VW Taos: afinal, o novo SUV é uma ameaça a T-Cross ou Tiguan?
O Volkswagen Taos foi lançado mundialmente na última terça-feira (13). O novo modelo da marca alemã deve chegar ao mercado nacional no primeiro semestre do próximo ano, já como modelo 2022, com produção na Argentina. A dúvida que fica é: ele vai substituir T-Cross ou Tiguan?
A resposta é não. Na verdade, o Taos chega para organizar o catálogo da Volkswagen no Brasil. Atualmente, a empresa oferece três modelos de SUV: Nivus, T-Cross e Tiguan.
O primeiro deles foi lançado neste ano e corre menos risco de ser atingido pelo novo SUV da marca, afinal, pertence a um inédito segmento do mercado, o de SUVs cupês compactos, com faixa de preços abaixo de R$ 100 mil (por enquanto). Seus maiores concorrentes internos acabam sendo o Virtus e as versões 200 TSI do T-Cross.
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Já o próprio T-Cross está posicionado um degrau acima do Nivus, mas suas variantes 200 TSI, equipadas com o motor 1.0 turboflex de 128/116 cv (etanol/gasolina) e 20,4 kgfm de torque, aliado ao câmbio automático de seis marchas - o mesmo que equipa Polo, Virtus e Nivus, aliás -, pouco conversam com o Taos.
A outra opção é a 250 TSI 1.4 turboflex de 150 cv e 25,5 kgfm de torque acoplado a transmissão automática de seis marchas da Aisin e tração dianteira, mesma oferecida por Tiguan AllSpace atual de entrada, Polo GTS, e que equipará o Taos. Esta é a que pode de fato se complicar com a chegada do novato.
Já no último degrau vem o Tiguan, que além de oferecer versões com o motor 250 TSI (1.4 turboflex), também conta com o 350 TSI (2.0 turboflex de 220 cv e 35,7 kgfm, com câmbio DSG de sete marchas).
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Mas para que ter o VW Taos no meio desses SUVs?
Simples: o Taos chega para preencher uma lacuna que a Volkswagen vem tapando provisoriamente com o Tiguan 250 TSI no segmento de SUVs tipo C. O objetivo é tentar bater o Jeep Compass, líder de vendas da categoria no mercado nacional.
Dessa forma, o catálogo da marca fica organizado de maneira lógica, uma vez que o T-Cross seria mantido com a meta de brigar no mercado com o novo Chevrolet Tracker entre os utilitários esportivos de tipo B.
Talvez quem mais vá sofrer seja o T-Cross Highline 250 TSI, o que pode forçar a VW a investir nas versões 200 TSI do SUV menor. Atualmente, o T-Cross Highline começa em R$ 122.990, mas chega a R$ 136.640 com todos os opcionais.
Já o Tiguan AllSpace seria, enfim, posicionado de maneira definitiva entre os SUVs de tipo D (ao lado de Caoa Chery Tiggo 8 e do futuro Jeep de sete lugares), devido às suas dimensões e ao foco nas versões com sete lugares.
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Por isso, é de se esperar que ele sobreviva apenas da opção Comfortline, que parte de R$ 173.410, para cima. A versão 250 TSI, de R$ 145.430, deve ser extinta do catálogo tão logo o Taos chegue às concessionárias.
Com esse novo posicionamento do Tiguan, sobrará um claro espaço para a VW encaixar o Taos entre as faixas de R$ 130 mil a R$ 170 mil, sem comprometer muito os outros modelos e preenchendo o espaço que a empresa tenta cobrir com o Tiguan desde a chegada do Jeep Compass ao Brasil, em 2016.
O que comprova isso são as dimensões dos modelos. Veja:
Volkswagen T-Cross: 4,20 m de comprimento; 1,76 m de largura; 1,57 m de altura; 2,65 m de entre-eixos; 373 litros de porta-malas.
Volkswagen Taos: 4,47 m de comprimento; 1,84 m de largura; 1,62 m de altura; 2,68 m de entre-eixos; 455 litros de porta-malas.
Volkswagen Tiguan AllSpace: 4,70 m de comprimento; 1,84 m de largura; 1,66 m de altura; 2,79 m de entre-eixos; 686 litros de porta-malas.
*Jeep Compass: 4,42 m de comprimento; 1,82 m de largura; 1,64 m de altura; 2,64 m de entre-eixos; 410 litros de porta-malas.
Como pode ser observado, o Taos se posiciona entre T-Cross e Tiguan nas dimensões, e possui medidas muito mais próximas daquelas oferecidas pelo Jeep Compass, sendo 5 cm maior em comprimento, 2 cm mais largo e 5 cm mais comprido em entre-eixos, embora quase 2 cm mais baixo. O novo SUV da Volkswagen também leva mais bagagem que o COmpass, por ter 45 litros a mais de porta-malas.
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Outra notável distinção entre os modelos da marca estará sob o capô. O Taos irá roubar o mesmo motor 250 TSI 1.4 do atual Tiguan Allspace e também do T-Cross Highline. Já o próprio Tiguan deve ser reestilizado no ano que vem, passando a contar com o novíssimo 1.5 TSI a gasolina de 160 cv e ciclo Miller, turbo de geometria variável e desativação de metade dos cilindros em velocidade de cruzeiro.
Em acabamento interno e equipamentos de série, o Taos contará obviamente com um pacote superior ao do T-Cross, incluindo faixas suaves ao toque no painel, faróis full-LED de série em todas as versões, lanternas com LED, seis airbags, assistentes autônomos de frenagem emergencial e estacionamento, controle de cruzeiro adaptativo, quadro de instrumentos 100% digital, ar-condicionado automático digital, partida do motor por botão, teto solar e central VW Play de 10 polegadas, que trará conexão com internet, central de apps, entradas USB-C e carregamento sem fio para smartphones.
A gama de versões do Taos será enxuta, assim como a do Nivus, e deve contar apenas com duas ou três versões, todas com a mesma motorização. Assim, ele se manterá na faixa de preços entre T-Cross e Tiguan e deverá cobrar valores similares aos das versões flex do Compass, que vão de R$ 128.790 à R$ 162.590.
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Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.