Avaliação: novo BMW X1 está ainda mais à frente de Audi e Mercedes-Benz

SUV da marca alemã é líder no segmento de SUVs premium há seis anos e nova geração aumentará a distância
Renan Bandeira
Por
24.07.2023 às 15:45
SUV da marca alemã é líder no segmento de SUVs premium há seis anos e nova geração aumentará a distância

Em março desse ano, a BMW apresentou a nova geração do X1 ao mercado brasileiro. Curiosamente, a Mobiauto publica sua avaliação do modelo justamente quando a marca lançou a variante elétrica do SUV, o iX1.

Por falar nisso, essa já é uma das vantagens do X1 para um dos concorrentes, especificamente o Audi Q3. A plataforma do BMW nasceu pronta para a eletrificação. O Mercedes-Benz GLA também possui uma variante elétrica, o EQA.

Mas não é apenas nesse quesito que o BMW leva vantagem contra seus rivais. Maior e com motor calibrado na medida, o SUV se destaca no segmento, e a Mobiauto conta onde ele vai melhor e pior contra seus principais concorrentes.

BMW X1 sDrive20i M Sport 2023 - Preço: 349.950

Maior que todos

A troca de geração também foi acompanhada de crescimento. O BMW X1 ficou sete centímetros maior, o que pode parecer pouco, mas o tornou o maior entre os três rivais, com 4.500 mm.

O Audi Q3 dá o troco na largura com 1.849 mm, mas o maior entre-eixos é do Mercedes-Benz GLA, que tem 2.729 mm na medida. No quesito porta-malas, nova vitória do Audi.



Comprimento

Entre-eixos

Largura

Altura

Porta-malas

BMW X1

4.500 mm

2.692 mm

1.845 mm

1.630 mm

476 litros

Audi Q3

4.484 mm

2.680 mm

1.849 mm

1.616 mm

530 litros

Mercedes-Benz GLA

4.410 mm

2.729 mm

1.834 mm

1.611 mm

435 litros

Ainda mais SUV

A nova geração do BMW X1 se aproveitou muito da influência do iX, o SUV elétrico da marca. A começar pela grande grade duplo-rim, que ganhou abertura e fechamento dinâmicos. Essa funcionalidade serve para melhorar a aerodinâmica do carro.

A dianteira foi toda redesenhada, há novo para-choque com tomadas de ar mais agressivas. Os faróis também são novos e full-LED. Na lateral, chama atenção a linha de cintura, que ficou bem mais evidente nesta geração.

As maçanetas são cavadas na porta para melhorar a aerodinâmica. As rodas foram substituídas por jogos de 20 polegadas na configuração sDrive20i M Sport.

A traseira também recebeu muitos retoques, como novas lanternas e para-choque mais moderno. Mas o que realmente chama atenção é que ele não tem mais as saídas de escape evidentes.

No interior, a influência do iX fica ainda mais clara. Logo de cara, o cluster de instrumentos digital conectado pela moldura com a central multimídia entregam a inspiração.

Outro item herdado do SUV grande é o console central. Ao contrário das antigas gerações, o novo X1 adota um console vazado em vez do baú, solução mais prática para esconder objetos de valor, por exemplo.

Motor na medida

O X1 usa o mesmo motor do BMW Série 3, ou seja, um 2.0 turbo, mas com potência elevada para os 204 cv, enquanto o sedã tem 184 cv.

O X1 fica entre GLA e Q3 no quesito potência e desempenho. Enquanto o Mercedes possui 163 cv e 25,5 kgfm de torque, o X1 entrega 204 cv e 32,6 kgfm, enquanto o Q3 é o mais potente com 231 cv e 34,7 kgfm.

Isso se reflete também nas arrancadas, já que o GLA precisa de 8,7 segundos para chegar aos 100 km/h, enquanto o X1 chega na mesma velocidade em 7,4 segundos e o Q3 precisa de apenas 7 segundos.

A grande vantagem está na entrega do torque. Os 32,6 kgfm do BMW são entregues a apenas 1.500 rpm, tornando o X1 ágil na cidade e com bom desempenho em rodovias e ultrapassagens.

O BMW se vale de melhor consumo, com nota A na comparação relativa da categoria pelo Inmetro, a versão M Sport faz 10,6 km/litro na cidade e 12,9 km/litro na estrada com gasolina.

O Audi Q3 faz 8,0 km/litro na cidade e 10,3 km/litro na estrada, ambos com gasolina. Já o Mercedes-Benz pode até ser mais econômico, mas apenas se considerarmos as versões com motor 1.3 turbo, que são menos potentes e fazem 11,1 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada.

Se considerarmos as versões AMG com motor 2.0, que são mais potentes e muito mais caras, o modelo da Mercedes faz 8,7 km/l na cidade e 10,4 km/l.

Suspensão é calcanhar de Aquiles

Um dos problemas de carros importado no Brasil são as calibrações de suspensões. O BMW X1, apesar de ser montado em Santa Catarina, também sofre desse problema, ao menos na versão topo de linha.

Obviamente, os pneus 245/40 com rodas de 20 polegadas não contribuem para a filtragem dos problemas no asfalto brasileiro. Dessa maneira, o motorista vai sentir as imperfeições do solo, mas a suspensão não dará final de curso, o que já é um alívio.

BMW X1 sDrive20i M Sport 2023 - ficha técnica

Motor 2.0, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, turbo, gasolina, duplo comando de válvulas no cabeçote acionado por corrente

Taxa de compressão
não divulgada
Potência
204 cv a 5.000 rpm
Torque
32,6 kgfm a 1.500 rpm
Peso/potência
8,33 kg/cv
Peso/torque
52,1 kg/kgfm
Câmbio
automático de 7 marchas
Tração
dianteira
0 a 100 km/h
7,6 segundos
Velocidade máxima
236 km/h

Dados técnicos: direção elétrica; suspensões tipo independente McPherson com mola helicoidal na dianteira, e independente multibraço na traseira; freios a disco ventilados nas quatro rodas; vão livre do solo, 205mm; diâmetro de giro, 11,7 m; pneus 245/40 R20.

Dimensões: 4.500 mm de comprimento; 2.692 mm de entre-eixos; 1.845 mm de largura; 1.642 mm de altura; 476 litros de porta-malas; 45 litros de tanque de combustível; Peso em ordem de marcha 1.700 kg; 565 kg de carga útil

Consumo: 10,6 km/litro na cidade e 12,9 km/litro na estrada com gasolina 

BMW X1 sDrive20i M Sport 2023 - principais itens de série

  • Volantes M
  • Acabamento do teto em Anthracite
  • Acabamento externo em preto High-gloss
  • Transmissão steptronic com shift paddles
  • Bancos dianteiros esportivos
  • Bancos dianteiros com ajustes elétricos
  • Pacote de equipamentos Professional
  • Acabamento interno em alumínio em Hexacube dark
  • Instrumentos do painel de instrumentos em Luxury
  • Tapetes em veludo
  • Comfort Access
  • Teto solar elétrico panorâmico
  • Rack system em BMW Individual High-gloss Shadow Line
  • Retrovisor interno com função anti-ofuscante
  • Retrovisores externos com função anti-ofuscante
  • Segredo de roda
  • Faróis em LED adaptativo
  • Head up display
  • Assistente de farol alto
  • Driving Assistant Plus
  • Parking Assistant Plus
  • Live Cockpit Professional
  • Chamada de emergência inteligente
  • BMW Teleservices
  • Serviços ConnectedDrive
  • Serviços remotos
  • Smartphone Integration
  • Sistema de som Karman Kardon
  • Connected Package Professional
  • Carregador por indução

BMW X1 sDrive20i M Sport 2023: vale a pena comprar?

O próprio mercado responde a essa pergunta com o número de emplacamentos desse ano. Se somarmos as 697 unidades vendidas do Audi Q3 com os 400 emplacamentos do Mercedes-Benz GLA, ainda passaríamos longe das 1.601 unidades vendidas pelo BMW X1.

Agora, com mais características de um SUV, visual ainda mais arrojado e melhorias que eram esperadas em relação a geração anterior, o X1 é sim a melhor opção entre os SUVs compactos premium.

A grande questão é que esse mercado também está inflacionado, já que o X1 topo de linha já custa R$ 349.950.

Comentários