Alunas brasileiras fazem óleo de cozinha virar combustível para ônibus

Estudantes de escola pública do Ensino Médio no PR criam biocombustível com óleo que seria descartado. Ônibus de teste rodou com ele por 7 dias sem problemas
LF
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15.09.2023 às 14:45
Estudantes de escola pública do Ensino Médio no PR criam biocombustível com óleo que seria descartado. Ônibus de teste rodou com ele por 7 dias sem problemas

Um grupo de alunas do Ensino Médio do Paraná ganhou notoriedade ao desenvolver um biocombustível a partir de óleo de cozinha para mover veículos com motor a diesel. O mais impressionante é que elas usaram o produto em um ônibus para teste, e ele funcionou sem problemas durante um teste de sete dias.

Cada vez mais estamos evoluindo na questão de energia limpa para os automóveis. Carro elétricos já são uma realidade latente no mundo todo. No Brasil, temos o privilégio de contar com biocombustíveis como o etanol, que podem surgir como alternativas aos veículos elétricos de bateria (BEV), que ainda possuem problemas de custo e ambientais, muito por conta do processo de extração de metais usados na composição das baterias.

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Nesse sentido, alunas do Ensino Médio de um colégio estadual em Assaí, cidade localizada no Norte do Estado do Paraná, conseguiram fazer um ônibus rodar por sete dias utilizando óleo de cozinha como combustível. A criação se deu por conta de um projeto promovida pelo Colégio Estadual Conselheiro Carrão, em parceria com a UFPR (Universidade Federal do Paraná).

A ideia de transformar o óleo de cozinha descartável em combustível, e não em sabão, como geralmente se faz, foi do professor de química da escola, Matheus Rossi, que realizou a mentoria de todo projeto. Inicialmente, a intenção era participar de uma competição municipal de inovação científica. Porém, a ideia ganhou corpo e novos parceiros pelo caminho.

A iniciação cientifica resultou na criação de uma startup júnior chamada Biosun, com objetivo de converter óleo de cozinha descartado em biocombustível. Todo o grupo de estudantes no projeto é formado por alunas mulheres: Eduarda Priscila Miura, 17; Luiza Alves de Souza, 17; Leticia Ayumi Tazima Sato, 17; Eduarda Pietra Santos Paixão, 16; Fabiane Hikari Kikuti, 16.

O processo para transformar óleo de cozinha em combustível é chamado de “transesterificação”. Primeiramente, o óleo é filtrado para retirar qualquer resíduo sólido. Depois disso, é aquecido e misturado com álcool e uma base forte. Por fim, a mistura passa por mais quatro etapas de lavagem, e só então se torna viável para uso.

As primeiras levas de combustível foram produzidas na própria escola. Porém, a ampliação e complexificação do projeto exigiu que a produção migrasse para o laboratório da UFPR, no polo de Jandaia do Sul, outro município do interior paranaense. Contou, ainda, com apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da prefeitura de Assaí (PR).

Imagens: Divulgação


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