VW Voyage Tecno: o carro que previa o futuro na década de 1980 e acertou

Marca aproveitou exposição em 1983 para apresentar seu protótipo cheio de tecnologias, com motor de Golf GTi, start-stop e até suspensão regulável
Renan Bandeira
Por
23.12.2022 às 11:35
Marca aproveitou exposição em 1983 para apresentar seu protótipo cheio de tecnologias, com motor de Golf GTi, start-stop e até suspensão regulável

A frase “carros do futuro” sempre foi um tempero a mais para a imaginação fértil de designers e fabricantes. Tanto que vimos durante a história da indústria uma série de projetos bizarros, como carros voadores e visuais completamente controversos.

Na década de 1980, a Volkswagen aproveitou a visibilidade do Salão do Automóvel a Álcool em 1983 para apresentar um protótipo cheio de tecnologias. Já que o cenário era de inovação, tendo o etanol como principal estrela da época, a marca expôs na feira os itens que acreditava que equipariam os modelos do futuro.

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O veículo escolhido para receber todos os equipamentos era o Voyage, o três-volumes derivado do lendário Gol que acabara de ser lançado, como vemos nas imagens cedidas gentilmente pelo Museu da Imprensa Automotiva (Miau). O nome da configuração futurista era Tecno e foi produzida apenas para a exposição.

Interessante é que o visual externo do protótipo já antecipava como seria o primeiro facelift da família Gol. Em 1983, os VW tinham pára-choques do tipo lâmina de ferro, e trocaram essas peças por componentes plásticos maiores em 1987 - o mesmo estilo apresentado no Tecno.  

Além disso, o Voyage futurista trocava as características rodas de ferro por outras de liga-leve, conhecidas como Pirelli. Já o capô, portas e porta-malas, eram construídos em chapas de alumínio.

Por dentro, o projeto era completamente inovador. Para entrar no veículo, as portas eram destravadas por controle remoto. O painel de instrumentos era 100% digital, os bancos tinham ajustes elétricos e o computador de bordo, avisos por voz.

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O motor também era diferente. Enquanto as versões convencionais tinham motor 1.6 aspirado e carburado compartilhado com o VW Passat, o Tecno já era movido por um 1.8 de 16V com injeção direta de combustível, emprestado do Golf GTi alemão.

O tanque de combustível era de plástico, os freios eram a discos ventilados e os amortecedores traseiros tinham regulagem automática. Tudo aquilo que qualquer sedan da época queria ter, e que apenas os veículos vendidos nos mercados europeu e americano tinham. 

Além disso, ele ainda tinha piloto automático, sistema start-stop, ventilação automática e sensor inteligente de farol alto. 

Das inovações apresentadas, o Voyage Tecno acertou quase todas, com exceção dos fones de ouvido para o banco traseiro, já que as caixas de alto-falantes tomaram esse lugar. E as chapas de alumínio, que não substituíram as de aço.

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Os outros equipamentos até demoraram para se popularizar, como a injeção direta de combustível no motor, o painel digital, o piloto automático, o sensor inteligente de farol alto, entre outros. 

Curioso é que o veículo estava tão à frente de seu tempo e equipado, que o Voyage não recebeu esses itens nem na linha 2022, que marcou a segunda despedida do sedan no Brasil.

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