Nova Toro com velho 1.8 é até 35% mais lenta, mas mais econômica que a turbo

Como já se esperava, versão Endurance 1.8 da linha 2022 manterá fama de lenta, mas surpreende com médias de consumo até 5,6% superiores às da versão equivalente turboflex
LF
Por
22.04.2021 às 14:27
Como já se esperava, versão Endurance 1.8 da linha 2022 manterá fama de lenta, mas surpreende com médias de consumo até 5,6% superiores às da versão equivalente turboflex

O grupo Stellantis adotou uma estratégia arriscada de munir a Fiat Toro 2022 com o velho motor 1.8 E.torQ de 135/139 cv e 18,8/19,3 kgfm (gasolina/etanol) na versão de entrada, a Endurance. Clique aqui para ver a lista completa de versões, preços e itens de série da picape reestilizada.

Por R$ 5.100 a mais, esta mesma opção de acabamento poderá ser equipada com o novíssimo propulsor Turbo 270, um 1.3 turboflex com injeção direta e sistema MultiAir III, capaz de render 180/185 cv e 27,5 kgfm (qualquer combustível). Nos dois casos o câmbio é automático de seis marchas da Aisin.

Anuncie seu carro sem pagar na Mobiauto

Como já se esperava, versão Endurance 1.8 da linha 2022 manterá fama de lenta, mas surpreende com médias de consumo até 5,6% superiores às da versão equivalente turboflex

Parece muito mais vantajoso pagar um pouco a mais pelo ganho desempenho. Não apenas a nova Toro Turbo 270 é cerca de 33% mais potente e tem até 46% mais torque: seu pico de torque aparece logo a 1.750 rpm, 2 mil giros a menos do que o topo alcançado pelo E.torQ 16-válvulas naturalmente aspirado e com injeção eletrônica indireta. Já a potência máxima aparece na mesma faixa de rotação para os dois motores: 5.750 rpm.

Na prática, a diferença na aceleração entre as duas Toro Endurance flex, segundo dados oficiais da própria fabricante, chega a 34,6%. Com gasolina no tanque, enquanto a picape equipada com o motor Turbo 270 vai de 0 a 100 km/k em 10,7 segundos, a versão equivalente empurrada pelo antigo 1.8 precisa de 14,4 segundos, 3,7 segundos a mais.

Leia também: Chevrolet S10 e Trailblazer 2022: veja preços, versões e itens de série

Como já se esperava, versão Endurance 1.8 da linha 2022 manterá fama de lenta, mas surpreende com médias de consumo até 5,6% superiores às da versão equivalente turboflex

Com etanol a diferença é um pouco mais baixa: 10,6 segundos demandados pela Toro Endurance Turbo 270 contra 12,9 segundos da 1.8. São 2,3 segundos ou 21,7% a mais de tempo para que a nova Toro com o velho E.torQ atinja os mesmos 100 km/h a partir da imobilidade.

Na comparação com a versão Endurance empurrada pelo 2.0 MultiJet turbodiesel de 170 cv (a 3.750 rpm) e 35,7 kgfm (a 1.750 rpm), com tração 4x4 sob demanda e caixa automática de nove velocidades da ZF, a Toro 1.8 AT6 é 24,1% e 11,2% mais lenta nas respectivas acelerações de 0 a 100 km/h com gasolina ou etanol no tanque. Confira os números oficiais:

Toro Endurance 1.8 flex AT6 2022 – 0 a 100 km/h: 14,4 s (G) / 12,9 s (E)
Toro Endurance Turbo 270 flex AT6 2022 – 0 a 100 km/h: 10,7 s (G) / 10,6 s (E)
Toro Endurance Turbodiesel 4x4 AT9 – 0 a 100 km/h: 11,6 s

Leia também: Avaliação: Renault Stepway, o único Sandero a ainda ser 1.6 CVT 

Como já se esperava, versão Endurance 1.8 da linha 2022 manterá fama de lenta, mas surpreende com médias de consumo até 5,6% superiores às da versão equivalente turboflex

Como consequência, a nova Toro 1.8 também é a configuração que alcança a menor velocidade máxima entre todas as opções da gama, em índice quase 13% inferior ao da variante Turbo 270 e quase 10% abaixo da derivação turbodiesel. Veja os dados:

Toro Endurance 1.8 flex AT6 2022 – Velocidade máxima: 178 km/h (G) / 179 km/h (E)
Toro Endurance Turbo 270 flex AT6 2022 – Velocidade máxima: 200 km/h (G) / 202 km/h (E)
Toro Endurance Turbodiesel 4x4 AT9 – Velocidade máxima: 195 km/h

Outra desvantagem da Toro Endurance 1.8 AT6 está na capacidade oficial de carga: apenas 650 kg, menos do que qualquer configuração da nova Strada, que oferece 705 kg nas versões Cabine Duplas e 720 kg nas Cabine Plus. Já a motorização Turbo 270 tem 750 kg de capacidade em qualquer versão e a 2.0 turbodiesel, 1 tonelada.

Leia também: Fiat confirma SUV 363 com motor turbo para encarar VW Nivus de frente 

Como já se esperava, versão Endurance 1.8 da linha 2022 manterá fama de lenta, mas surpreende com médias de consumo até 5,6% superiores às da versão equivalente turboflex

Mas o veterano propulsor aspirado ainda tem um motivo para se gabar: ele fará a nova Toro beber menos de combustível do que a usina turbinada de 1,3 litro, mesmo esta última tendo menor capacidade cúbica e auxílio de turbocompressor, injeção direta de combustível e controle variável inteligente das válvulas de admissão.

Na cidade, a Toro Endurance 1.8 AT6 registra 9,5 km/l quando abastecida com gasolina e 6,7 km/l usando etanol , de acordo com o (PBVE) Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro. Na estrada, ela faz 11,3 km/l e 8,1 km/l, respectivamente.

Como já se esperava, versão Endurance 1.8 da linha 2022 manterá fama de lenta, mas surpreende com médias de consumo até 5,6% superiores às da versão equivalente turboflex

Já a irmã 1.3 turboflex obteve as seguintes médias, sempre respectivamente com gasolina e etanol: 9,7 e 6,6 km/l em uso urbano; 10,7 e 7,9 km/l no ciclo rodoviário. Ou seja, apenas com gasolina na cidade a Toro Turbo 270 se mostrou mais eficiente do que picape com propulsor 1.8, na ordem de 2,1%. Nas demais provas, a Toro aspirada apresentou consumo superior em 1,5% (etanol em uso urbano), 2,5% (etanol em rodovia) ou 5,6% (gasolina na estrada). 

Surpreendente, não? Para completar, o tanque de combustível da Toro 1.8 tem 60 litros de capacidade, a mesma da versão a diesel, ante os 55 litros da variante Turbo 270. Ou seja, a autonomia entre as visitas ao posto será maior na opção naturalmente aspirada. 

E a Toro turboflex não poderá culpar a aerodinâmica, visto que ambas possuem o mesmo vão livre do solo (25,08 cm), a mesma dianteira e o mesmo ângulo de ataque (24,8°). Além disso, a configuração Endurance Turbo 270 AT6 é 4 kg mais leve do que a Endurance 1.8 AT6 (1.646 kg contra 1.650 kg), justamente por utilizar um propulsor mais compacto, apesar de incrementado com turbo e um cabeçote mais elaborado.

A relação de marchas de ambas também é idêntica: 1ª – 4,459; 2ª – 2,508; 3ª – 1,556; 4ª – 1,142; 5ª – 0,852; 6ª – 0,672; Ré – 3,185; Diferencial – 4,067. Onde estaria a vantagem do 1.8, então? Provavelmente é no próprio deslocamento superior. O 1.3, apesar de todos os auxílios, ainda é um 1.3 e, a depender da circunstância, terá de se esforçar mais para empurrar a picape.

Leia também: Novo Compass 4x4 diesel se chamará TD350 e terá 4 versões 

Como já se esperava, versão Endurance 1.8 da linha 2022 manterá fama de lenta, mas surpreende com médias de consumo até 5,6% superiores às da versão equivalente turboflex

Já a configuração Endurance turbodiesel é a mais econômica de todas, apresentando médias 35,6% e 39,1% superiores às da versão homônima 1.8 quando a comparação envolve etanol. Com gasolina, os percentuais são 8,6% e 15% favoráveis à motorização de ciclo diesel. 

Isso mesmo pesando quase 200 kg a mais (1.833 kg), por ter um conjunto de motor e câmbio maiores e mais pesados, além de transmissão com cardã e diferencial traseiro. O problema é que ela cobra quase R$ 40 mil a mais do que a opção 1.8 aspirada, e mais de R$ 33 mil a mais do que a 1.3 turboflex.

Confira as diferentes autonomias da picape no Inmetro registradas pelas versões Endurance:

Endurance 1.8 AT6 – consumo
Ciclo urbano: 9,5 km/l (gasolina) / 6,7 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 11,3 km/l (gasolina) / 8,1 km/l (etanol)

Endurance Turbo 270 flex - consumo
Ciclo urbano: 9,7 km/l (gasolina) / 6,6 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 10,7 km/l (gasolina) / 7,9 km/l (etanol)

Endurance Turbo Diesel AT9 – consumo
Ciclo urbano: 10,4 km/l
Ciclo estrada: 13,3 km/l

Você também pode se interessar por:

Fiat Toro 2022: cinco coisas que queríamos que mudasse na picape
Fiat terá três SUVs tamanho P, M e G nos próximos anos
Quais carros de Jeep e Fiat terão motor turbo (e quando chegam)
Assinar um Fiat ou Jeep custará de R$ 1.350 a R$ 4.730 por mês
Stellantis: como fusão afetará Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot no Brasil

Comentários