Por que os carros da BYD estão cada vez mais comuns nas ruas do Brasil
A BYD tem apenas dois anos de operação no Brasil na área de automóveis - ônibus e demais produtos já eram fabricados e vendidos antes. No entanto, mesmo tendo um pequeno período vendendo por aqui, é comum vermos carros da marca chinesa pelas ruas do Brasil. Mas por que isso acontece?
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Isso está atrelado ao volume de mercado que a marca chinesa conquistou nesses últimos meses. A estratégia agressiva de carros elétricos ou híbridos de boa qualidade e preços competitivos fez a marca saltar em representatividade no mercado, incomodando as montadoras tradicionais.
Para se ter uma base, até o fechamento do último mês, a Fenabrave (Federação Nacional de Veículos Automotores) apontou que a BYD já é a 10ª empresa que mais vende carros no Brasil atualmente. Ela fica atrás de Fiat, Volkswagen, Chevrolet, Toyota, Hyundai, Renault, Nissan e Honda, que tem as posições de um a nove, respectivamente.
Tendo como base que o mercado nacional vendeu, como um todo, de janeiro a setembro, 1.750.084 unidades, a BYD foi responsável por cerca 51.300 vendas – afinal, são 2,96% de participação em comerciais leves e automóveis. É um número que faz a marca se posicionar a frente de GWM, sua rival chinesa, e marcas como Peugeot e Citroën.
Para conquistar, a BYD aplicou uma estratégia ousada. Ela chegou ao mercado de automóveis em 2022 com os lançamentos de Tan e Han, um SUV e um sedan, respectivamente, que são elétricos e têm preços elevados. No entanto, percebeu que para ganhar mercado deveria atingir faixas mais baixas de preço.
A primeira tacada foi a chegada do BYD Song Plus, um SUV médio híbrido plug-in vendido em versão única que atua em faixa de preço que era explorada apenas pelo Jeep Compass, entre as marcas populares que vendem carros no Brasil. Atualmente, ele é o híbrido mais vendido do Brasil.
Na sequência tivemos os lançamentos de Yuan Plus, Dolphin e Dolphin Mini. Todos eles são modelos elétricos com custo mais baixo do que sempre foi explorado para o mercado. Dolphin e Dolphin Mini, inclusive, são os dois carros elétricos mais vendidos do Brasil na atualidade.
E isso abriu espaço para a chegada de King, rival do Corolla, Song Pro, rival do Corolla Cross, e da Shark, que quer concorrer com as picapes médias do nosso mercado.
Mais curioso é que a BYD conseguiu ganhar espaço no Brasil tendo um ticket médio elevado, comparando seus produtos com o das concorrentes. Nesse caso, ter explorado o mercado de híbridos e elétricos de forma agressiva, mostrando que os brasileiros queriam sim carros do tipo, fez a marca ser considerada “pioneira” no mercado de elétricos baratos, mesmo tendo chegado depois de Renault, JAC e Caoa Chery – que já tinham produtos de baixo custo.
Com esses pontos, a BYD entrou no radar dos brasileiros na hora de escolher um novo veículo. A abertura desenfreada de novas concessionárias coloca a marca em holofote e ter uma fábrica no Brasil faz a clientela acreditar que os problemas do passado com carros chineses, de fato, não vão mais acontecer.
Somando esses fatores, temos mais de 50 mil carros vendidos apenas neste ano pela marca, que facilitam entender o motivo de tantos BYD pelas ruas. Isso, mais os trabalhos do D1 nos aplicativos e o visual diferente dos carros da marca que chamam atenção no trânsito, têm feito os brasileiros terem essa percepção.
E isso deve aumentar nos próximos anos. Afinal, além da produção nacional, a BYD promete uma série de lançamentos para o Brasil nos próximos anos.
Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.