VW Golf 50 anos: recordes e curiosidades do icônico hatch esportivo

Apesar do meio século de rodagem, o VW Golf continua como desejo dos que apreciam um hatch com vocação esportiva

26.01.2024 às 13:55

Vamos começar de cara com o primeiro recorde do Volkswagen Golf: mais de 37 milhões de unidades vendidas desde sua primeira geração em 1974. Com esse número, não é surpresa que o VW Golf complete 50 anos de história, esteja na sua oitava geração e com a recém-lançada atualização 8.5, a última com motor a combustão.

Além disso, com chances de voltar a rodar por aqui, inclusive na configuração R, a topo de linha vendida na Europa com mais de 300 cv de potência – resta saber se a marca escolherá essa configuração ou a GTI. Por falar em Brasil, desde que desembarcou aqui em 1994, o hatch da VW já vendeu mais de 406 mil unidades.

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Projetado por lenda do design automotivo

Autor de mais de 200 veículos e considerado o designer automotivo do século, esse é Giorgetto Giugiaro. Entre os modelos projetados pelo italiano está o VW Golf. A parceria com a montadora alemã ainda rendeu o VW Passat.

Recorde de consumo do VW Golf

Quando se fala em recordes, logo vem a memória o responsável por registrá-los: Guiness Book. E o Volkswagen Golf conseguiu marcar seu nome no livro dos recordes. Foi em 2015, quando o jornalista Wayne Gerdes e seu parceiro Bob Winger percorreram 13.250 km em 16 dias com um Golf TDI. Eles conseguiram a incrível média de 34,6 km/l percorrendo 48 estados dos Estados Unidos, utilizando diesel com baixo teor de enxofre.

Golf GTI Clusport S

Em seu 40º aniversário de lançamento, em 2014, o Golf recebeu uma edição especial batizada de Golf GTI Clubsport S. Limitada a 400 unidades, a versão comemorativa do hatch foi equipada com motor 2.0 turbo a gasolina com 310 cv de potência.

Entretanto, a velocidade das vendas do GTI Clubsport S fez a VW produzir mais uma série de 1.000 unidades. Porém, desta vez com até 290 cv de potência, graças a função overbooster, além de 38,7 kgfm de torque. A velocidade máxima era de 260 km/h e um 0 a 100 km/h em 5,8 segundos.

A montadora alemã deve muito do sucesso dessa versão do Golf ao recorde, conquistado na época, de carro com tração dianteira mais rápido do circuito de Nürburgring Nordschleife.

O VW Golf meia besta

Batizada pela Volkswagen de 333, a série especial do VW Golf R lançada em 2023 foi a de maior potência da versão. O hacth vinha equipado com um motor 2.0 turbo com nada menos do que 333 cv de potência.

Limitada as 333 unidades, a versão envenenada foi oferecida somente na cor amarelo lima, com detalhes em azul nas pinças dos freios e preto brilhante.

O motor com 333 cv de potência e 42,6 kgfm de torque fazia o hatch bater a prova de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos. Com os 13 cavalos a mais que o Golf R comum, o 333 pode chegar aos 270 km/h de velocidade máxima.

VW Golf mais potente da história

Os fãs de Fórmula 1 dos anos 80 e 90 devem se lembrar do ronco dos motores com 12 cilindros. Agora, já imaginou um Golf com um propulsor desse tipo? Pois é, aconteceu em 2007.

Batizado de Golf GTI W12, o super Golf foi equipado com 12 cilindros em W. Esse conjunto 6.0 rende 650 cv de potência e vai de 0 a 100 km/h em apenas 3,7 segundos, com velocidade máxima de 320 km/h - números de esportivos de luxo.

Como o motor não cabia no cofre, a solução foi alocar o trem de força logo atrás do motorista, transformando o GTI MK5 com motorização central. Os eixos e freios traseiros foram emprestados de um Lamborghini Gallardo, já os freios dianteiros do Audi RS6. O câmbio utilizado foi do VW Paethon.

Infelizmente, essa configuração foi apenas um protótipo e não foi colocada em linha para ser produzida.

Linha do tempo do Volkswagen Golf

1ª geração (1974-1983)

Nasce um ícone da indústria automotiva. Feito para substituir o Fusca, na Europa, o VW Golf já inicia sua trajetória de forma revolucionária. Sendo um dos primeiros veículos com motor e tração dianteira, o hatch já respirava ares de esportividade no início da sua criação.

Sob o capô, o Golf tinha quatro opções de motorizações: 1.1, 1.3, 1.5 ou 1.6. Além do GTI, com motor 1.6 com 110 cv de potência.

Projetada por Giorgetto Giugiaro, a primeira geração do VW Golf chegou ao ano de 1983 com 6,9 milhões de unidades produzidas. Uma curiosidade é que essa primeira versão permaneceu na África do Sul como CityGolf até 2009.

2ª geração (1983-1991)

Nem sempre é fácil evoluir algo que fez tanto sucesso. Com o VW Golf foi diferente, a segunda geração conseguiu ganhar mais espaço interno, foi equipada com catalisador e freios ABS já na década de 80.

Eram duas opções de propulsores: um motor 1.8, que rendia 112 cv de potência, com 8 válvulas, e o mesmo 1.8, mas com 16V e 139 cv. Já o GTI G60 também tinha sob o capô um 1.8 16V, com um compressor volumétrico que deixava o hatch com 210 cv. Foram 6,3 milhões de unidades produzidas.

3ª geração (1991-1997)

Ainda sem dar sinais de que seria vendida no Brasil, a terceira geração do Golf foi lançada em agosto de 1991. Aqui, os brasileiros tinham o VW Gol GTI em sua versão mais esportiva para época. Enquanto a opção GTI do Gol foi pioneira no país ao usar injeção eletrônica em vez do nostálgico carburador, o Golf estreava uma série de novidades no exterior: airbags frontais e laterais, motor de seis cilindros, controle de cruzeiro e motor diesel de injeção direta.

No meio da terceira geração, o VW Golf finalmente dá o ar da graça no Brasil. Importado do México e Alemanha, o hatch chegou inicialmente na versão GTI 2.0, com 116 cv de potência. Mais tarde, as configurações GL 1.8 e GLX 2.0 chegaram.

4ª geração (1997-2003)

A versão que ficou conhecida no Brasil como “Golf Sapão” sacramentou a presença do hatch no Brasil. Tanto que a VW decidiu produzir o modelo no Brasil em 1998. Em seu visual, o Golf tinha mudanças nas lanternas e faróis, com desenhos mais arredondados.

Lançado em 1997, eram três opções de motores, 1.6, 2.0 e 1.8 turbo, com 150 cv, 180 cv e 193 cv, respectivamente. O Brasil ainda recebeu a versão VR6 2.8 de 200 cv com apenas 100 unidades.

Já em 2002, a VW apresenta o que seria a versão mais envenenada do hatch até então: o R32. Com uma velocidade máxima de 250 km/h, o R32 era precursor do atual Golf R, e usava o controverso DSG, transmissão de dupla embreagem. É uma das opções mais desejadas por entusiastas, mas nunca foi vendida no Brasil pela fabricante.

Após uma produção de 4,9 milhões de unidades, a quarta geração do VW Golf abre espaço na linha de montagem para a versão seguinte.

5ª geração (2003-2008)

Os fãs do VW Golf com certeza sentiram o golpe quando a quinta geração do modelo não veio ao Brasil, pelo menos oficialmente. Como novidade, a versão GTI era equipada pela primeira vez com o motor 2.0 TSI a gasolina. Com o trem de força turbo e injeção direta, o Golf rendia 200 cv de potência e oferecia um 0 a 100 km/h em 6,9 s, além de uma velocidade máxima de 234 km/k.

Foi nessa geração também que a VW produziu o insano VW Golf GTI W12, que esmiuçamos mais acima.

Pela primeira vez, o Golf poderia contar com até oito airbags. Como opcional, a VW oferecia a proteção também para as laterais traseiras. A quinta geração também estreava a suspensão traseira de quatro braços.

Uma pena não ter sido vendida por aqui. No Brasil, ficamos com a atualização 4.5, que ainda bebia bastante da quarta geração e que tinha um design considerado controverso por muitos. O Golf 4.5 ficou nas lojas da VW no Brasil até a chegada da sétima geração.

6ª geração (2009-2012)

Considerado o carro do ano em 2009, o VW Golf em sua sexta geração ganhou cinco estrelas no teste de impacto do EuroNcap. Infelizmente, essa versão também não veio ao Brasil.

Como de costume, o Golf estreou funcionalidades pela VW, como star/stop e seleção de modos de condução, luzes dinâmicas de curva e lanternas traseiras de LED, além de, como opcional, airbag posicionado na região dos joelhos. O câmbio DSG de seis velocidade permaneceu, mas a versão GTI de 210 cv atingia de 0 a 100 km/h em apenas 6,5 segundos. Ao todo, foram 3,6 milhões de unidades produzidas.

7ª Geração (2012-2019)

Os brasileiros voltavam a ter um Golf alinhado com os padrões europeus em 2012. O modelo chegou com a tecnologia TSI, tendo a versão esportiva GTI equipada com motor 2.0 e a Highline, com o 1.4 TSI. Quatro anos depois, o hatch volta a ser fabricado no Brasil, mas fica somente até 2020, quando dá adeus.

A sétima geração também estreou uma série de novidades: redução em 100 kg do peso total, com a espiral de peso invertida; ganho de até 23% no consumo; novos sistemas de assistência, como o ACC; e até a versão híbrida GTE. Foram 6,3 milhões de unidades produzidas.

8ª Geração (2020-2024)

Em 2020, longe do Brasil, a oitava geração foi apresentada na Europa. O VW Golf perdia sua versão duas portas e ganhava novos adereços mais modernos, como uma fita de LED iluminada na grade.

Ele ainda ganha mais tecnologia como os assistentes de condução. Um dos exemplos é o Car2x, que emite um alerta para o motorista contra possíveis riscos durante a rodagem.

No cofre, o VW tinha 10 opções de motorização: 1.0 turbo a gasolina de quatro cilindros, com as opções de 90 cv ou 110 cv de potência, com possibilidade de escolha do câmbio manual; motor 2.0 turbo diesel com 115 cv e 150 cv de potência; motor a gás, com 130 cv de potência; um eTSI (híbrido leve de 48V) com motor 1.5 turbo de 110 cv, 130 cv e 150 cv de potência; mecânica híbrida plug-in, conhecida como GTE, com motor 1.4 TSI e outro elétrico, que juntos podem entregar 204 cv ou 245 cv de potência.

Facelifit 8.5

Há poucos dias, a Volkswagen apresentou o novo VW Golf 2025. Para não quebrar a tradição, o modelo vai estrear algumas funcionalidades da marca como o ChatGPT integrado e outros assistentes. Contamos em detalhes nesse artigo.

Vale lembrar que este é o último Golf a combustão. E na atualização ele já ficou bem mais elétrico que qualquer outra versão lançada pela Volkswagen para o hatch.