandes paixões nacionais. A Volkswagen fez várias edições do Gol Copa, e a Chevrolet não ficou atrás, quando lançou sua série especial alusiva à então Copa do Mundo sediada na Itália, o Chevrolet Kadett Turim.

Baseado na versão SLE, o modelo tinha a mesma mecânica, e usava exclusivamente gasolina. Seu motor era o mesmo 1.8 de 95 cv a 5.800 rpm com 14,3 kgfm de torque a 3.000 rpm, capaz de levar o modelo a 168,5 km/h e fazer de 0 a 100 km/h em 12,22 segundos. Com gasolina, seu motor alimentado por um carburador de corpo duplo fazia 9,35 km/l na cidade e bons 15,6 km/l na estrada, números respeitáveis para a cilindrada.

O modelo vinha em uma configuração exclusiva. As unidades produzidas tinham a cor predominante Prata com uma faixa cinza-escuro abaixo do friso da porta, acompanhando a linha de cintura dos para-choques, na mesma cor. Trazia também rodas de liga leve em aro 13, as mesmas da versão SLE, porém diamantadas (polidas) e pneus 165SR13 Pirelli P4 ou Firestone F-560.

Completando a aparência externa, tinha um aerofólio traseiro, o mesmo encontrado na versão GS, e uma faixa adesiva com filetes em verde, vermelho branco acompanhando o vinco dos paralamas e dos vidros, em alusão à bandeira da Itália. A logotipia “KADETT TURIM” tinha o mesmo efeito, disposta abaixo do friso da porta, em adesivo.

Por dentro, o modelo tinha como itens de série bancos Recaro com ajuste de altura para ambos os bancos dianteiros e padronagem exclusiva, vidros verdes, vidros traseiros laterais basculantes, limpador e desembaçador do vidro traseiro, encosto do banco traseiro bipartido, retrovisores externos com comando interno e manual, painel com conta-giros, relógio digital com iluminação verde e função cronômetro, desembaçador dianteiro e ventilação forçada com 3 velocidades. Além desses itens, a lista de opcionais do Turim passava por ar-condicionado, direção hidráulica e rádio com toca-fitas.

A série, que deveria durar alguns meses e ter apenas 2.000 unidades produzidas, acabou se estendendo até o ano seguinte por conta de uma longa promoção, onde foram sorteadas 82 unidades no Bolão do Faustão, em cobertura da Copa pela Rede Globo.

Existem registradas no Denatran atualmente 5.816 unidades, sendo 5.621 unidades produzidas em 1990 e 195 unidades produzidas em 1991, e achar um destes em bom estado não é uma tarefa muito difícil, afinal, além de resistente, o Kadett sempre foi muito querido por seus proprietários.

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