BYD Han: sedan elétrico será mais legal, completo e barato que SUV Tan

Com pegada de “carro de patrão esportivo” e cheio de mimos, modelo chegará no 2º trimestre de 2022, logo depois do irmão de sete lugares
LF
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01.12.2021 às 16:50
Com pegada de “carro de patrão esportivo” e cheio de mimos, modelo chegará no 2º trimestre de 2022, logo depois do irmão de sete lugares

A febre dos SUVs tem feito os consumidores tomarem decisões de compra nem sempre racionais nos últimos anos. Apesar de os utilitários esportivos apresentarem uma série de desvantagens e limitações, clientes têm cada vez mais querido bancar a experiência de ter um carro largo, musculoso e alto na garagem.

Isso faz com que paguem mais caro, mesmo que levem um carro menos equipado e com desempenho inferior. Um caso cristalino disso serão os dois primeiros carros que a BYD lançará no Brasil: o SUV de sete lugares Tan – cujo nome específico para o nosso mercado a Mobiauto revelou em primeira mão –, e o sedan executivo Han.

Ambos são modelos 100% elétricos e que compartilham a mesma plataforma. Por isso mesmo, todo o conjunto motriz e boa parte das tecnologias embarcadas são as mesmas. Nossa reportagem conheceu os dois na prévia do Electric Experience, evento voltado a testes com veículos 100% elétricos na cidade de Tuiuti (SP).

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Lá, dirigimos em pista fechada apenas o Tan, mas pudemos conhecer por fora e por dentro uma unidade do Han que estava ali exibida de modo estático. Concluímos que o sedan é ainda mais completo, divertido e legal do que o irmão, com a vantagem de que custará menos e será ainda mais eficiente em termos energéticos.

Para quem não conhece, a BYD é uma companhia chinesa que já fabrica painéis fotovoltaicos no Brasil (na Zona Franca de Manaus) e ônibus elétricos em Campinas (SP), além de empilhadeiras elétricas e máscaras. Por enquanto, venderá carros apenas importados, mas planeja até produzir veículos localmente caso o projeto dê certo.

Além dos elétricos Tan e Han, que chegam no primeiro semestre de 2022, a marca deve lançar dois modelos híbridos na segunda metade do ano que vem: o SUV cupê Song Plus e o sedan médio Qin são os escolhidos, mas a fabricante ainda não teria definido quais os conjuntos motrizes e pacotes de equipamentos dos modelos.

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Tan já está em pré-venda

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Nesta semana, a BYD anunciou que o SUV Tan já está em pré-venda no país, após fechamento de um acordo com a primeira rede concessionária a trabalhar com a marca, a Eurobike. No entanto, a chegada efetiva do SUV elétrico às lojas deve acontecer no primeiro trimestre do ano que vem.

Com discurso de “pés no chão”, a marca chinesa trará um primeiro lote com 200 a 300 unidades. O preço ainda não foi divulgado, mas ficará perto de R$ 500.000, segundo apurações da Mobiauto. As vendas ocorrerão junto com painéis solares e conjuntos de baterias para uso residencial.

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Com isso, a empresa espera criar uma experiência inédita na qual o comprador poderá não apenas ter um SUV elétrico de luxo na garagem, mas também gerar a própria energia a ser usada por ele de forma limpa. Nossa reportagem contou essa estratégia em primeira mão no começo de outubro.

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O Tan chegará para brigar com elétricos de Audi, Mercedes-Benz e Volvo no Brasil. Estamos falando de um SUV com 4.870 mm de comprimento, 1.950 mm de largura, 1.725 mm de altura, 2.820 mm de entre-eixos e capacidade para sete passageiros. É, portanto, um pouco maior do que um Jeep Commander.

Para encarar modelos de marcas premium e já bem estabelecidas no mercado, terá como arma uma dupla de motores elétricos, um sobre cada eixo, de 245 cv (dianteiro) e 272 cv (traseiro), respectivamente. A potência combinada é de 517 cv e o torque, de 69,3 kgfm. O 0 a 100 km/h prometido é de apenas 4,6 segundos, tempo similar ao de um Audi e-tron.

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O conjunto de baterias de ferro de lítio de fosfato de ferro, criado pela própria BYD, consiste em lâminas, tipo ripas, que dispensam ligações complexas e ficam melhor acomodadas no assoalho do veículo. Sua capacidade é de 86,4 kWh. Segundo a fabricante, a autonomia chega a 395 km na estrada e 472 km na cidade, quando se pode usar melhor a regeneração de energia nas frenagens.

O tempo de recarga entre 30% e 80%, num carregador ultrarrápido do tipo DC (corrente contínua), está estimado em 30 minutos, enquanto, a recarga completa ocorre em cerca de 1h20min. Já em uma tomada convencional com corrente alternada (AC) e potência máxima de 7 kW, são necessárias 15 horas para ir de 0 a 100%.

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Han vem logo depois

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Já o Han, de acordo com nossas apurações, será lançado no segundo trimestre, custando entre R$ 400.000 e R$ 450.000, portanto mais barato do que o irmão. E, como veremos um pouco mais adiante, mais equipado, rápido e eficiente do ponto de vista energético. Isso mesmo trazendo um conjunto motriz um pouco menos potente, com 494 cv combinados.

Apesar disso, sua menor altura e aerodinâmica mais refinada que a do SUV o permite ir de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 s, número que curiosamente está grafado em um letreiro no canto inferior direito da tampa do porta-malas. A fabricante ainda não divulgou as especificações de torque, baterias e autonomia do Han para o mercado brasileiro.

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Em dimensões, o Han será mais comprido (4.960 mm) e largo (1.910 mm). Seu entre-eixos é de longos 2.920 mm, o que garante espaço interno de nave, enquanto a altura fica na casa de 1.490 mm. A tração, assim como no Tan, é integral, porque há um motor elétrico postado sobre cada eixo.

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O que o Tan tem (e como anda)

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Para brigar com modelos de marcas consideradas luxuosas no Brasil, o BYD Tan será lançado em uma versão única de acabamento, já cheia de mimos e itens de segurança. O freio de estacionamento eletrônico, por exemplo, inclui Auto Hold e controle de desaceleração para acionamento, enquanto o controle de estabilidade possui detecção anticapotamento e o volante traz regulagem elétrica de altura e profundidade.

Seis airbags, câmeras com projeção panorâmica em 360° para manobras e pacote semiautônomo (frenagem emergencial, controle de cruzeiro adaptativo inteligente, assistente de permanência em faixa e alerta de tráfego cruzado traseiro) também estão na lista, assim como controle de velocidade em descidas.

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O grande destaque, porém, vai para a cabine com elementos sofisticados, incluindo faixas de alcântara nas portas e painel, sistema de som Dirac com 12 alto-falantes, quadro de instrumentos digital de 12,3” e uma central multimídia gigante de 15,6”, cuja tela pode girar eletricamente para ficar na posição vertical ou horizontal.

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Externamente, os traços do projetista alemão Wolfgang Egger, vindo da Audi, são elegantes, mas sóbrios. Destaque para os faróis com três projetores de LED com ajuste automático de altura do facho, as rodonas de 22”, os freios Brembo com pinças de seis pistões e discos perfurados, as lanternas traseiras integradas ao estilo Dodge Durango e a vigia traseira com vidro escurecido. É ela a responsável por criar o efeito de teto flutuante.

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Curioso, porém, é que o Tan, mesmo 100% elétrico, possui uma grade dianteira de verdade, com divisórias tipo cascata e uma tomada de ar enorme para refrigeração do próprio conjunto elétrico e dos atuadores do ar-condicionado. Isso dá a ele um aspecto de carro muito mais do presente do que do futuro.

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Nosso contato foi de apenas três voltas numa versão encurtada do circuito fechado do Haras Tuiuti. Nele, foi possível perceber como o motor empurra forte as quase 2,5 toneladas em ordem de marcha do SUV. Crava-se o pé no acelerador, as costas colam no banco e as imagens da visão lateral logo viram borrões na janela. Tudo com muita estabilidade e zero passarinhadas, fruto da tração integral.

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O nível de conforto e ruído a bordo é invejável e a pendulação da carroceria em curvas é até contida para os padrões de um carro chinês, geralmente são bem molengas. As baterias no assoalho, que ajudam a reduzir o centro de gravidade, explicam tal comportamento. Já os freios são tão eficientes que fazem a traseira oscilar de leve em uma pisada mais forte.

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Falando em freios, como todo carro elétrico, o Tan possui regeneração da energia cinética dissipada nas frenagens em dois níveis, mas não espere dele aquele modo “B” ou de condução com apenas o pedal do acelerador. Mesmo com a regeneração em modo mais intenso, o veículo mantém certo embalo nas desacelerações e não se pode abandonar o pedal dos freios nessas horas.

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Sobre a multimídia giratória, não tivemos tempo de experimentá-la em detalhes, mas deu para ver que é rápida e com altíssima resolução, mas a preferi na posição horizontal. Na vertical, sua parte superior invade o campo de visão do para-brisa.

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As diferenças entre Tan e Han

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O Han, por sua vez, tem mais aspecto de carro do futuro, pois troca a grade por uma larga assinatura cromada na dianteira, que imita aço escovado e conversa com os faróis (igualmente full-LED e com projetores inteligentes, mas com o acréscimo de luzes de posição azuis no topo).

Tudo isso, mais os vincos musculosos e a traseira ao estilo sedan-cupê, forma uma assinatura visual que, segundo a marca, remete a símbolos visuais da dinastia Han, de onde, por sinal, veio o nome do três-volumes. 

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Por dentro, o couro preto e marrom dá lugar ao preto e vermelho, incluindo boa parte do volante, a fim de aumentar o aspecto esportivo. Já o alcântara é trocado por revestimento que simula madeira no painel.

Em termos tecnológicos, o Han terá tudo que o Tan tem e ainda um pouco mais. A unidade que conhecemos possui, por exemplo, um para-brisa especial, de cor azulada, que contém mais os raios do sol a fim de não ofuscar a visão do motorista. Isso o SUV não traz.

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Já o quadro de instrumentos 100% digital conta com uma função para auferir você mesmo o 0 a 100 km/h do sedan: ao selecioná-la, o condutor segura os pedais de freio e acelerador juntos até o talo, acionando um controle de partida. Quando você solta o freio, o sedan arranca como se não houvesse amanhã e o cluster cronometra tempo e velocidade de aceleração.

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Fiquei imaginando o quão divertido seria experimentar a função ali na pista, além de experimentá-lo em curvas. Até porque estamos falando de um sedan elétrico, com baterias no assoalho, e menos de 1,50 m de altura. Deve ser um carro incrivelmente assentado no chão. A comprovação disso ficará para uma próxima...

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Todavia, se as rodas do Han são menores, de 19”, os freios são igualmente Brembo e perfurados. Só que as maçanetas, diferentemente do Tan, são escamoteáveis como no Porsche Taycan, e só surgem quando se destrava as portas! Enquanto eu analisava o carro, outro jornalista de um site de tecnologia se assustou quando viu esse item em ação.

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Na fileira de trás, ao rebater o encosto da posição central para criar um descansa-braço com dois porta-copos retráteis, outra tela tátil menor surge, no mais glorioso estilo “carro de patrão”. Através dela, é possível controlar a climatização do ar-condicionado (de três zonas, contra duas do Tan), o volume do som, o tipo de mídia em execução, a iluminação interna ambiente, abertura e fechamento do teto solar panorâmico e até o ângulo do encosto lombar dos bancos traseiros.

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Mais do que isso, quem se senta ali pode até ajustar a profundidade do assento do passageiro dianteiro. Típico sedan de chofer, só que para executivos mais moderninhos e ecologicamente corretos. Agora, se o Jarbas resolver acelerar tudo para brincar de 0 a 100 com o carro elétrico do chefe, o Silvio Santos do século 21 certamente vai se assustar um bocado com a brutalidade da aceleração lá atrás.

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Mesmo custando mais barato, tendo alguns recursos a mais e uma autonomia maior que a do Tan (por ser aerodinamicamente superior, o número homologado no Brasil deve passar de 500 km na cidade), o Han venderá bem menos que o SUV, nas previsões da própria marca. Tanto que menos de 100 unidades devem ser trazidas num primeiro momento. 

Será um carro voltado mais à construção da identidade da marca BYD no Brasil. Bem... Se os patrões atuais só querem saber de SUVs, eles é que não sabem o que estarão perdendo...

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