Carros muito legais que não venderam tanto quanto deveriam

O sucesso no mercado depende de diversos fatores. Por isso, nem sempre ser um bom produto é o suficiente no Brasil
Renan Rodrigues
Por
26.08.2022 às 15:00
O sucesso no mercado depende de diversos fatores. Por isso, nem sempre ser um bom produto é o suficiente no Brasil

O sucesso de um carro no mercado automotivo depende de diversos fatores: estratégia da fabricante, reputação da marca, tamanho e eficiência da rede de concessionárias, posicionamento do produto em termos de preço e a forma como ele é divulgado. Tudo isso ditará a aceitação (ou não) por parte do público. 

É comum, até certo ponto, um carro muito bom não vender tanto quanto jornalistas e até as fabricantes acreditam que eles venderiam. Pensando nisso, a Mobiauto separou dez modelos muito legais, mas que não tiveram um desempenho tão bom assim no mercado. 

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1. VW Up!

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O subcompacto da Volkswagen conquistou os jornalistas e os fãs do modelo graças ao bom desempenho, especialmente na versão TSI. No entanto, o up! era muito caro para o seu porte. A justificativa para o preço vinha especialmente da sua estrutura, bem mais refinada e segura do que a média do segmento, e que encarecia o projeto. 

Além disso, o brasileiro não assimilou seu estilo quadradinho, altinho e com dianteira de minivan. Assim, o modelo que deveria ter sido o “Fusca do século 21” foi vendido entre 2014 e 2021 sem nunca ter chegado perto do topo do ranking de emplacamentos. 

2. Honda Civic G10

O sucesso no mercado depende de diversos fatores. Por isso, nem sempre ser um bom produto é o suficiente no Brasil

A décima geração do Honda Civic desembarcou no Brasil em 2016. Foi muito elogiada, especialmente pelo visual arrojado, a dirigibilidade e o padrão elevado de acabamento interno. O sedan sempre vendeu acima de 20 mil unidades durante os cinco anos que ficou por aqui. 

Pode até parecer um bom número, mas seu principal rival, Toyota Corolla, frequentemente vendia o dobro ou até o triplo dele. Como consequência, ele saiu de linha no fim do ano passado e deixará de ser produzido no Brasil, passando a ser importado na 11ª geração.

3. Peugeot 2008

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O Peugeot 2008 sofre com alguns problemas. O primeiro deles é o preconceito enraizado contra marcas francesas, algo que a Peugeot poderia ter superado justamente com 208 e 2008. 

Porém, errou feio com ao oferecer o SUV com câmbio automático de só quatro marchas, o velho AL4, enquanto a versão mais legal, 1.6 THP turbo, de 173 cv, era oferecida somente com câmbio manual! 

Para piorar, mesmo com o projeto pronto, o 2008 foi lançado logo depois de Honda HR-V e Jeep Renegade, dois fenômenos de venda que ofuscaram totalmente o modelo francês. Os erros foram arrumados ao longo dos anos, mas a imagem ficou arranhada e hoje o 2008 tenta se destacar pelo custo-benefício, mas ainda vende bem menos que os rivais.

4. Ford Bronco Sport

O sucesso no mercado depende de diversos fatores. Por isso, nem sempre ser um bom produto é o suficiente no Brasil

O Ford Bronco Sport é mais um que sofre com ao menos dois fatores. O primeiro deles é o fechamento das fábricas da marca aqui no Brasil, algo que pegou mal para os consumidores locais, mas que fez sentido para a empresa. 

O segundo é o fato de ser um SUV importado, em versão única e com preço alto perante os concorrentes. Apesar disso, é um modelo com muitas qualidades, conforme comprovamos neste teste longo.

5. Toyota RAV4 Hybrid

O sucesso no mercado depende de diversos fatores. Por isso, nem sempre ser um bom produto é o suficiente no Brasil

A atual geração do Toyota RAV4 chegou ao Brasil causando impacto pelo preço agressivo: R$ 165.990 em 2019. O consumo médio declarado de 14,3 km/l na cidade já era uma boa média, considerando o porte do modelo, o sistema híbrido, que combina um motor 2.5 a dois e]létricos para entregar 222 cv e 27,9 kgfm, permitia obter números ainda melhores. 

No entanto, apenas três anos depois, o RAV4 já é tabelado em R$ 311.890. Importado do Japão, é oferecido em lotes pequenos e sazonais, e foi totalmente ofuscado pelo primo menor, Toyota Corolla Cross, nos showrooms da marca.

6. VW Golf Variant

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No começo do texto, a gente afirmou que o sucesso de um modelo depende de diversos fatores. A Golf Variant foi, possivelmente, uma das melhores peruas que passaram pelo Brasil. 

No entanto, o mercado já estava entusiasmado e contaminado com SUVs, asfixiando o espaço para as peruas. Ainda mais quando estamos falando de um modelo que não custava barato. A prova é que a perua saiu de linha justamente para abrir espaço para o T-Cross. 

7. Renault Sandero RS

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Se depois dos esportivos dos anos 1990 o brasileiro ficou órfão de um carro pequeno e acessível com apetite para pista, a Renault resolveu isso com o Sandero RS. No entanto, se tratava de um carro de nicho, com sérias restrições para o uso diário, além de um preço elevado em relação a versões “civis” de outros hatches. 

8. Nissan Frontier

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No segmento de picapes, a marca conta muito. A Nissan, além de ser uma marca japonesa, tem boa reputação no Brasil e no mundo, mas não ao nível da Toyota, que lidera o segmento com a Hilux e sua fama de inquebrável. 

Agora, a marca foca no nível de equipamentos, incrementado a Frontier até com assistentes ao condutor, como frenagem autônoma de emergência, mas ela segue atrás das rivais em vendas. No entanto, a suspensão traseira com molas helicoidais segue deixando potenciais clientes com o pé atrás na hora da compra.

9. Hyundai Elantra

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Se a vida do Civic, com todos os elogios feitos, não foi fácil, podemos imaginar como é a do Elantra em um segmento dominado pelo Corolla. É verdade que a Hyundai criou boa fama em cima dos seus carros e o sedan não era exceção. Apesar do conforto e bom desempenho, o Elantra nunca conseguiu concorrer com os japoneses. 

10. Kia Cerato

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Outro sedan vítima do sucesso do Toyota Corolla, com a diferença de que o Kia Cerato teve outros problemas. 

Quando o Inovar Auto forçou fabricantes a instalarem fábricas em solo nacional, a Kia preferiu seguir somente importando, viu suas vendas despencarem e o número de concessionárias diminuir, mesmo com bons produtos em linha. E, assim, o Cerato praticamente desapareceu das ruas, embora ainda esteja em catálogo.

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