Postos ficarão livres para vender combustíveis de bandeiras diferentes
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quarta-feira (11) uma Medida Provisória (MP) que permite que os postos vendam combustíveis de mais de uma bandeira.
Com isso, o presidente se antecipa a uma proposta da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível), que havia colocado o tema para consulta pública no mês de março junto de outras medidas que visam a estimular a concorrência do setor.
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A agência ainda revisa a Resolução nº 41/2013, que atualiza as regras para revenda varejista de combustíveis e pode atualizá-la em definitivo com novas regulamentações, como:
- delivery de combustíveis;
- fim do terceiro dígito dos centavos;
- fim da fidelidade à bandeira dos postos;
- venda direta de combustíveis.
Com a MP assinada pelo presidente, já entram em vigor nesta quarta, em caráter provisório, o fim da fidelidade à bandeira e a permissão à venda direta de combustíveis. Veja o que muda:
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Postos com bandeira poderão vender combustível de outra distribuidora
Atualmente, os postos de redes (BR, Shell, Ipiranga etc) são obrigados a só comprar, armazenar ou vender combustíveis das empresas com as quais têm contrato e das quais exibem a bandeira na fachada.
Com a MP, esses postos poderão vender combustíveis de uma outra distribuidora e com outros preços. Na assinatura da Medida Provisória, o governo não detalhou as regras, mas a proposta da ANP previa um limite de apenas duas bombas livres por posto.
O objetivo da medida é aumentar a concorrência dentro do próprio estabelecimento e, quem sabe, viabilizar a redução dos preços dos combustíveis. A discussão do tema começou em maio e a estimativa, na época, era de que a gasolina ficasse até R$ 0,50 por litro mais em conta.
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Para garantir que o consumidor receberá o combustível que escolheu e não o de outra distribuidora, a ANP afirma que, mesmo com o fim da fidelidade, os estabelecimentos deverão respeitar o artigo 37 do Código do Consumidor, que proíbe a propaganda enganosa ou a indução ao erro.
No entanto, a entidade não afirma se a fiscalização será aumentada para saber se os postos estariam realmente vendendo nas bombas os combustíveis correspondentes ao da bandeira da distribuidora.
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Atualmente, a ANP fiscaliza e até multa e/ou interdita o posto que vende combustível de uma distribuidora que não condiz com sua bandeira.
Etanol: da usina direto ao posto
Outra proposta que já entra em vigor com a MP, mesmo sem o crivo da ANP, é a venda direta de combustíveis. Com isso, os postos poderão comprar etanol diretamente das usinas, sem que seja necessária a intermediação de uma distribuidora.
A medida mudará completamente o formato de entrega do produto por aqui. Atualmente, a ANP estabelece que todos os combustíveis devem passar por uma distribuidora antes de chegar aos postos.
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Assim como o fim da fidelidade à bandeira, o objetivo desta mudança também é reduzir o preço do combustível na bomba. O presidente Jair Bolsonaro já declarou que a medida reduziria em R$ 0,20 por litro o preço do etanol, ainda em 2020, quando começou a defender a pauta.
O cálculo é questionado pelo setor dos combustíveis, mas a tentativa do governo é de reduzir a cadeia de distribuição do produto. Com o etanol saindo da usina diretamente para os estabelecimentos, o custo do serviço da distribuidora seria teoricamente cortado.
Imagem de abertura: Joa Souza / Imagem caminhão: Leonidas Santana - Shutterstock
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Renan Bandeira
Jornalista Automotivo
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